Wildcard SSL Certificates
1865
1866
1867
1868
1869
1870
1871
1872
1873
Registros (119)



Regularização da Loja América
7 de julho de 186911/04/2024 03:18:25

Antônio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva
Data: 01/01/1858
Créditos: Sébastien Auguste Sisson (1824–1898)
((**)


MenuBreve História da Loja "América"Capítulo I:Fundação e Primórdios Baseado na obra de Paulo Guedes (1952)No Brasil do final do século XIX, dois partidos políticos se chocavam: o Conservador e o Liberal. O primeiro, escravagista; o segundo libertário. A Augusta e Benemérita Loja Capitular "América", teve aí o seu início, e as suas raízes, assentadas nesse tempo combativo e altamente idealista.Como afirma o grande paulista Dr. Martim Francisco Filho, que foi Venerável desta Loja, logo depois de haver ocupado o Altar o poderoso Irmão João Gallo: "A organização da Loja "América" foi uma das consequências do maior dos erros políticos da tarde do segundo reinado: a queda da situação liberal em 16 de julho de 1868"

onde um Ministério, o de Itaborahy, entre outras coisas, havia aberto os estuários do Rio Amazonas e São Francisco, ao comércio externo; havia decretado a Lei do Juízo Arbitral; que comprometera o Brasil a tratar a emancipaço dos escravos assim que terminasse a Guerra do Paraguai.

As questões pendentes do Rio da Prata foram resolvidas, e a emancipação dos escravos fora esquecida. As nossas lavouras de café se estendiam cada vez mais, rumando para oeste, buscando novos territórios e teimavam os Conservadores em acreditar que somente a escravatura intensificada resolvesse o problema do aumento do plantio e produção. Abre-se então a fundo a luta entre escravagistas e libertários dentro dos partidos Conservador e Liberal.

E enquanto o partido Conservador apregoava a desnecessidade de quaisquer reformas político-administrativas, cindia-se na opinião o Partido Liberal, vindo dos seus velhos chefes o brado de "REFORMA ou REVOLUÇÃO". Fundou-se então, na Capital do país, um novo partido - O Radical que constituiu-se em verdadeira porta aberta para o advento da futura república.

Na então Província de São Paulo, a tendência anti-monarquista era muito maior que no Rio de Janeiro e, além de tudo, mais entusiástica. Os próprios estudantes auxiliavam, ora por meio de discursos inflamados, ora pela imprensa, o movimento que agitava o país. Se no Rio de Janeiro apareciam manifestações republicanas, São Paulo respondia com a célebre "Convenção de Itú".

O grande Ruy Barbosa, iniciado nesta Loja, assim define esse tempo de agitação nacional:

"No triênio 1868/69/70, em que inteirei aqui os meus estudos, encetados no Recife, o mundo acadêmico e o mundo político se penetravam mutuamente. Estava a Província quando cheguei, sob a administração liberal de Saldanha Marinho, cujas relações com meu pai me auspiciaram o ingresso a esse período inolvidável dos meus melhores tempos, com a honra de hospedagem num lar de virtudes patriarcais como o daquele ilustre brasileiro.

Dada, porém, dalí a meses a mudança de situação com o advento do Ministério Itaborahy, o choque parlamentar repercutiu no seio da mocidade.

O Hotel de Europa, si ainda existe, há de guardar entre os seus recordos, o do banquete em que os estudantes liberais ecoaram o célebre discurso de José Bonifácio contra o ato imperial de 16 de Julho, glorificando o grande orador, que acabava de ter na denúncia do governo pessoal de sua majestade, um dos seus mais felizes lances de tribuna.

Bem intensa foi a vibração acadêmica nesse momento, cujas agitações pressagiavam para daí em breve, a enunciação do programa republicano - episódio assaz expressivo da comunhão, em que a sociedade política e a sociedade escolar se entremeavan, nesses dias, para mim tão repassados de saudade."

Foi nesse ambiente, de luta de gigantes, que nasceu a Augusta Loja "América". Foi "Filha Legítima dessa fase" segundo nos informa o inolvidável poeta paulista Amadeu Amaral, o grande orador da "América".

