No dia 20 de janeiro, um grupo de empresários liderado pelo Dr. Bráulio Guedes da Silva, fundou a Associação Comercial de Sorocaba, uma entidade pautada pelos princípios de união e cooperação mútua, com a missão de trabalhar continuamente pelo crescimento e desenvolvimento da cidade.Registros da vida interna da ACSO nos anos 30Celso MarvadãoAtas de reuniões da diretoria da Associação Comercial dos anos 30 registram realizações, decisões e fatos do cotidiano da entidade.Ao longo da década, são vários registros de reclamações e pedidos de intervenção da entidade junto à Prefeitura, à Câmara, à Fiscalização e a Polícia contra o transtorno causado pelos vendedores ambulantes, camelôs e também por comerciantes que se colocavam em frente de suas casas agenciando mercadorias. Um problema recorrente que perdura até os nossos dias.A pedido da Prefeitura, a entidade se manifestou contra até o funcionamento de um serviço de alto-falante que funcionava na praça central.Em 1935, houve um momento crítico. O pedido de renúncia do presidente Pereira da Rocha. Não aceito pela assembleia.A diretoria foi a favor da proibição do fornecimento de moinhos aos comerciantes pelos torradores de café do convênio estabelecido.Em 1938, a Associação contava com um chefe, dois auxiliares, um mensageiro, um zelador, um auxiliar de tesouraria e ainda com os serviços do jornalista Francisco Camargo César (Cecê), que mereceu elogiou em ata. O jornal O Commercio, editorado pela tipografia e Livraria Cidade de Sorocaba, era o órgão “oficioso” de comunicação.O advogado e vereador Dr. Affonso Pereira de Campos Vergueiro fazia o seu trabalho graciosamente. No período, a assessoria jurídica somava 354 consultas fiscais, 240 defesas, 483 requerimentos, 334 cartas em defesa de comerciantes e 914 livros organizados de acordo com as leis fiscais.A Associação fez donativos “em espécie” para as vítimas do terremoto no Chile, junto com a Associação Comercial de São Paulo, catástrofe com mais de 30 mil mortes. Realizou também campanha em favor do “Asylo de Orphãs Santo Agostinho”, até hoje existente em Sorocaba.A ACIS deu apoio à instalação no município de Caixa do recém-criado Instituto de Aposentaria e Pensões dos Comerciais (IAPC).Um almoço festivo homenageou o associado Comendador Antônio Pereira Inácio, que representou o Brasil na Conferência Internacional do Trabalho, em Genebra.Naquele período, a Associação Comercial também recebeu, em nome da cidade, agradecimento da Bolsa de Mercadorias de São Paulo pela realização da festa do algodão, com votos para que Sorocaba “continue mantendo o lugar que ocupa entre os vanguardeiros da cultura e indústria do ouro branco em nosso estado”.A década de 1930 terminou com duas notícias tristes. O falecimento (em 1938) de Antônio Marques Flores, um dos fundadores da Associação, e do assessor jurídico, Dr. Affonso Vergueiro. No dia 26 de junho de 1939, Affonso voltava com familiares de uma festa de São João realizada da Fazenda Cajuru e seu carro foi colhido por um trem, a três quilômetros de Sorocaba. Só ele faleceu. Dr. Affonso Vergueiro foi quem preparou toda a documentação do terreno da antiga Casa da Câmara e Cadeia, pertencente à União, destinado à construção do novo prédio dos Correios de Sorocaba, inaugurado naquele ano, na esquina das ruas São Bento e Padre Luiz. O advogado da Associação Comercial da época deu nome à avenida Affonso Vergueiro.(Fotos do advogado e vereador Affonso Vergueiro, de Antônio Marques Flores, um dos fundadores da Associação Comercial, e do ambiente interno do Gabinete de Leitura Sorocabano, onde a ACSO estava instalada, nos anos 30.