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Confirmação de terras a “mestre Cosme, bacharel”
25 de maio de 154205/04/2024 00:17:56

Bandeiras e Bandeirantes de São Paulo
Data: 01/01/1940
Créditos: Francisco de Assis Carvalho Franco
Página 15

O estabelecimento da colonização portuguesa inicial na costa vicentina fôra feito pelo denominado "bacharel de Cananéa", o qual vem citado na carta de confirmação de sesmaria, mandada passar na villa de São Vicente, pelo capitão-mór Antonio de Oliveira, a Pedro Corrêa, aos 25 de maio de 1542, onde se lê:

"faço saber aos que esta minha carta de confirmação virem, como por Pedro Corrêa, morador nesta villa de São Vicente, me foi feita uma petição em que diz que por Gonçalo Monteiro, que aqui foi capitão lhe foram dadas umas terras da outra banda desta villa, que é o porto das náos, terra que era dada a um mestre Cosme, bacharel, etc. -" (Bandeiras e Bandeirantes de São Paulo. Francisco de Assis Carvalho Franco. Página 17)

Chega um maremoto em São Vicente com ondas de 10 metros [1]

Ernesto Guilherme Young (1850-1914), pesquisando os arquivos dos cartórios e do Tombo de Iguape, publicou, em l896, pelo Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, seu clássico “Esboço Histórico da Fundação da Cidade de Iguape” (1895), no qual conseguiu identificar o bacharel como sendo Cosme Fernandes Pessoa, ou simplesmente Mestre Cosme Fernandes.

Young baseou-se no fato que, no século XVI, existiu em Iguape um grande latifundiário chamado Cosme Fernandes, cujas terras, posteriormente, passaram a seus herdeiros, entre eles o capitão Francisco Álvares Marinho. Corrobora essa tese uma carta de confirmação de sesmaria, passada na Vila de São Vicente em 25 de maio de 1542, por ordem do capitão-mor Antônio de Oliveira: “

... faço saber ao que esta minha carta de confirmação de sesmaria virem, como por Pedro Correia, morador nesta vila de São Vicente me foi feita uma petição em que diz que por Gonçalo Monteiro, que aqui foi capitão, lhe foram dadas umas terras da outra banda desta vila, que é o Porto das Naus, terra que era dada a um Mestre Cosme, Bacharel.”

“Antonio de Oliveira, capitão e ouvidor com alçada pelo Sr. Martim Afonso de Sousa, governador desta capitania de São Vicente, na costa do Brasil, etc... Faço saber aos que esta minha carta de confirmação virem, como Pedro Correia, morador nesta Vila de S. Vicente, me foi feita uma petição em que diz que por Gonçalo Monteiro, que aqui foi capitão, lhe foram dadas umas terras da outra banda desta ilha, que é o porto das naus, terra que era dada a um Mestre Cosme, Bacharel, e outra onde chamam de Perohibe... as demarcações delas, as quais eu, escrivão dou fé e digo ser verdade, que no dito livro do tombo são duas cartas registradas da terra que Gonçalo Monteiro, sendo capitão, deu ao dito Pedro Correia, e partem em esta maneira: a 1ª. Que foi dada, que é defronte desta Ilha de S. Vicente, que era antes dada pelo Governador a um Mestre Cosme Bacharel, que o dito Pedro Correa houve por devolutas...nesta Vila de S. Vicente, aos 25 de maio de 1542. – Antonio de Oliveira.” (J. J. Ribeiro, em “Cronologia Paulista”- V. I. Transcrição à pág. 342).

Por este documento sabemos que em 1533/1534 o Capitão-mor e vigário Gonçalo Monteiro as concedeu mediante uma primeira escritura pública, onde declara que antes da administração e governo de Martim Afonso, essas terras haviam pertencido a um Bacharel Mestre Cosme. Evidentemente esse Bacharel é o mesmo personagem descrito por Diogo García de Moguer e Alonso de Santa Cruz, de 1526 a 1530, habitando o mesmo local, com o povoado de São Vicente, a sua fortaleza de pedra, o estaleiro ou arsenal, e seu grande tráfico de escravos (que Pero Correa continuaria nos mesmos locais), em sociedade com seus genros Gonçalo da Costa e Francisco de Chaves, sendo evidente que é o mesmo Bacharel de Iguape e Cananéia que, tendo sido intimado pelo rei de Portugal, abandona São Vicente, para voltar a seu lugar de degredo, Cananéia (1501 / 1502), onde seria encontrado por Martim Afonso (1531). Não há notícia de outro Bacharel na nossa primitiva história, no que concerne à parte sul do Brasil, principalmente do Rio de Janeiro até o Rio da Prata.

O Governador a que a escritura de 1542 faz referência e que dera as terras em causa ao Bacharel, não era outro, senão Cristóvão Jacques, enviado como governador das terras ou costas do Brasil, em 1516/1517, ano em que São Vicente e Itamaracá são transformadas em capitanias.

Nesse mesmo ano Cristóvão Jacques deixa Pero Capico, como Capitão de São Vicente, onde ficaria até 1527, quando é substituído por Antonio Ribeiro. Demonstra pois este documento, que São Vicente tivera antes da chegada de Martim Afonso, dois Capitães, e naturalmente um governador Itinerante ou Geral, este último sediado em Itamaracá.

