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Getúlio Dornelles Vargas após exatos quinze anos deixava o poder
31 de outubro de 1945, quarta-feira. Há 79 anos
Ver Rio de Janeiro/RJ em 1945
11 registros
As 6:35 horas da manhã, do dia 31 de outubro, trajando um terno cinza claro, com chapéu da mesma cor, e sorrindo, Getúlio Dornelles Vargas após exatos quinze anos deixava o poder. Ao sair do palácio Guanabara, despediu-se de todos os funcionários, apertando a mão, de um a um.

Em seguida, em companhia de sua filha Alzira Vargas do Amaral Peixoto, de seu genro Ernani do Amaral Peixoto, do ministro João Alberto, do seu ajudante de ordens major Edgard Bruno Ribeiro, entrou no automóvel presidencial, um Cadillac limusine, ano 1941, sete lugares, de placa nº 84, dirigido por seu motorista desde os tempos do ministério da Fazenda Euclydes Fernandes.

Ao sair do palácio Guanabara, os soldados do Exército que montavam guarda, desde a noite do dia 29, fizeram continência de estilo, Getúlio agradeceu com um aceno de mão.

A comitiva rumou para o aeroporto Santos-Dumont, que estava isolado por tropas do Exército e da Aeronáutica desde a madrugada. A comitiva chegou às 7 horas e 3 minutos, sendo recebido com soldados perfilados, saindo do veículo oficial, despediu-se dos presentes, entre eles o ex-ministro da Aeronáutica Joaquim Pedro de Salgado Filho que tinha lágrimas nos olhos, o ex-ministro da Fazenda Arthur Souza Costa, o ministro João Alberto, o brigadeiro Gervásio Ducan, o general Oswaldo Cordeiro de Farias e o chefe da polícia Especial capitão Euzébio de Queiroz.

No avião Lockheed L-18 Lodestar da FAB, que o servia sempre, dez minutos depois de sua chegada no Santos-Dumont, embarcou para sua cidade, São Borja, no Rio Grande do Sul, tendo viajando em companhia de seus sobrinhos, os tenentes Dinarte e Serafim Dornelles e do chefe de sua guarda, tenente Gregório Fortunato.

Apesar de seu auto exílio em sua estância do Itu, Getúlio Vargas foi instado por seus companheiros do PTB e do PSD, como seu genro Amaral Peixoto, em lançar um manifesto de apoio à candidatura do ex-ministro da guerra Eurico Gaspar Dutra, poucos dias antes das eleições, que prenunciavam a vitória do candidato da oposição brigadeiro Eduardo Gomes.

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