Invasão de um assentamento localizado na avenida Itavuvu
21 de agosto de 1999
04/04/2024 19:55:31
A invasão de um assentamento localizado na avenida Itavuvu foi o tema da manchete do Cruzeiro do Sul de 23 de agosto de 1999. Naquela segunda-feira, 20 anos atrás, o jornal publicou ampla reportagem sobre a situação conturbada na zona norte da cidade, depois que cerca de 500 famílias se instalaram em barracos construídos às pressas na área destinada ao programa habitacional que era implementado pela Prefeitura Municipal. De acordo com a assessoria do Paço, a invasão teria ocorrido na noite do sábado anterior (21), sob coordenação do Movimento de Moradia da Região. O objetivo seria acelerar o processo de desfavelamento. O clima ficou tenso porque os invasores ameaçavam reagir em caso de tentativa de desocupação
Invasão de um assentamento localizado na avenida Itavuvu
“Os nossos tupinambás muito se admiram dos franceses e outros estrangeiros se darem ao trabalho de ir buscar o seu arabutan [pau-brasil]. Uma vez um velho perguntou-me: Por que vindes vós outros, maírs e perôs (franceses e portugueses) buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra ? Respondi que tínhamos muita mas não daquela qualidade, e que não a queimávamos, como ele o supunha, mas dela extraíamos tinta para tingir, tal qual o faziam eles com os seus cordões de algodão e suas plumas.
Retrucou o velho imediatamente: e porventura precisais de muito? Sim, respondi-lhe, pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos, facas, tesouras, espelhos e outras mercadorias do que podeis imaginar e um só deles compra todo o pau-brasil com que muitos navios voltam carregados. — Ah! retrucou o selvagem, tu me contas maravilhas, acrescentando depois de bem compreender o que eu lhe dissera: mas esse homem tão rico de que me falas não morre? — Sim, disse eu, morre como os outros. Mas os selvagens são grandes discursadores e costumam ir em qualquer assunto até o fim, por isso perguntou-me de novo: e quando morrem para quem fica o que deixam? — Para seus filhos se os têm, respondi; na falta destes para os irmãos ou parentes mais próximos. — Na verdade, continuou o velho, que, como vereis, não era nenhum tolo, agora vejo que vós outros maírs sois grandes loucos, pois atravessais o mar e sofreis grandes incômodos, como dizeis quando aqui chegais, e trabalhais tanto para amontoar riquezas para vossos filhos ou para aqueles que vos sobrevivem! Não será a terra que vos nutriu suficiente para alimentá-los também ? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estamos certos de que depois da nossa morte a terra que nos nutriu também os nutrirá, por isso descansamos sem maiores cuidados.