c | Nascimento de Maria Ana de Bragança |
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| 21 de julho de 1843, sexta-feira. Há 181 anos |
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| | | Maria Ana era filha da rainha D. Maria II de Portugal e de seu consorte, o rei D. Fernando II. Após a morte da sua mãe em 1853, quando Maria Ana tinha apenas dez anos de idade, a infanta tornou-se a dama mais importante da corte, até ao casamento do seu irmão, o rei Pedro V, com a princesa Estefânia de Hohenzollern-Sigmaringen em 1858.
Embora inicialmente Maria Ana tenha tido uma boa relação com a cunhada, em carta de 1859, já após a morte de Estefânia, dirigida ao príncipe Alberto de Saxe-Coburgo-Gota, Pedro V refere que a irmã tecia comentários pouco lisonjeadores sobre a sua esposa "por vaidade de mulher que se sente descer no seu estatuto (...)".
A relação entre as duas cunhadas parece ter oscilado muito entre a chegada de Estefânia em maio de 1858 e o casamento de Maria Ana em Maio de 1859. A rainha deixou os seguintes testemunhos sobre a infanta: "Sob todos os aspectos, a que mais se assemelha a Pedro (...)", "É uma pessoa encantadora, boa, generosa, notavelmente ajuizada para a sua idade, sem o menor egoísmo, respeitada e amada por todos nós (...)
Jorge da Saxónia achou um verdadeiro tesouro. Ela está feliz e ama-o, mas não consegue falar do momento em que deixará a família sem chorar. O que é certo é que nos deixará um vazio imenso." O irmão de Maria Ana, Pedro, afirma também nesta altura que esta é "a pérola do nosso circulo familiar" numa carta ao príncipe Alberto.
Casou-se em Lisboa, no dia 11 de maio de 1859, com o então príncipe Jorge da Saxónia. A rainha Estefânia tentou dar algum brilho à cerimónia, mas esta acabou por se realizar de forma discreta e não deixou memória nem em Portugal nem na Saxónia. O casal passou os seus primeiros dias de matrimónio no Palácio de Belém.
Durante o curto período que passaram em Portugal após a cerimónia, o príncipe Jorge não deixou uma boa impressão junto da família uma vez que mal se dirigia à noiva e não esteve presente numa ida ao teatro para a qual tinha sido convidado. Nessa mesma aparição, Maria Ana, de quinze anos, foi vista a chorar.
O casal de noivos partiu para a Saxónia a 14 de maio. Maria Ana não teve permissão para levar damas portuguesas e foi só acompanhada pelo irmão Luís na viagem. Sobre o casamento, Pedro V escreveu o seguinte: "celebrou-se com mais pompa do que alegria o casamento da minha irmã com o príncipe Jorge da Saxónia. É desgraçada sina, que persegue este último, não deixar simpatias em parte alguma e despedir quase sempre pouco agradadas dele as pessoas que se lhe aproximam."
O casamento entre Maria Ana acabaria por ser infeliz uma vez que, segundo o historiador Eduardo Nobre, o príncipe "não correspondeu às expectativas e às qualidades da infanta portuguesa". Apesar disso, tiveram oito filhos.
Apesar de ter renunciado aos seus direitos de sucessão em Portugal, Dona Maria Ana poderia recuperá-los caso a linha masculina dos Bragança se extinguisse completamente, algo que esteve quase a acontecer em 1861 quando Pedro V e outros dois irmãos morreram de febre tifóide sem deixar descendentes.
Esta hipótese, no entanto, acabou por ser definitivamente excluída quando o rei Luís I se casou com Maria Pia de Saboia e teve dois filhos, o futuro rei Carlos I e o infante Afonso. Apesar de tudo, Maria Ana parece nunca ter dado grande importância a esta hipótese, devido à sua relação matrimonial atribulada e ao grande número de filhos.
Por volta de 1883, o seu filho mais novo, o príncipe Alberto da Saxónia, adoeceu gravemente, o que levou Maria Ana a cuidar dele durante vários meses até este recuperar. Este esforço acabaria por lhe ser fatal, uma vez que a infanta acabou por morrer, a 5 de fevereiro de 1884, de esgotamento, antes de o marido ascender ao trono da Saxónia. | |
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| | | Créditos / Fonte: Reprodução Wikipedia |
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