Assim, neste momento de agitação intelectual, ideológica e política, é fundada a Respeitável, Augusta e Beneficente Loja Capitular "América", tendo como beneméritos fundadores os seguintes irmãos:

Dr. Antonio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva, lente da Faculdade de Direito de São Paulo;

Vicente Rodrigues da Silva, negociante;

Dr. Inácio Aquiles Betoldi, médico de origem italiana, radicado em São Paulo, tido e havido como filantropo e cidadão respeitável pelos cronistas da época;

Dr. Salvador Furtado de Mendonça Drummond, advogado, jornalista e grande republicano;

Rufino Mariano de Barros, negociante;

Dr. José Maria de Andrade, advogado;Dr. Olímpio da Paixão, advogado;Ciríaco Antonio dos Santos e Silva, funcionário público;

Antonio Louzada Antunes, funcionário público;Joaquim Tavares Guerra, estudante;

Jerônimo José de Andrade, negociante.A esses, se juntaram em 1870, figurando ainda como fundadores, os ilustres brasileiros:

A Província de São Paulo

Américo Basílio de Campos, grande jornalista da Abolição, fundador do jornal "A Província de São Paulo", depois "O Estado de São Paulo. filiado no dia 15 de julho;

Luís Gonzaga Pinto da Gama, o glorioso Luís Gama, advogado, poeta e jornalista, grande patrono da redenção dos escravos, filiado em 1o. de agosto;

Dr. Américo Brasiliense de Almeida Melo, ilustre republicano, filiado em 22 de agosto.

Entretanto, esse primeiro período de existência da Loja foi considerado de fundação, pois somente foi regularizada na data de 7 de julho de 1869, ficando sob os auspícios do Grande Oriente do Brasil, do Vale dos Beneditinos, tendo como Grão Mestre o inesquecível brasileiro Joaquim Saldanha Marinho.

No período acima, que vai da fundação (1868) até a regularização (1869), foi Venerável a figura respeitável do Dr. Antônio Carlos, que igualmente ocupou o Altar na segunda administração, e primeira regular, que funcionou de 7 de julho de 1869 até 22 de agosto de 1870.

Na terceira e quarta administrações, foi Venerável o Dr. Américo Brasiliense, a partir de 1870/1871. Nas sétima e oitava, de 1874 a 1876, bem como na décima segunda e décima terceira, ocupou o altar da Loja "América", Luís Gama. As décima sétima e décima oitava, compreendendo os dois períodos de 1884/85 e 1885/86, foi Venerável Antonio Maria de Lobo Peçanha.

De 1889 a 1890, ou sejam, as vigésima primeira e vigésima segunda administrações, ficaram a cargo do emérito maçom Américo de Campos. Nesse período, foi proclamada a República em nosso país, no dia 15 de novembro de 1889, tendo Américo de Campos sido escolhido no novo regime para o alto cargo de Cônsul do Brasil em Nápoles, para onde foi e lá veio a falecer, sendo substituído no Altar por Arthur Gomes de Oliveira Campos.

Da vigésima terceira, até a trigésima sétima, ou melhor, de 1890 até 1910, durante vinte anos seguidos, foi Venerável da Loja "América", o poderoso irmão Caetano Nacarato, a quem esta oficina deve serviços relevantes, por isso seu nome, honrado ainda hoje, o tempo não conseguiu apagar.

Da sua figura de maçom verdadeiro, dentro da maior modéstia e perfeita simplicidade, disse Amadeu Amaral em discurso proferido no dia do quinquagésimo terceiro aniversário desta casa, em 9 de novembro de 1921, o seguinte:

"Refiro-me a esse homem tão simples, tão honrado, tão sincero e tão bom que se chamou Caetano Nacarato, coluna de bronze desta casa, amigo e irmão, que parecia mais um pai e um apóstolo e que, depois de ter convivido conosco dezenas de anos, quase dia a dia, deixou para surpresa e para saudade dos que ficaram, a impressão dolorida de uma separação antecipada".

Daí por diante, outras figuras ilustres ocuparam o Altar da "América", como Pedro Alexandrino de Almeida, Luís Piza, Dr. Caramurú Paes Leme e o eminente paulista Dr. Martim Francisco Filho, o preclaro Andrada, venerável honorário desta Oficina e, no dizer de Amadeo Amaral:

"Duplamente Venerável, Venerável pela graduação maçônica e pela rara aliança de talento, saber e de integridade, brilho e têmpera".

