' Terceira expedição real, do Caicanga, com a missão de explorar o rio do Registro - 28/08/1769 de ( registros) Wildcard SSL Certificates
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Terceira expedição real, do Caicanga, com a missão de explorar o rio do Registro
28 de agosto de 1769, segunda-feira. Há 255 anos

1° de fonte(s) [28094]
“Dois mundos em desencontros: A narrativa imagética de Joaquim José de Miranda e o relatório de Afonso Botelho, sobre o encontro de nativos e luso-brasileiros nos Campos de Guarapuava a partir de 1771”, Maria Tereza Aoki, Universidade Federal do Paraná
Data: 2013, ver ano (126 registros)

A quarta expedição iniciou em vinte e oito de agosto de 1769, comanda por Bruno da Costa Filgueiras, junto com aproximadamente vinte e cinco camaradas. Saíram do porto Nossa Senhora da Conceição do rio do Registro (Caiaganga). Tinha objetivo de encontrar os Campos de Guarapuava, no entanto, eles se perderam, acharam que tinham chegado perto dos Campos de Putrebu ou Missões.

Na realidade chegaram à região onde a primeira expedição mapeou os saltos das sete quedas. Por acabarem os mantimentos retornaram, após três dias de viagem, encontraram com os camaradas da quinta expedição.

Que tinha entrado pelo Porto de Nossa Senhora da Conceição de Caiacanga em duas esquadras, com saídas em dezesseis e vinte e oito de outubro de 1769. Os comandantes eram, respectivamente, o alferes Antônio da Silveira Peixoto e o tenente Manoel Teles Bitancourt, com um total de aproximadamente oitenta praças.


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2° de fonte(s) [28093]
Anais da Biblioteca Nacional volume 76
Data: 1956, ver ano (60 registros)

A quarta expedição embarcou no Porto de Nossa Senhora da Conceição do Rio do Registro em 28 de agosto de 1769. Comandante dela Bruno da Costa Filgueiras, da Vila de Curitiba, com 24 camaradas, gente da mesma vila, mateiros e caçadores.

Embarcando em três canoas, navegou pelo Rio de Registro de Curitiba abaixo, e na distância de trinta léguas, que está a barra do Rio Petinga, deixando ali a maior parte do trem, e mentimentos, subiu por ele acima até dar em um rio da parte esquerda, a que deu o nome Rio Verde, enquanto foi navegável, a ver se se descobriu os Campos de Gorapuava, como Sua Majestade havia ordenado.

Para continuar a diligência de que estava encarregado, deixando ali as canoas, marchou por terra, levando os camaradas, as armas, e os mantimentos, que puderam, às costas. Andando quarenta dias pelos sertões adentro, foi ter o mesmo Rio do Registro, ao Porto de Nossa Senhora da Victória, aonde tinha chegado a primeira expedição comandada pelo tenente Domingos Lopes Cascais, parecendo-lhe que estava muito abaixo dos saltos grandes do mesmo rio, julgando estar perto dos Campos de Putrebu, ou Missões. Por estar entre o mato figurando-se-lhe os urros das onças, e tigres, que era gado, que andava em campo, voltou a dar parte do que tinha aparecido, e prover-se de mantimentos por se terem acabado, e passar só com a caça do mato; com três dias de volta encontrou a Bernardino da Costa, e José da Costa, seus irmãos, e outros mais, que iam socorrê-lo por ter entrado na quinta expedição, que se segue, e se uniu a esta, e continuou debaixo da ordem do comandando dela, o capitão Antônio da Silveira Peixoto.

A quinta expedição embarcou no mesmo Porto de Nossa Senhora da Conceição de Caiacanga em duas esquadras, aos 16, e aos 28 de outubro de 1769. Comandante o alferes da vila de Pernaguá, Antônio da Silveira Peixoto, com 85 praças, gente da mesma vila, prática em navegar.

Partiu a primeira esquadra aos 16 de outubro de 1769 do Porto de Nossa Senhora da Conceição do Rio do Registro em sete canoas, embarcando nelas o mesmo capitão com o alferes Antônio da Costa.

A segunda esquadra partiu do mesmo porto aos 28, comandada pelo tenente da mesma companhia Manoel Teles Bitancurt em nove canoas, levando todo o resto da gente e mantimentos pertencentes à mesma expedição.

