O corpo de José Vicente Lanaro, 25, filho de um empresário sorocabano, foi encontrado em Elias Fausto. Ele havia sido sequestrado em Sorocaba no dia anterior.
O corpo foi encontrado por lavradores e encaminhado para o IML (Instituto Médico Legal) de Piracicaba.
De acordo o delegado de Elias Fausto, Jorge José Kachan, as investigações sobre o sequestro e o homicídio seriam feitas pela DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Sorocaba e pela Polícia Civil de Elias Fausto, respectivamente.
A Polícia Civil acredita que o rapaz não tenha chegado a ficar em cativeiro, já que foi encontrado morto na manhã seguinte ao dia do sequestro.
Conforme Kachan, o filho do empresário possuía vários tiros pelo corpo. No entanto, Kachan disse que foi informado pela polícia técnica de que apenas um projétil foi encontrado no corpo de Lanaro.
"Estamos esperando o laudo do IML, que deve sair em 15 dias, para saber como foi a morte", disse.
Segundo a polícia, foram encontrados várias cápsulas de pistolas semi-automáticas deflagradas ao lado do corpo.
Para a polícia, a presença de várias cápsulas de calibres diferentes indica a ação criminosa de mais de uma pessoa.Kachan disse que a identificação do corpo vai auxiliar nas investigações sobre o homicídio.
José Vicente Lanaro foi enterrado no cemitério Pax, de Sorocaba.
O líder da quadrilha, Pedro Ciechanovicz, foi preso dia 9 de Fevereiro de 2003 em Curitiba. Acusado de estar por trás de cerca de 10 grandes seqüestros foi preso na madrugada de hoje em Curitiba, após cerca de 7 horas de negociações.
Por cerca das 21 horas de ontem, policiais civis de São Paulo e do Paraná chegaram na casa do seqüestrador, onde ocorreu um breve tiroteio.
Após, as negociações começaram. Ciechanovicz se entregou na madrugada de hoje após a chegada, na casa, do seu advogado, que viajou de São Paulo a Curitiba, e do diretor do Denarc (Departamento de Narcóticos de São Paulo).
Após 14 meses de investigações, o mais procurado seqüestrador do país, iria cumprir em uma penitenciária do interior paulista os quase 60 anos de prisão aos quais foi condenado. Conforme o delegado Ivanei Cayres, entre os crimes de Ciechanovicz estão sequëstros, roubos, tráfico de entorpecentes e extorções.
"Com sua prisão, avançaremos ainda mais nas investigações sobre a quadrilha", completou.A polícia teve dificuldades de prender Ciechanovicz porque ele não permanecia em um mesmo local. Nos últimos meses, passou por Maringá, no Paraná, Teodoro Sampaio, no Oeste paulista, Ciudad del Este, no Paraguai, e Curitiba, onde ocorreu a prisão.
Conforme a polícia, a quadrilha liderada Ciechanovicz seria formada por, pelo menos, 30 pessoas, das quais 13 estão presas.Assim que foi preso, Ciechanovicz ordenou a libertação do empresário João Bertin, libertado após 155 dias de cativeiro em Assis (interior de SP), o seqüestro mais longo de São Paulo.
Bertin é dono de um dos principais frigoríficos do país.A quadrilha de Ciechanovicz também é acusada de seqüestrar Roberto Benito Júnior, das Lojas Cem, que ficou 120 dias em cativeiro. Benito foi seqüestrado em outubro de 2001. De acordo com a polícia, a mesma quadrilha seria responsável pelo seqüestro do empresário Girsz Aronson, proprietário da rede de lojas G.Aronson, na capital paulista, em setembro de 1998.
José Vicente Lanaro seria a quarta vítima do grupo. A polícia estimou que o patrimônio de Ciechanovicz some R$ 10 milhões. A estrutura da quadrilha surpreendeu a polícia, já que o bando do suspeito atuava em células, como organizações terroristas, o que também dificultou a captura.
