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Pedro Correia e Manuel de Chaves, que pereceram devorados pelos selvagens carijós
setembro de 155504/04/2024 11:34:33

A ocasião de sua morte (segundo conta o Padre José de Anchieta, que seguirei á letra na sustância, assim pela autoridade de sua pessoa, como por suas notícias mais certa, por ser ele atualmente mestre, contemporâneo, e coabitador do mesmo Colégio, quando deram as vidas estes dois servos do Senhor) foi a seguinte. Corria fama de uma nação de gente, que habitava além dos Carijós, a que chamavam Igbirayaras os naturais, e os portugueses Bilreiros: dizia-se que era dotada de bons costumes, de uma só mulher, de não comerem carne humana, de sujeição a uma só cabeça, que não eram amigos de matar, e outros raros entre os mais nativos: e parecia que tinham já bom caminho andado pera aceitar a doutrino de Cristo. [Simão de Vasconcelos (1597-1671). Chronica da Companhia de Jesus do Estado do Brasil. vol 1, 1865. Página 250]

Senão que são incompreensíveis os juízos de Deus: entrou aqui o inimigo infernal, invejoso de tão grandes princípios: amotinou de improviso os bárbaros contra os pregadores da verdade, e determinaram em dar morte aos que pretendiam dar-lhes a vida. A causa de tão grande variedade, é certo que foi um Castelhano, homem perverso, que ali se achara com o irmão Correa: porém que Castelhano é este? Direi primeiro o que segue o Padre José de Anchieta, e tenho por mais certo, e o segui na Relação da Vida do Padre João de Almeida: depois direi o que seguem outros. Tinha um Padre de nossa Companhia dos que moravam no mesmo Colégio de Piratininga, por nome Manoel de Chaves, livrado das cordas e dentes dos Tupis a este Castelhano, que estava cativo: e da mesma maneira tinha livrado uma nativa Carijó, com quem andava em mau estado, dando reínedio aos dois, e ele com liberdade da vida, à ela com sujeição do estado de matrimônio. Este pois foi, segundo a relação de José, o Castelhano, causa da conjuração dos Carijós, pelo sentimento que teve de ver-se apartado da nativa, que tinha por amiga. E porque este é ponto sustancial, porei as palavras de José: "Este homem que os fez matar era um Castelhano, que estava cativo em poder dos Tupis, e o Padre Manoel de Chaves livrou da morte: da qual também livrou uma nativa Carijó, que ele tinha por manceba, a qual casaram os Padres: e porque não quiseram da-la ao barregão, como ele pretendia pera, tornar a seu pecado, tomou tanto ódio aos Padres, que veio a parar em fazer mata aos Irmãos." [Chronica da Companhia de Jesus do Estado do Brasil. vol 1, 1865. Página 252]

Em Azara, verbis: "Salio pues Chaves en setiembre de 1555 com una compañia de españoles y algunos indios ausiliares, y redujo sin dificuldad a los guaranís de la costa Del Paraná, que le franquearon sus canoas para intgraoducirse por el caudaloso Paranapané. Redujo a los numerosos guaranis de sua riberas hasta lIegar a intemarse por el caudeloso Tihahiba que entra, por la derecha ó por el Mediodia en diacho Paranapané. Desde alli determinó retirar-se por donde no habia estado y en su transito fue acometido por los guaranis lIamados peabiyus". [Henrique Paulo Schimdlin, pós-graduado em História e por muitos anos foi Coordenador do Patrimônio Cultural da Secretaria de Estado da Cultura. 14.02.2013. altamontanha.com/peabiru]

A expedição fora resgatar combilreiros. Bilreiros, segundo alguns cronistas (Simão de Vasconcellos, Joãode Laet), eram nomes portugueses que em tupi designavam os ibirajaras;porque usavam como armas paus ou lanças de madeira.Segundo a carta do Padre José de Anchieta (Cartas Jesuíticas,vol. 3º, págs. 79 a 83), os irmãos Pedro Correia e João de Sousa, enviados aos ibirajaras, foram trucidados por esse gentio. Parece que essas tribos estavam então vizinhas dos carijós. [Na Capitania de São Vicente, 1957. Página 332]

Acrescente-se a essas considerações, essa observação menos elevada, porém de mais realidade, reconhecendo que no Guairá estabeleceu-se também a luta entre a catequese religiosa e a colonização civilpara a ocupação da América do Sul pelos europeus.Tolerando ambas as formas, a proteção dos reis variava.

