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“O Campo Largo Sorocaba”, A História de Araçoiaba da Serra, 07.2011. Dagoberto Mebius
julho de 2011. Há 13 anos
chegada das tropas vindas do sul e estacionavam desde o Jundiaquara até os campos do Itinga já naVila de Sorocaba.Essa extensão de acampamentos tinha como razão a quantidade de animais que eram dispostosentre os vários ribeiros da bacia da região – era uma das maneiras de cercar, descansar, engordar,controlar os animais.No auge do comércio de muares esses acampamentos ocupavam áreas desde o rio Sarapú e dorio Alambarí. Assim Jundiaquara, Jundiacanga, Nhambiru, Guatambú, Cercado, Campo-do-Meio,Campo Largo são designações muito antigas, herança dos pioneiros dessa odisséia.Podemos afirmar sem receio que a região, portanto era conhecida desde as mais remotas eraspelos mercadores e aventureiros que nessas paragens, foram fixando-se e dedicando-se a agriculturasimples e alguma atividade pastoril.O florescimento desses núcleos ocorreu com os primeiros brancos no final do século XVI edurante os próximos séculos, pois havia vários outros forninhos produzindo ferro nas proximidadesdo morro Araçoiaba e não somente o antigo forno dos Sardinhas. Outro fato eram os faiscadores deoutros metais, mais aventureiros ainda do que os preadores e mineradores que por aqui passaramsem deixar vestígios. Passaram anônimos por que a sua atividade era proibida por Portugal. A cadainvestida nas minas de ferro do Araçoiaba iam criando-se roças e surgindo casebres em torno dadita fábrica. Um decreto régio no início do século XIX ordena a desocupação das terras do entornoda fábrica. Isso leva a crer que aqueles arranchamentos começam então a receber uma populaçãoque vai se fixando permanentemente e assim se firmam os arraiais de: Jundiaquara, Jundiacanga,Nhambiru, Guatambu, Guaguariu, Araçoiaba-Mirim1 (atual bairro do Araçoiabinha) entre outros. Éa partir desse momento que a história de Campo Largo é incorporada ao ciclo tropeiro e não épossível até fins do século XIX fazer uma dicotomia histórica.Com o abandono da Fábrica de Ferro do Araçoiaba que estava sobe a direção de Martim GarciaLumbria, os irmãos Moreira Cabral e de Frei Pedro de Souza – um capuchinho oportunista eaventureiro, no século XVIII as terras da fábrica são incorporadas as sesmaria de Luiz Lopes deCarvalho. É bem provável que nessa época a região já estivesse ocupada com uma população maisou menos agrupada formando o princípio da atual vila de Campo Largo. [Página 2]

A história recente de Araçoiaba da Serra está explicita e escrita no seu desenvolvimento social eurbano, com muitas escolas, nos serviço comunitários e de saúde, no comércio ativo.Este breve histórico sobre Araçoiaba da Serra poderá ser ampliado com uma visita ao MuseuSorocabano, que guarda um acervo importante sobre a cidade. ALGUMAS CURIOSIDADES HISTÓRICAS E FOLCLÓRICAS DE ARAÇOIABA DASERRA“A menina santa de Campo Largo”Os mais antigos moradores falam da “menina santa”, que teria vivido na antiga CampoLargo. Chamava-se Maria do Lado. Segundo a tradição oral teria vivido muitos anos sem sealimentar e mesmo assim gozava de excelente saúde. Era vidente e fazia curas milagrosas. Uma desuas visões mais curiosas seria esta: “... que haviam de voar carros de fogo no ar.” Seria por acasouma visão dos aviões? Detalhe Maria do lado faleceu no dia 15 de fevereiro de 1842, aos 20 anos,sem receber os “sacramentos” como era de praxe. É interessante lembrar que o cemitério primitivoda cidade ficava atrás da antiga Capela de N.S. das Dores. No atual cemitério inaugurado em 1896pelo então Intendente Francisco de Paula Xavier de Toledo, encontra-se abandonado um pequeno etosco túmulo ao qual seria o da “menina santa”, cujos restos para ali foram transladados por volta de1901.Mas os antigos moradores do arraial do Itarassú – antigo nome de Capela do Alto, dizemque a “menina santa”, cujo nome também é Maria do Lado, teria vivido e ali sido sepultada em 11de março de 1881.Qual destas duas seria a lendária “menina santa”? Não se sabe.E ambos registros constam dos assentamentos de óbitos da paróquia.

“Os construtores de uma capela”

Os construtores da capela de N.S. das Dores mal sabiam que estavam construindo uma cidade. Foram eles alferes Bernardino José de Barros, cujas terras eram parte da antiga sesmaria da mãe de Baltazar Fernandes, que se estendia até Curitiba, Antônio Gomes de Carvalho e José Lopes Machado – estes dois últimos não são citados em nenhum das fontes – constam, porém da obra de Vicente Hypnarowski. No livro de Tombo n.º 14, registrou-se:

“... no dia 14 de novembro de 1826,às 4 horas da tarde benzi (Padre Gaspar Antônio Malheiros) a nova capela... no dia 15 de novembrode 1826, às 10 horas da manhã, já com a imagem da santa introduzida, deu-se início a primeiramissa solene...”.As despesas para todas essas providências foram efetuadas pela colaboração do povo e deBernardino José de Barros, que em troca recebeu o direito de ter sete campas para nelas seremsepultados, ele, sua mulher e outros benfeitores. [“O Campo Largo Sorocaba”, A História de Araçoiaba da Serra, 07.2011. Dagoberto Mebius. Página 5]

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