O jornal Cruzeiro do Sul noticia em 20 de julho de 1917:Centenas de operarios da importante Fábrica de Tecidos Votorantim estiveram hontem nesta cidade onde vierampedir apoio à imprensa, às pretenções que tem de serem beneficiados com as concessões feitas ao operariado daqui.
Uma commissão operaria procurou nesta cidade o sr. Soares Fernandes, gerente daquella fabrica, para inteiral-o dosdesejos que alimentam os proletarios votorantinenses. Essa commissão não poude ser ouvida pelo sr. Soares que seacha na capital.
Acontece, porém, que a Fabrica Votorantim parada por motivo de greve, continua fechada, não já por causa de grevemas por fallencia do Banco União ao qual pertencia.
Só os syndicos da massa falida por enquanto poderão deliberar sobre o funcionamento da fabrica. Quanto aoaugmento dos salarios do operariado e outras concessões apenas poderão resolver sobre o assumpto os novosproprietarios do estabelecimento fabril que se não sabe ainda quais sejam.
Os operarios acham-se assim numa situação especiallissima em relação aos da fabricas de Sorocaba, numa situaçãodificil mesmo porque estão em sua maioria sem recursos pecuniarios ou têm de esperar de braços cruzados quereabra a fabrica o que não se pode dizer quando será ou têm de empregar a sua actividade na lavoura, nas outrasfabricas ou do melhor modo que entendam.
Do augmento de salarios é que por ora não podem tratar pela razão que apontamos. (Cruzeiro do Sul, 20 jul. 1917, p. 2)A situação do operariado votorantinense agravava e o caso parecia não ter solução favorável.