Finalmente, nesta parte sintética dos veneráveis desta Loja, cumpre lembrar o nome do poderoso irmão João Gallo, aquele que reergueu esta Oficina em 1921, ano em que foi iniciado nos nossos Augustos Mistérios o poeta Amadeu Amaral, orador durante o ano de 1922.

Disse Amadeu Amaral que Caetano Nacarato foi verdadeira coluna de bronze desta casa. Parodiando o ilustre poeta paulista, não temos dúvidas em afirmar, com convicção de quem não erra, que a Capitular Loja "América", no passado, foi verdadeira coluna de bronze do Oriente Paulista, senão do próprio Grande Oriente do Brasil. E ainda hoje, através dos seus beneméritos veneráveis, iniciados e filiados, é uma força viva de maçons, pugnando pelas liberdades humanas, pela filosofia do melhor viver, pelo equilíbrio das forças condutoras desta grande nação do continente sul-americano.

E não é apenas com palavra, porque nem sempre é possível concordar com a conhecida frase de Polônio, o irreverente personagem de um dos dramas de Shakespeare:

"Car le mot c‘este le verbe, et le verbe c‘est Dieu", que é outorgada tal importância àquela Loja, mas com fato.

RUY BARBOSA, esse grande político, orador, jurisconsulto notável e grande batalhador de causas imorredouras, como a abolição da escravatura no Brasil, que aqui se iniciou, ainda estudante, no dia 1o. de julho de 1869.

Foi no recindo da Loja "América" que ele, no ardor de seus 22 anos, em 1870, pronunciou inflamado discurso, onde propôs que os irmãos senhores de escravos, daquela data em diante, considerassem livres os filhos de mulher cativa. Foi ele, foi esta augusta Loja, que tiveram a honra de preceder de um ano a Lei do Ventre Livre, de 28 de setembro de 1871.

E, malgrado sua confessada tendêcia profana, Ruy jamais esqueceu as lições grandiosas que aqui recebeu, de bem amar ao próximo, de ser reto e bom no cumprimento dos seus deveres e no próprio caminho da vida.

De Emerson, lendo Ruy, nosso irmão Paulo Guedes, orador em 1952, cita o seguinte poema, verdadeira jóia:

"No leito da praia descançavam as conchas mimosas. As bolhas de espuma da última vaga ainda lhes alfofravam as pérolas de esmalte.

Nos rumores da marulhada estava-lhes sussurando o cântico do seu salvamento. Estremei-as das algas, enxuguei-as da espuma e volvi sôfrego a casa, com a safra do meu tesouro marinho. Mas as pobres criaturas esmaecidas e desgraciosas haviam deixado o encanto à beira do oceano, com o sol, a areia e o rugido bravio das ondas".

Com Ruy Barbosa, mesmo após seu afastamento dos trabalhos nas Oficinas, não se verificou o fenômeno das conchas do lindo poema de Emerson. Mesmo fora desta Loja, seguindo sua vocação de jurista e de parlamentar, não ficaram esmaecidas suas virtudes.

Uma prova disto é que, quando no cume de sua carreira profana, passou por São Paulo, na sua campanha denominada "Civilista", assim se referiu a esta Oficina e aos obreiros que aqui deixara:

"Mas, os que lhe estrelaram a nascença, verdade é que no círculo do seu alcance, foram sinceros, luminosos e edificantes. Deles me despedi com melancolia, neles ainda cismo com doçura".

Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo, um dos maiores abolicionistas brasileiros, escritor e orador primoroso, poeta de escola, iniciado nesta loja em 1o. de dezembro de 1868, quando ainda estudante.

Juntamente com Ruy, foi um dos baluartes para a promulgação da lei do "Ventre Livre". Foi abolicionista sempre intransigente no seu ponto de vista. Daí jamais haver se esquecido da frase que tantas ocasiões repetiu, do grande cientista inglês Charles Darwin, o qual, ao atravessar as ruas de Recife, Estado de Pernambuco, ouvindo gemidos dos escravos disse:

"Graças a Deus, não tornarei mais a visitar um país de escravos.

