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Tratado de Amizade, Navegação e Comércio entre Brasil e EUA: “Isto não é um povo civilizado”
12 de dezembro de 182810/04/2024 17:55:35

Condy Raguet
Data: 01/01/1836
Créditos: William Henry Fairfax (1804 - 1837)
1° Embaixador americano no Brasil(.224.

Por ocasião da independência do Brasil, não recebemos prova alguma de boa vontade por parte dos americanos, e só depois de outros países reconhecerem a emancipação do Brasil é que os Estados Unidos reconheceram a nossa autonomia.

Note-se que a célebre doutrina de Monroe, data de 1823, a mensagem presidencial desse ano que aquele presidente estabeleceu a não-intervenção da Europa nas coisas da América.

Dois anos depois, em 1825, é que a nossa independência foi reconhecida por Portugal, pela intervenção inglesa, representada na pessoa de Sir Charles Stuart, depois Lorde Rothesay.

Mais tarde é que os Estados Unidos celebraram com o Brasil um tratado de amizade, comércio e navegação. O ministro americano no Rio, Raguet, opôs grandes embaraços à nossa nascente nacionalidade, embaraços que foram só em parte removidos pelo seu sucessor, William Tudor.

Condy Raguet, da Pensilvânia, exerceu suas funções até agosto de 1829, uma vez trocados, em Washington, os instrumentos de ratificação do Tratado de Amizade, Navegação e Comércio, que fora negociado e assinado no Rio de Janeiro a 12 de dezembro de 1828. Havia sido precedido, nos Estados Unidos, por um agente consular, Antônio Gonçalves da Cruz, já residente no país quando foi nomeado, a 15 de janeiro de 1823, cônsul-geral do Brasil com jurisdição sobre todo o país.

As funções consulares limitavam-se, entretanto, à esfera comercial. Coube a Silvestre Rebello a tarefa de vencer, num curto lapso de tempo, as resistências e dúvidas do governo de Washington e ver reconhecido o Império como um novo Estado soberano na comunidade internacional.

Para se fazer uma idéia do que foi a missão de Raguet basta percorrer, rapidamente, a sua correspondência. Raguet acusa a nossa esquadra no rio da Prata de covardia; diz que com o povo brasileiro é inútil apelar para a razão e para a justiça; Raguet em termos grosseiros ameaça o ministro dos Estrangeiros de uma guerra com os Estados Unidos:

“Isto não é um povo civilizado”. Tal foi o procedimento de Raguet e tais foram as suas grosserias, que Henry Clay, Secretário de Estado, mandou-lhe um despacho, estranhando as suas maneiras, e dizendo-lhe que era preciso não esquecer que, afinal de contas, o Brasil era um país cristão.

Da correspondência de Raguet vêem-se os contrabandosfeitos na costa do Brasil pela Morning Star de Filadélfia; a insolênciado comandante Biddle da Cyane com a nossa flotilha ao mando doalmirante Pinto Guedes; vê-se a manobra fraudulenta do navio americano President Adams, saindo de Montevidéu com falso manifestopara Boston, e tentando ir abastecer o porto de Buenos Aires que oBrasil bloqueava.1
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“Os nossos tupinambás muito se admiram dos franceses e outros estrangeiros se darem ao trabalho de ir buscar o seu arabutan [pau-brasil]. Uma vez um velho perguntou-me: Por que vindes vós outros, maírs e perôs (franceses e portugueses) buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra ? Respondi que tínhamos muita mas não daquela qualidade, e que não a queimávamos, como ele o supunha, mas dela extraíamos tinta para tingir, tal qual o faziam eles com os seus cordões de algodão e suas plumas. Retrucou o velho imediatamente: e porventura precisais de muito? Sim, respondi-lhe, pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos, facas, tesouras, espelhos e outras mercadorias do que podeis imaginar e um só deles compra todo o pau-brasil com que muitos navios voltam carregados. — Ah! retrucou o selvagem, tu me contas maravilhas, acrescentando depois de bem compreender o que eu lhe dissera: mas esse homem tão rico de que me falas não morre? — Sim, disse eu, morre como os outros. Mas os selvagens são grandes discursadores e costumam ir em qualquer assunto até o fim, por isso perguntou-me de novo: e quando morrem para quem fica o que deixam? — Para seus filhos se os têm, respondi; na falta destes para os irmãos ou parentes mais próximos. — Na verdade, continuou o velho, que, como vereis, não era nenhum tolo, agora vejo que vós outros maírs sois grandes loucos, pois atravessais o mar e sofreis grandes incômodos, como dizeis quando aqui chegais, e trabalhais tanto para amontoar riquezas para vossos filhos ou para aqueles que vos sobrevivem! Não será a terra que vos nutriu suficiente para alimentá-los também ? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estamos certos de que depois da nossa morte a terra que nos nutriu também os nutrirá, por isso descansamos sem maiores cuidados.

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É por demais conhecido o fato de que toda a empresa marítima portuguesa foi expressa pelos contemporâneos em linguagem religiosa e, mais ainda, missionária. Os contemporâneos nos dão a impressão de que, para eles, o maior acontecimento depois da criação do mundo, excetuando-se a encarnação e morte de Jesus Cristo, foi a descoberta das índias.
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