Pelo exposto, fica bastante clara a existência e identidade do Bacharel Mestre Cosme Fernandes, sendo que, na explanação a seguir ficará esclarecido que realmente foi este Bacharel, o fundador do povoado de São Vicente, elevado em 1532 à condição de Vila, por Martim Afonso de Sousa.

O Bacharel Mestre Cosme Fernandes, segundo alguns historiadores, era homem de ilustração e fidalguia (Ruy Diaz de Gusmán, em “Argentina”, Rocha Pombo em “História do Brasil”, V. III pp 152/153).[3]

Agora, já que provámos a inverdade que representa a affirmação de ter Martini Affonso entrado com os seus navios pela barra da actual cidade de São Vicente, vamos mostrar aos leitores um dos elementos principaes e únicos a que se apegaram os vicentistas, além do falso "Diário" de Pero Lopes, para effectuarem a consagração do erro. Trata-se da Carta de confirmação das terras de Pero Corrêa, passada a 25 de Maio de 1542, pelo Capitão-Mór Antonio de Oliveira, a que ja nos referimos, cuja transcripção integral fazemos em appendice ao final desta óbra. Vejamos em resumo o que diz ella neste sentido : Faço saber aos que esta minha carta de confirmação virem, como por Pedro Corrêa, morador nesta villa de São Vicente, me foi feita uma petição, em que diz que por (Gonçalo Monteiro, que aqui foi capitão, lhe foram dadas umas terras da outra banda desta ilha, QUE É O PORTO DAS NÁOS, terra que era dada a um Mestre Cosme, bacharel e outra de onde chamam Perohybe, e é dez ou doze léguas desta villa, das quaes terras elle Pedro Corrêa tinha carta e lhe cahira no mar, as quaes estavam registradas em o livro de tombo que o escri- vão de datas tem em seu poder, e me pedindo pelas ditas confrontações, que no dito livro do tombo esta- vam lhe mandasse passar nova carta das ditas terras que me pedia, mais uma ilha de tres que estão defronte da dita terra de Perohybe PARA SEU APOSENTA- MENTO DE CARGA E DESCARGA DAS NÁOS A primeira que foi dada, que é de- fronte desta ilha e villa de S. Vicente co- meça a partir do PORTO DAS NÁOS, partindo com terras de Antonio Rodrigues até ir partir com terras de Fernão de Moraes, defunto, ou com cujos forem daqui por diante a deu ao dito Pedro Corrêa, e onde começou a partir que é NO DITO PORTO DAS NÁOS, ficará um "rocio de tiro de arco, assim, como foi mandado e ordenado pelo Snr. Governador, que fique livre e desembargado para quando AS NÁOS ALLI ANCORAREM... etc..." Este documento, de cujo final já tratámos atraz, foi sempre como dissémos, um dos cavallos de batalha dos apo- logistas da barra vicentina, que citaram para prova da hy- póthese defendida, exactamente, a existência do chamado PORTO DAS NÁOS fronteiro a Tumyarú. Bem observados, potrem, poi* quem sáiba ou queira ler, os dizêres desse documento, assim interpretados "ad libitum", voltam-se todos contra os próprios manej adores, porquê provam irremediavelmente, como aliás já demons- trámos, que a Villa de São Vicente não possuia porto do lado da ilha, collocando-se em choque com a declaração 100 FRANCISCO MARTINS DOS SANTOS do "Diário da navegação" de Pero Lopes, de haver Mar- tini Affonso descido no Porto de São Vicente e varado uma náu em terra, e revelando ainda mais a realidade das cou- sas, mostrando que de facto, o PORTO DE SÃO VICENTE não ficava na face occidental da ilha e sim na face orien- tal, onde havia alem do Porto de S. Vicente mais o Porto das Náus, (das náus que vinham de fóra). [4]Sobre estes impedimentos naturaes, vem a Escriptura de 25 de Maio de 1542, assignada pelo Capitão-Mór Antonio de Oliveira, em favor de Pero Corrêa, (Carta de confirma- ção e doação), indicando que desde 1532 nunca houve PORTO na Ilha de São Vicente, do lado da Villa, confir- mando a primitiva doação de Gonçalo Monteiro ao mesmo Pero Corrêa com as seguintes palavras: "a deu ao dito Pedro Corrêa, e, onde começou a partir que é NO DITO PORTO DAS NÁOS, ficará um rocio de tiro de arco, assim como foi mandado e orde- nado pelo Snr. governador, que fique livre e desembar- gado para quando as náos alli ancorarem. . . etc." Esse documento como se vê, próva que a Villa de São Vicente não possuía porto e que as suas terras éram pri- vadas de desembarque, sem o quê, o "rocio de um tiro de arco para quando as naus alli ancorassem" não teria sido reservado nas terras fronteiras e sim na própria ilha. [5]
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Nós temos a pretensão que temos artistas, porque temos Portinari, porque temos Vila- Lobos, ou temos Beethoven. Então isso nos da aparência, o orgulho de que nós temos arte. Nós não temos arte porra nenhuma. Porque tanto Picasso quanto Beethoven pertencem a grupos muito pequenos. Bom, até que agora 1977) os instrumentos de massa estão permitindo que mais outras pessoas se comuniquem com isso. Mas é tudo um código complicado para que um popular chegue a entender isso. Na maior parte das vezes não chega. Ninguém chega a entender.
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