Júlio Cezar Ribeiro, gramático e escritor de renome nacional. Filiou-se com 26 anos de idade, em 29 de agosto de 1870.

Américo Brasílico de Campos, que filiou-se aos 32 anos de idade, em 15 de julho de 1870. Grande jornalista, fundador da "Província de São Paulo", atual jornal "O Estado de São Paulo" e do "Diário Popular". Propagandista republicano e abolicionista. Foi na fase que antecedeu a fundação da Loja "América", uma das mais alvoroçadas do nosso passado político, como diz Amadeu Amaral:

"Que Américo de Campos se revelou tal qual era, tal como queria ser, tal como o conhecemos, tal como foi até os derradeiros momentos de sua permanência na terra".

Com o inesquecível Américo de Campos e seus contemporâneos, esta Loja auxiliou sob todos os primas, e constantemente, o combate à escravatura, que foi se intensificando de hora em hora.

Dr. Américo Brasiliense de Almeida Melo, advogado e Republicano. Foi Presidente de São Paulo. Filiou-se em 22 de agosto de 1870, com 37 anos de idade.

Dr. Bernardino de Menezes, advogado e intelectual, iniciado em 19 de março de 1869. Desempenhou as funções de representante junto ao Grande Oriente to Brasil.

Além desses, podemos ainda anotar, entre os que iluminaram esta Loja, Antunes Maciel, político na Monarquia e na República, iniciado em 13 de setembro de 1870;

Dr. Ferreira de Menezes, grande figura do jornalismo abolicionista; Dr. Paula Souza, Ministro da República, fundador da "Escola Politécnica de Engenharia" e seu diretor, por mais de vinte anos;

Martinho Prado, primoroso orador. Nos quadros de 1875, também vamos encontrar irmãos notáveis, como Beranrdino de Campos, Dr. Francisco Rangel Pestana, Dr. Rodrigo Otávio e Dr. Ubaldino do Amaral.

E para finalizar esta pequena "galeria dos ilustres" a Loja "América" contou ainda com Prudente de Moraes, republicano cem por cento, Pinheiro Machado e Brasílio dos Santos, lente da Faculdade de Direito.

Com tantas estrelas, não poderia deixar de brilhar, como efetivamente brilhou, esta benemérita casa. A respeito desses nomes, disse Amadeu Amaral:

"São marcos respandescentes da trajetória seguida pela Loja "América", desde o impulso inicial que lhe foi dado por seus generosos fundadores. Esses nomes resumem os anais desta Oficina.

Foi com eles que a Loja, depois de ter se batido pela liberdade do ventre escravo, se bateu pela liberdade do branco, pelas franquias e pelos progressos políticos e sociais conquistados antes e depois da Monarquia".

Na abolição da escravatura, já sabemos que a Loja precedeu de um ano a Lei do "Ventre Livre". Da sua Oficina, partiram os primeiros gritos de protesto contra a exploração do pobre negro escravo.

Resolvido o problema do ventre negro, não parou esta Casa. Não dormiu sobre os louros conseguidos. Continuou na luta cotidiana, intensa e consciente até a revogação total da escravatura no Brasil.

Lutou a "América" a boa luta: para ela, não bastava uma simples "abolição" que não representasse verdadeiramente a integração do elemento servil à sociedade:

liberto, pleno de direitos e com capacidade para participar em igualdade no jogo social. Preocupou-se a Loja com a questão maior da educação democratizada, das crianças e dos adultos. Manteve escolas diurnas e noturnas, gratuitas.

Também não permaneceu no campo da retórica. Na defesa de seus ideais e dos direitos inalienáveis do ser humano, promoveu fugas de escravos (juntamente com os Caifazes do irmão Antonio Bento da Loja Piratininga e outros da Loja Ypiranga).

Criou e sustentou o Quilombo do Jabaquara em Santos, onde à época da Lei "Áurea" havia mais de dez mil negros.

