Como o leitor me documentou, a foto é de 26 de outubro de 1967, registra uma briga entre alunos apenas da Universidade Mackenzie e saiu na capa da edição do dia seguinte da Folha.Ela mostra um grupo de jovens de direita que tentava destruir a urna da eleição para a diretoria da União Estadual dos Estudantes, disputada pela chapa Nova UEE (com José Dirceu candidato a presidente e o mackenzista Américo Nicolatti a vice), pela Frente Universitária Independente (liderada pelo PCB) e pela Frente de Trabalho, da situação (liderada pela AP).Gil Passarelli (1917-1999), um dos melhores repórteres-fotográficos que este jornal já teve, ganhou o Prêmio Esso de Fotografia com ela. Mas até em livro de sua autoria, a foto saiu como se fosse de 1968. O Banco de Dados da Folha corrigiu a legenda no arquivo em 2001, mas ela voltou a sair errada.Martinelli desejava corrigir a falha No início de outubro, acontece o episódio mais violento em São Paulo. No 2 de outubro, os estudantes da USP estavam na Rua Maria Antônia, onde na época era a sede da USP, fazendo pedágio para arrecadar dinheiro para o 30º Congresso da UNE, que se realizaria no fim do mês, quando estudantes do Mackenzie, pertencentes ao CCC (Comando de Caça aos Comunistas), a FAC (Frente Anticomunista) e ao MAC (Movimento Anticomunista), atiraram ovos em cima dos estudantes da USP, iniciando o confronto que ficou conhecido como a “Batalha da Maria Antônia”.A batalha que envolveu aproximadamente um grande número de estudantes do Mackenzie e da USP, durou dois dias e terminou com a morte do estudante secundarista José Carlos Guimarães com um tiro de fuzil e dezenas de feridos. Luiz Travassos, presidente da UNE e José Dirceu, presidente da UEE conduziram as manifestações de protesto.