A Polícia Federal prendeu em flagrante no final da noite deste domingo o técnico em eletrônica Marcos Fernando Magro e Marcelo Athiê quando realizavam escuta clandestina no comitê eleitoral do candidato a prefeito de Sorocaba pelo PSDB, Vítor Lippi.
No local, são gravados os programas de televisão com a propaganda eleitoral do candidato, que lidera as pesquisas para o segundo turno.
Eles apontaram como mandantes do crime Marcelo Roberto Moreira e João César Querino, assessores do deputado estadual Caldini Crespo, que concorre à prefeitura pelo PFL.
Os dois também foram presos em suas casas. Os policiais federais apreenderam equipamentos usados para grampear os telefones e uma fita com mais de uma hora de gravação.
Segundo o delegado chefe da PF em Sorocaba, Menoti Barros de Oliveira, um dos assessores assumiu a iniciativa do grampo, isentando o deputado de responsabilidade.
Os quatro homens foram autuados por interceptação ilegal de comunicação telefõnica e formação de quadrilha.
Se foram julgados e considerados culpados, podem ser condenados a penas que variam de 3 a 7 anos de reclusão. Crespo não foi localizado para comentar as prisões.
Sua assessoria informou que o candidato estava se preparando para um debate marcado para esta segunda-feira à noite. As prisões devem tornar ainda mais tensa a disputa eleitoral na cidade.
Na semana passada, o escritório político de Crespo tinha sido alvo de um atentado, quando desconhecidos fizeram oito disparos contra a fachada do prédio.
O deputado atribuiu o fato a denúncias que fez à polícia e ao Ministério Publico sobre um esquema de corrupção na cidade. A coligação do candidato do PSDB pediu a rápida apuração para evitar o uso eleitoral do episódio. A policia ainda investiga o atentado.