Após a libertação dos escravos (aliás considerada pelos intelectuais da Loja insuficiente, pois não garantiu a perfeita integração do negro á sociedade), passou a Loja "América" a pugnar pelo problema, então gravíssimo, da liberdade do branco, ou seja, por melhores progressos políticos.

O "segundo reinado" se enfraquecia, a sua orientação política era de completa negação, prejudicanto a pátria brasileira e comprometendo seriamente o seu futuro. Por isso, a Loja "América", segundo nos ensina a história, desde o primeiro dia de seu nascimento, exigia dos seus obreiros, o formal compromisso de trabalharem pela implantação da fórmula republicana.

Na qualidade de líder da democracia em terra paulista, esta Oficina esteve presente em todos os acontecimentos que envolveram a pátria, ou os seus filhos.

Na INSTRUÇÃO PÚBLICA, por exemplo, Américo de Campos, no biênio de 1870/1871, fez esta Loja patrocinar tão justa causa, fundando escolas noturnas, nas quais não era raro serem vistos eminentes vultos políticos como professores.

No CONFLITO RELIGIOSO, desenvolvido no Brasil no biênio 1871/1872, teve a Loja "América" papel preponderante. Como é do conhecimento de todos os maçons, naquela época surgiu uma pendência, por uns chamada de "religiosa", e por outros de "epíscopo-maçônica", questão que resultou que resultou da atitude do então Bispo de Olinda, Frei Vital Maria de Oliveira, secundado pelo Bispo do Pará, D. Antonio de Macedo Costa, que interditaram a entrada de maçons nas Igrejas, excluindo-os ainda das Confrarias e de todos os atos religiosos.

Então o Governo Brasileiro, através do seu Ministério Rio Branco, levantou esses interditos proibitórios e processou aqueles bispos, que foram condenados a quatro anos de prisão com trabalho. Posteriormente o próprio Governo os anistiou, ante a proposta do Conselho de Ministros e de conformidade com o art. 101 9o., da Constituição então vigente.

Quando o Visconde do Rio Branco e o Conselheiro Saldanha Marinho, tomaram atitude contra os Bispos, referindo-se seus interditos, foi esta Oficina, na comunidade maçônica quem mais se destacou, pelo ardor nas iniciativas de apoio ao mencionado Ministério, fazendo várias Assembléias Maçônicas, em defesa dos postulados de liberdade dos seus irmãos.

Na Saúde Pública de São Paulo, também esta Loja deixou seu marco, no ano de 1889, na terrível epidemia que assolou a cidade de Santos, organizando e sustentando uma turma de enfermeiras.

Entre os anos de 1894 e 1895 o Brasil inteiro necessitava de descanço e os seus mais eminentes filhos reclamavam a pacificação no Rio Grande do Sul, onde ainda ardiam as paixões do tempo de Floriano.

Partiu da Loja "América" a idéia de serem conferidos plenos e amplos poderes ao grande Venerável para promover e obter, no Rio de Janeiro, a tão ambicionada pacificação, tendo então esta Casa proferido palavras que ficaram na história como, por exemplo:

"Fosse como fosse. Basta de sangue."

Efetivamente, graças à sua enérgica atuação, a paz voltou a reinar no Rio Grande do Sul.E, antes mesmo dessa drástica solução, a Loja já havia intervido nesse mesmo caso da pacificação do Sul, evitando o fuzilamento do bravo e poderoso irmão Isidoro Fernandes, que estava prisioneiro dos revoltosos.Sempre que a ordem pública necessitava, a Loja "América" era a primeira a intervir, como no ano de 1896, onde grandes conflitos se sucederam em nossa pátria, precipuamente no Estado de São Paulo, conseqüência da questão conhecida como dos PROTOCOLOS ITALIANOS. Sentindo a gravidade da continuação de tais anomalias, esta Casa resolveu telegrafar ao Grande Venerável em Santos, convidando-o em termos enérgicos a intervir maçonicamente em prol da ordem pública. E, como sempre acontecia, a vitória desta benemérita Oficina não tardou, vendo seis dias após, quando cessaram todas as perturbações então existentes.

Ainda, em 1931, esta Loja, líder de fato e de direito da Democracia no âmbito maçônico, foi a primeira a dar o grito de alarme contra o chamado ESTADO NOVO, organismo incompatível com a nossa República Federativa e com as tendências reconhecidamente liberais do povo brasileiro.