Navegando esta pelo Rio do Registro abaixo, tendo chegado o dito capitão, o seguiu em procura da expedição de Bruno da Costa, que encontrando de volta com errada notícias nos Campos de Putrebu, e Missões, figurando-se-lhe tudo entre os matos, uniu a gente dessa esquadra à sua companhia como levava por ordem. [Páginas 10 e 11]


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3° de fonte(s) [28095]
“Heroísmos, Sedições e Heresias: A construção do ufanismo e do ressentimento nos sertões da capitania de São Paulo (1768-1774)”, Michael Kobelinski
Data: 2008, ver ano (71 registros)

O significado do termo invasão dos sertões toma forma com o reconhecimento doscaminhos que interligavam a orla marítima, o interior dos campos de Tibagi e a Praça de Iguatemi ao núcleo da Província de São Paulo, porém não se tratava apenas de reconhecimento prévio, mas de um conjunto de experiências problemáticas relacionadas a uma seriação de incursões militares desencontradas onde prevalecia, em primeiro lugar, questões de ordem pessoal.

O diário do Tenente Bruno da Costa Filgueiras, apesar de breve, acrescentainformações sobre as sensibilidades aqui priorizadas. Essa expedição que entrava pelo Porto Nossa Senhora da Conceição de Caiacanga, no rio Grande do Registro em vinte e oito de agosto de 1769, tinha como objetivo “procurar caminho ou por terra, ou por água, por onde se possa chegar com mais comodidade até a barra, que êste rio Grande do Registro faz no Paraná”. 107

Pelo que foi levantado na documentação, a experiência de Bruno da Costa Filgueiras nos sertões foi significativa, pois participara como cabo na expedição de Domingos Lopes Cascais, em dezembro de 1768. Contudo, a descoberta do sertão de Guarapuava também envolvia estratégias bem definidas para suprir as necessidades de abastecimento das tropas.

Mesmo porque as explorações não se realizaram exclusivamente sobre o meio aquático; os“soldados” enfrentaram consideráveis percursos em mata fechada, além das irregularidades do relevo e da precariedade alimentar. Bruno da Costa Filgueiras seguia com um agrupamento de vinte e cinco homens, entre eles mateiros e caçadores da vila de Curitiba (Quadro 4). A navegação em canoas por trinta1 léguas, a organização de um acampamento base na foz do rio Petinga, marchando-se “de dia, e de noute”, demonstram o estado de conhecimento dos interiores coloniais e a urgência de ações pontuais. Entre elas, a principal era procurar a partir de rio Verde, os “ignotos campos de Gorapuava”.

O que é significante neste diário são as supostas imaginações de Bruno da Costa Filgueiras, nas quais se registravam os sons de “onças e tigres, que era gado que andava em campo”. Além do mais, a expedição “acreditou” que estava “abaixo dos saltos grandes do mesmo rio”, nos Campos de Putrebu, na Província do Paraguai e Missões. Aliás, isso pode ter sido algo proposital, uma vez que poderia seguir caminho mais interessante em seu julgamento, e lhe possibilitaria êxito em sua nova exploração. É menos provável que tenha ocorrido um erro estratégico, pois a expedição empreendeu caminho por terra, e depois de explorar o sertão por quarenta dias, acabou retornando ao Porto Nossa Senhora da Victória, no rio Grande do Registro.

A documentação está impregnada do rigor disciplinar do Antigo Regime portuguêsestabelecido por Afonso Botelho na capitania de São Paulo, mas mesmo assim, não há como olhar para estes documentos sem perceber um campo de “aparição” das sensibilidades em oposição. Nessa austeridade, considerava-se que Bruno da Costa não cumprira fielmente sua missão e “com três dias de volta encontrou a Bernardino da Costa, e José da Costa, seus irmãos, e outros mais, que iam socorrê-lo por ter entrado na quinta expedição, que se segue, e se uniu a esta, e continuou debaixo da ordem do comandante dela, o capitão Antonio da Silveira Peixoto”. 108 Nesse encontro, o Capitão em exercício, Silveira Peixoto considerou que a missão de Bruno da Costa não fora suficiente, e deste modo o encarcerou e o remeteu à Paranaguá. [Páginas 173 e 174]


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