O Educador Jesuíta que foi professor do Primeiro Inventor e do Primeiro Grande Diplomata do Brasil.
O Padre Jesuíta Alexandre de Gusmão (1629-1724) Nascido em Lisboa de família de fidalgos, decidiu ser missionário da Companhia de Jesus e se mudou para a Cidade de Salvador, Estado do Brasil em 1654 onde viveu boa parte de sua vida.
Foi Pedagogo e educador, autor de doutrinas e exercícios, teorias e práticas de educação. Foi do Fundador do Seminário de Belém de Cachoeira, Bahia, em 1686 para a educação dos leigos da Companhia.
Concorriam os alunos de toda parte do Brasil, principalmente dos recôncavos baianos, pobres e filhos de fazendeiros, para serem admitidos na Companhia de Jesus (Colégio dos Jesuítas) e em outras ordens regulares como na Universidade de Coimbra. (O Seminário foi fechado em 1759 após a expulsão dos Jesuítas)
O Padre Alexandre de Gusmão que na época era o mais prestigiado dos professores jesuítas, teve cerca de 1.500 alunos, entre eles o Inventor e pioneiro da Aviação o Padre Bartholomeu Lourenço, que adotou o sobrenome Bartolomeu de Gusmão em reverência a seu mestre e amigo.
O Primeiro dos inventos de Bartolomeu, foi o mecanismo que canalizava água para o Seminário vindo do rio mais próximo.
Podendo ser do lago ou mar, a altura que pretendesse. Sua idéia beneficiou vários Conventos, Igrejas e Engenhos causando admiração de todos.
O Famoso Diplomata Alexandre de Lourenço, (conhecido como Alexandre de Gusmão) irmão do Padre Voador também nascido em Santos em 1695, tomou do padrinho jesuíta o sobrenome Gusmão, também foi seu aluno e seu afilhado.
Por orientação de seu padrinho Jesuita, o jovem Alexandre de Gusmão passou para o Colégio das Artes, ainda na Bahia, onde completou em três anos seus estudos de Latim e Lógica, Metafísica e Ética, Retórica e Filosofia, distinguindo-se como "filósofo excelente".
Em 1710, Alexandre muda-se para Lisboa para morar com seu já famoso irmão Bartolomeu. Por meio dos contatos deste com a Corte portuguesa, Alexandre é escolhido em 1715 como secretário da Embaixada portuguesa onde inicia sua carreira de Diplomata.
O Padre Alexandre de Gusmão faleceu em 1724 aos 95 anos de idade no Colégio dos Jesuítas de Salvador.
Fonte: Alexandre de Gusmão e o Tratado de Madrid: 1695-1735. t.2. 1735-1753. Por Jaime Cortesão/ História, infância e escolarização - Página 16. De José Gonçalves Gondra. Revista do Instituto Histórico da Bahia, 1924/Revista do Instituto histórico e geográfico de São Paulo1 comentário
“Os nossos tupinambás muito se admiram dos franceses e outros estrangeiros se darem ao trabalho de ir buscar o seu arabutan [pau-brasil]. Uma vez um velho perguntou-me: Por que vindes vós outros, maírs e perôs (franceses e portugueses) buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra ? Respondi que tínhamos muita mas não daquela qualidade, e que não a queimávamos, como ele o supunha, mas dela extraíamos tinta para tingir, tal qual o faziam eles com os seus cordões de algodão e suas plumas.
Retrucou o velho imediatamente: e porventura precisais de muito? Sim, respondi-lhe, pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos, facas, tesouras, espelhos e outras mercadorias do que podeis imaginar e um só deles compra todo o pau-brasil com que muitos navios voltam carregados. — Ah! retrucou o selvagem, tu me contas maravilhas, acrescentando depois de bem compreender o que eu lhe dissera: mas esse homem tão rico de que me falas não morre? — Sim, disse eu, morre como os outros. Mas os selvagens são grandes discursadores e costumam ir em qualquer assunto até o fim, por isso perguntou-me de novo: e quando morrem para quem fica o que deixam? — Para seus filhos se os têm, respondi; na falta destes para os irmãos ou parentes mais próximos. — Na verdade, continuou o velho, que, como vereis, não era nenhum tolo, agora vejo que vós outros maírs sois grandes loucos, pois atravessais o mar e sofreis grandes incômodos, como dizeis quando aqui chegais, e trabalhais tanto para amontoar riquezas para vossos filhos ou para aqueles que vos sobrevivem! Não será a terra que vos nutriu suficiente para alimentá-los também ? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estamos certos de que depois da nossa morte a terra que nos nutriu também os nutrirá, por isso descansamos sem maiores cuidados.
28097 87
“
Nem sempre tudo que tem uma relevância na memória tem uma relevância na historiografia.