No dia seguinte, 29 de outubro de 1945, Góes Monteiro havia mandado seu pedido de exoneração de ministro da Guerra ao presidente. Getúlio ao tomar conhecimento do teor da carta chamou Góes no palácio Guanabara para discutir sua intempestiva atitude, mas o ministro demissionário foi impedido de sair de seu gabinete por Cordeiro, que em nome das três armas Exército, Marinha e Aeronáutica o proclamou chefe do movimento militar que iria impor a renúncia de Vargas, mas que na realidade seria uma deposição armada.
Às 15 horas Benjamin Vargas havia assumido seu cargo de chefe de Polícia, prestando compromisso perante o ministro da Justiça Agamenon Magalhães e às 16 horas na sede da Polícia Central foi realizada a transmissão de cargo por João Alberto.
O candidato à sucessão general Eurico Gaspar Dutra, também chamado para uma audiência no fim da tarde com Getúlio, ao comparecer ao Guanabara, este já estava cercado por tanques de guerra que vieram da Vila Militar. Getúlio demonstrou-se surpreso pela atitude dos militares, mas frisou que esse golpe era mais contra ele Dutra do que contra o presidente.
Apesar de contrariado o general Oswaldo Cordeiro de Farias foi incumbido por Góes de Monteiro de participar ao presidente Getúlio Vargas das ocorrências. Em companhia do ministro da Justiça Agamenon Magalhães foi ao palácio onde transmitiu que os generais estavam com controle da situação, sendo que o Guanabara estava cercado por tropas leais, e que até guarda palaciana havia aderido ao movimento, e fez um apelo ao patriotismo do presidente para que renunciasse.
A resposta de Getúlio foi simples: "Preferia que os senhores me atacassem e meu sacrifício ficaria como um protesto contra esta violência. Já que é um golpe branco, não serei elemento de perturbação. Diga-lhes que não sou mais presidente da República e desejo retirar-me para meu Estado". Vargas ainda pediu um prazo para poder retirar seus pertences, o que foi concedido.
Retornando ao ministério da Guerra, Cordeiro informou a todos o que havia ocorrido em sua conversa com Vargas. Outro problema então surgiu: a quem seria transferido o poder? Em um raciocínio rápido Dutra afastou a possibilidade de um militar assumir o lugar de Getúlio e ainda ponderou que o substituto constitucional no caso o presidente do Supremo Tribunal Federal ministro José Linhares, e Eduardo Gomes também presente à reunião estendeu-lhe a mão, dizendo "De pleno acordo". E assim Góes Monteiro, se viu alijado do tão ambicionado cargo.Ainda à noite, uma comissão de generais das três armas foram comunicar ao ministro Linhares dos acontecimentos; este estava em uma recepção quando foi surpreendido pelos militares. Às duas da madrugada foi empossado como chefe do governo do Brasil no gabinete do ministro da Guerra e fez divulgar uma nota aos brasileiros.