Os jesuítas portugueses já lá haviam mandado os irmãosPedro Correia e Manuel de Chaves, que pereceram em 1555 devorados pelos selvagens carijós. [1]

O padre Leonardo Nunes; os irmãos Pedro Correia e João de Souza, mártires pacificadores dos carijós. Utilizaram o caminho do Peabiru[2]

depoimento

Belchior Ferreira (ouvido a 8 de maio de 1627), natural da vila de SãoVicente, com mais de 80 anos de idade, filho de Belchior Ferreira e de Catarina Monteiro. Conheceu-o na capitania de São Vicente e nesta cidade, de74 anos para cá, pouco mais ou menos. E o tratara familiarmente porque eleo criou e doutrinou. Foi seu companheiro em visitas e jornadas em Santos,Bertioga, Itanhaém e São Paulo. Viveu com Anchieta na Casa de São Vicente. Eram tios dele testemunha Gregório Ferreira e Baltazar Ferreira

De que, espantado um índio principal que ia nela, dissera que levavam ali um santo.

Andando dois homens portugueses, por nome Francisco Corrêa e Domingos Luís na vila de São Vicente, levantados com o gentio do sertão, o Capitão Jorge Ferreira fizera muito por o haver, mas sem efeito.

E oferecendo-se o Padre Anchieta a os ir buscar, fora e os trouxera. Em o caminho, indo por um rio se virara a canoa, ficando o Padre no fundo, por um pedaço de tempo, sem se afogar. E entrando depois os índios na água a o buscar, o acharam embaixo dela em oração, o que todos então tiveram por milagre. Mas que ele testemunha o não viu, só ouviu publicamente.

Mas que vira, estando ele testemunha com o dito padre na Casa de São Vicente, ele lhe dera um escrito para o dito Capitão Jorge Ferreira, em que lhe dizia que o dito Francisco Corrêa lhe queria pedir licença para tornar ao sertão, e que convinha ao serviço de Deus não lhe dar.

E encarregara a ele testemunha fosse muito depressa, antes que o dito Francisco Corrêa se partisse, porque se estava embarcando. E que, chegado ele testemunha e dando o dito escrito ao dito Capitão, ele dissera que não daria a tal licença. E neste momento chegou o dito Francisco Corrêa e lha pedira.

E por lha negar, se soltara em palavras, de que sentido um filho do dito capitão, o repreendeu, de que o dito Francisco Corrêa se agravou e lhe atirou uma flechada, em retorno da qual o dito filho do dito capitão, por nome Gregório Ferreira lhe atirou outra, com que o matou logo.

E tornando-se ele testemunha para onde o dito padre estava, que era daí distância de quatro léguas, sem haver pessoa outra que pudesse dar notícia do sucedido, o dito padre, em lhe chegando, lhe dissera: “basta, que matou vosso tio a Francisco Corrêa”. E dizendo ele testemunha que sim, tornava o dito padre a dizer: “não o matou ele, senão mataram-no seus pecados!”

O que mais se confirmou, quando se soube depois que o dito Francisco Corrêa e seu companheiro Domingos Luís, estavam consertados a levarem suas mulheres e filhas para o sertão e as entregarem aos índios, em troco de suas mancebas que no sertão tinham. [Depoimento de Belchior Ferreira, 08.05.1627. Qualificação e Depoimento das Testemunhas dos Processos Anchietanos mais Antigos. Página 38]

Viu ele testemunha admoestar o dito padre a um homem, por nome Baltazar Fernandes, que andava mal encaminhado com uma mulher casada. Mandou Anchieta que saísse desse mau estado e visse o estado de enfermidade em que se encontrava, tão disforme que só se viam olhos e dentes no rosto. Ao que o homem respondeu: “Padre, morra gato, morra farto”. “Pois, desenganai-vos”, lhe disse o Padre, “que daqui a cinco dias vos hão de matar”. E assim foi que, dentro do dito tempo, o mataram com a própria mulher com quem estava amancebado, com escândalo público”.

