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Relato do Conde d’Eu sobre a morte da Princesa Isabel
19 de novembro de 192108/04/2024 22:36:26
Conde d’Eu / Princesa Isabel
Data: 01/01/1920
Créditos: Causa Imperial

Carta do Conde d’Eu a D. Maria Amanda Paranaguá Dória (1849-1931), Baronesa de Loreto.

D. Amanda era natural da Bahia, filha do Marquês de Paranaguá e esposa do Dr. Franklin Américo de Meneses Dória, Barão de Loreto.

Foi educada junto com a Princesa Isabel e, enquanto eram meninas, num acidente, a Princesa feriu involuntariamente a amiguinhas.

Estavam ambas brincando de plantar uma horta, no jardim do Palácio de São Cristóvão, e a Princesa, num gesto desastrado, vazou com uma ferramenta o olho da companheira.

A Baronesa de Loreto usou por toda a vida um olho de vidro, confeccionado com tal perfeição que ninguém se dava conta disso. Até à morte foram amigas inseparáveis.

A Baronesa de Loreto acompanhou a Família Imperial na viagem de exílio e deixou um relato comovedor da travessia do Atlântico a bordo do vapor Alagoas.

O Conde d’Eu sempre a tratou cerimoniosamente, como “Senhora Dona Amanda”, mas percebe-se, pelo tom das cartas, que ela era realmente muito familiar e chegada à Família Imperial.

Segue a carta em que o Conde d’Eu comunica à sua correspondente a morte da Princesa.

“Castelo d’Eu, 19 de novembro de 1921.

Dia de Santa Isabel de Hungria, que era dia dela!

Senhora Dona Amanda,

Estas são as primeiras linhas que escrevo para o Brasil depois do terrível golpe; e nem estou em estado de dar-lhe, como desejaria, pormenores.

Não quero, porém, deixar de enviar-lhe já as inclusas fotografias que ela lhe destinava, e à Marianinha Suruí, assinando-as ainda na manhã do mesmo dia em que se declarou a febre que o médico logo atribuiu a embaraço pulmonar, e nem mesmo talvez três horas antes!

O mal, embora com altos e baixos, não cessou mais durante os três dias seguintes (nos quais se confessou longamente e recebeu a Sagrada Comunhão) até que no 5º dia, dia 14, pelas 9h ½ da manhã perdeu repentinamente os sentidos e não durou nem meia hora, chegando, contudo, o Pároco a tempo de lhe aplicar a Extrema-Unção, todos nós de joelhos em roda, à exceção das crianças, que só mais tarde foram chamadas para dar o beijo de despedida à querida Vovó!

Calcule a desolação em que ficamos e amerceie-se da desgraça deste amigo velho de todos os seus.

Gastão d’Orleans”

A Marianinha Suruí citada na carta é D. Mariana Cândida de Lima e Silva, filha de Manuel Francisco de Lima e Silva, Barão de Suruí (1793-1869), e de sua sobrinha e esposa D. Carlota Guilhermina de Lima e Silva (1817-1894).

Esta, por sua vez, era filha do Regente do Império Francisco de Lima e Silva (irmão de seu marido) e era irmã do Duque de Caxias e do Conde de Tocantins.

Foi ela, juntamente com a Baronesa de Loreto, a feliz destinatária de uma das últimas fotografias assinadas pela Redentora.

Artigo escrito pelo Professor Armando Alexandre dos Santos, historiador, jornalista e escritor, além de membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e monarquista de longa data, e publicado no jornal “A Tribuna Piracicabana” (edição de 29/11/2014).

Publicação da Causa Imperial sobre o falecimento da Princesa Dona Isabel
Relato do Conde d’Eu sobre a morte da Princesa Isabel
Princesa Isabel e o Conde d’Eu
Data: 01/01/1919
Créditos: Reprodução / Twitter
Isabel aos 73 anos(vr)((ff)


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