Primeira mulher a comandar uma capitania ganha estátua no ES. Blog: Ensinar História - Joelza Ester Domingues
23 de maio de 2016, segunda-feira. Há 8 anos
Luísa Grimaldi ou Grinalda (1541-1626), esposa de Vasco Fernandes Coutinho Filho, segundo donatário do Espírito Santo, chegou ao Brasil em 1563 ou 1564. O marido vinha assumir o governo da capitania que lhe coubera por herança com o falecimento do pai.
Colaborou para a expulsão dos franceses da Guanabara (1570) e a fundação da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro (1565). A capitania prosperou com o cultivo de cana-de-açúcar e a instalação de engenhos.
Em 1581, quando três naus francesas investiram contra a capitania, foram os indígenas das missões jesuíticas que saíram em defesa da terra, matando e ferindo a muitos dos assaltantes.
Novamente lutaram ao lado dos colonos quando os ingleses atacaram a capitania em 1583. Com a morte de Vasco Fernandes Coutinho Filho, em 1589, o governo da capitania ficou com a viúva Luísa Grimaldi.
Nos quatro anos de seu governo (1589 a 1593), a donatária enfrentou a incursão de corsários ingleses comandados pelo famoso capitão Thomas Cavendish.
Com ajuda dos goitacazes, Luísa Grimaldi organizou a defesa da baía de Vitória e conseguiu repelir os invasores.
Enquanto isso, em Portugal, Francisco de Aguiar Coutinho – parente mais próximo do capitão donatário falecido, uma vez que este não tivera filhos com Luíza Grimaldi – movia uma ação pelo direito de posse da capitania. O familiar alegava que uma mulher não podia assumir o lugar do marido falecido.
Francisco de Aguiar Coutinho teve seu direito à sucessão reconhecido e Luísa Grinalda entregou o governo ao seu adjunto, Miguel de Azeredo, em 1593.
Regressou a Portugal e se recolheu no mosteiro dominicano de Évora, onde faleceu em 1626, aos 85 anos de idade.