No contexto da tentativa francesa de estabelecimento de uma colônia na baía da Guanabara, a França Antártica, em Novembro de 1555, os seus colonos abrigaram-se na ilha de Sergipe (atual ilha de Villegagnon), levantando uma fortificação que recebeu o nome de forte Coligny. Essa posição foi varrida em Março de 1560 pela frota do governador-geral Mem de Sá (1558-1572), armada para esse fim.Os sobreviventes franceses, cerca de vinte indivíduos, internaram-se nas matas em terra firme, procurando abrigo entre os aldeamentos tamoios aliados. Com os navios avariados e sem homens suficientes, Mem de Sá não dispunha de recursos para o início de um estabelecimento português na baía da Guanabara, retirando-se a 3 de abril para Salvador, na capitania da Bahia.Por essa razão, a presença francesa sobreviveu na baía de Guanabara, vindo a ser erradicada apenas com a expedição temiminó-portuguesa de fins de Janeiro de 1567 liderada por Mem de Sá, Estácio de Sá e Arariboia, que culminou com a devastação dos aldeamentos paliçados de Uruçumirim (no outeiro da Glória) e de Paranapuai (na ilha do Governador). Dois anos antes, em 1º de março de 1565, Estácio de Sá, comandando 220 homens, havia fundado a atual cidade do Rio de Janeiro, no sopé do morro do Pão de Açúcar, na entrada da baía de Guanabara, enquanto aguardava a chegada de reforços portugueses, que somente viria a ocorrer em 1567, com a chegada de mais de duzentos homens comandados por Mem de Sá.[1]
Ocorre que André de Thevet (1575, V2, p. 910), ao referir o ataque de1567, escreveu que a Ilha de Serigipe ou Villegagnon estava então desguarnecida, e que “os franceses estavam em terra firme, onde ficava la ville, chamada por nósVille-Henry, do nome desse grande e heroico Rey da França, Henry [o] segundo donome, assentada perto do rio da Cariobe”. Na realidade, existem vários problemas. [2]