No dia 11 de março do aludido ano, em memorável sessão, foi aprovada a convocação de uma "Assembléia Constituinte", a se reunir dentro de seis meses, e tal proposta aprovada foi enviada para todas as congêneres, em todo o território nacional.Aqui deve-se colocar o período compreendido entre 1950 e o atual, inclusive com a reintrodução do RITO BRASILEIRO e a menção aos OBREIROS ILUSTRES JÁ FALECIDOS DESTA LOJA, DESTE PERÍODO (ASSAD, ILCIO, OTAVIANO)...A solidariedade maçônica, dentro da Loja "América", sempre foi imensa, a ponto de atingir o próprio mundo profano. Esta Oficina sempre se esforçou por manter unificada a integridade dos princípios professados. A solidariedade maçônica, esse apanágio quase divino, dentro do mundo exterior e profano, foi grande nesta cada, defendida como algo sagrado.Por essa solidariedade e sua rigorosa observância, chegou a atos de sacrifícios e de excepcional energia. Nas perturbações políticas como, por exemplo aquela que derrubou o governo do poderoso irmão Dr. Américo Brasiliense, e na revolta armada sob a chefia de Floriano Peixoto, deu provas do seu rigor, na manutenção dos invioláveis deveres da grande solidariedade maçônica.Nestas duas ocasiôes mostradas como exemplos, muitos sofreram vexames e perigos, mas, esta Loja, com suas forças benéficas, com o potencial do seu prestígio em todas as camadas sociais, a tudo conseguiu superar, pois aos seus obreiros sobravam coragem e diligência.ContatoR. Apeninos, 515 - Paraíso São Paulo - SP 01533-000 Entrar em ContatoRedes SociaisAcesse nossa Página no FacebookNos acompanhe no TwitterSiga-nos no InstagramCopyright © 1868 Loja Maçônica América
[28702] 1° fonte: 01/01/2013
*Maçonaria e Educação. Contribuições para o ideário republicano. ...

ver fonte

Relacionamentos
-
Pessoas (7)
Américo Brasiliense de Almeida Melo (1833-1896)
27 registros / / 0 parentes
Antônio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva
6 registros / / 0 parentes
Joaquim Saldanha Marinho
17 registros
José Maria da Silva Paranhos
68 registros / / 0 parentes
Ruy Barbosa (1849-1923)
33 registros / / 0 parentes
Ubaldino do Amaral Fontoura (1843-1920)
73 registros / / 17 parentes
Visconde de Itaboraí
8 registros / / 0 parentes
-
Cidades (1)
São Paulo/SP3529 registros
-
Temas (1)
Maçonaria no Brasil
244 registros
1061
A nossa história, oficial e acadêmica, trabalha com probabilidades, quando se trata de Balthazar Fernandes. Aliás, nem se sabe ao certo a grafia do seu nome, se é Baltasar ou Baltesar, se é Balthazar ou Balthezar, tal é a diversidade das informações contidas nos documentos. Apesar do "fundador" de Sorocaba ter sido um cidadão ilustre, na sua época, nem se sabe quando ele nasceu, nem o dia nem o ano, como também não se sabe quando ele morreu entre 1662 e 1667. Não se sabe, com certeza, quando ele se casou, nem a primeira e nem a segunda vez. Sempre as datas são acompanhadas do clássico "por volta de". Também, não se sabe se a sua primeira filha, única do primeiro casamento, Maria de Torales, era sua filha biológica ou adotiva. E, para finalizar, os historiadores divergem quanto à data da chegada de Balthazar Fernandes a Sorocaba, se em 1646 ou se em 1654. Existem documentos historiando esses dois momentos. Existem documentos historiando, além desses dois momentos, uma fundação em 1670 E tem mais: a tal casa do Balthazar. será que era mesmo?
erro
erro registros


Procurar



Hoje na História


Brasilbook.com.br
Desde 27/08/2017
28375 registros (15,54% da meta)
2243 personagens
1070 temas
640 cidades

Agradecemos as duvidas, criticas e sugestoes
Contato: (15) 99706.2000 Sorocaba/SP