“Encontrando ele testemunha com o Padre José de Anchieta na Guarativa, em cuja busca ele testemunha ia e João Gomes Sardinha e o Padre Manoel da Costa e Gregório Ferreira, todos já defuntos, que vinha de São Vicente, estava aí, na fazenda de Jorge Ferreira, uma negra, que havia dois anos que não falava e somente lhe palpitava o coração. E tanto que o dito padre se foi chegando para a dita negra, ela falou”... [Processos Anchietanos. Qualificação e Depoimento das Testemunhas dos Processos Anchietanos mais Antigos. Página 41]

6- Belchior Ferreira (ouvido a 8 de maio de 1627), natural da vila de SãoVicente, com mais de 80 anos de idade, filho de Belchior Ferreira e de Catarina Monteiro. Conheceu-o na capitania de São Vicente e nesta cidade, de74 anos para cá, pouco mais ou menos. E o tratara familiarmente porque eleo criou e doutrinou. Foi seu companheiro em visitas e jornadas em Santos,Bertioga, Itanhaém e São Paulo. Viveu com Anchieta na Casa de São Vicen-38 Qualificação e Depoimento das Testemunhas dos Processos Anchietanos mais Antigoste.

Eram tios dele testemunha Gregório Ferreira e Baltazar Ferreira. Por morar com ele de portas a dentro, o vira por muitas vezes arrebatado e levantado do chão, suspenso no ar mais de dois palmos. E, pela mesma comunicação, sabia que o Padre José não dormia mais que uma hora por dia, gastando todas as mais em oração. “Na vila de Santos, capitania de São Vicente,fora ele testemunha com o dito Padre José Anchieta a visitar um enfermo,por nome Nicolau Grillo, genovês, o qual estava com a candeia na mão paramorrer, de uma chaga, que lhe tomava toda uma ilharga da parte direita,com a carne tão gastada que quase se lhe enxergavam as entranhas, porque só tinha a teagem da banda de dentro dos ossos. E chegando-se o Padre, lhe descobrira o dito enfermo a chaga e lhe dissera... ide e prometesseuma esmola a Nossa Senhora. O que ele fez, mandando logo vir um ornamento inteiro de cetim carmesim e um lampadário de prata do Reino, para aIgreja de Nossa Senhora da dita vila de Santos. E isto foi público e quasetodos os moradores dela ouviram e deram graças a Deus por tão grandemilagre. E todos estes devem de ser mortos, por ser coisa muito antiga, porhaver mais de sessenta anos que isto aconteceu.” Em outra oportunidade,foi ele testemunha com Anchieta e seu companheiro, o Padre Leonardo doVale, e sete ou oito índios em uma canoa, da Bertioga para a dita vila deSantos, em um dia de mui grande calma, se queixava o dito padre Leonardoda calma que padeciam. E olhando o Padre José no mesmo tempo paratrás, via vir voando pelo ar um bando de pássaros, que chamam guarases.E, falando com um que vinha adiante, na língua do Brasil, que fizesse pararseus companheiros pássaros ali sobre eles. E no mesmo fizera o pássarodianteiro um caracol, como ajuntando aos companheiros e se puseram sobre a embarcação, fazendo-lhe sombra e assim foram um grande pedaço de tempo, que seria meia hora pouco mais ou menos.

E vindo depois uma nuvem que cobriu o sol, lhes dissera o dito padre, pela mesma língua, que eles fossem embora, o que eles fizeram, desamparando a canoa. De que, espantado um índio principal que ia nela, dissera que levavam ali um santo. Andando dois homens portugueses, por nome Francisco Corrêa e Domingos Luís na vila de São Vicente, levantados com o gentio do sertão, o Capitão Jorge Ferreira fizera muito por o haver, mas sem efeito.

E oferecendo-se o Padre Anchieta a os ir buscar, fora e os trouxera. Em o caminho, indo por um rio se virara a canoa, ficando o Padre no fundo, por um pedaço de tempo, sem se afogar. E entrando depois os índios na água a o buscar, o acharam embaixo dela em oração, o que todos então tiveram por milagre.

Mas que ele testemunha o não viu, só ouviu publicamente. Mas que vira, estando ele testemunha com o dito padre na Casa de São Vicente, ele lhe dera um escrito para o dito Capitão Jorge Ferreira, em que lhe dizia que o dito Francisco Corrêa lhe queria pedir licença para tornar ao sertão, e que convinhaao serviço de Deus não lhe dar.

E encarregara a ele testemunha fosse muito depressa, antes que o dito Francisco Corrêa se partisse, porque se estava embarcando. E que, chegado ele testemunha e dando o dito escrito ao dito Capitão, ele dissera que não daria a tal licença. E neste momento chegou odito Francisco Corrêa e lha pedira.

E por lha negar, se soltara em palavras,de que sentido um filho do dito capitão, o repreendeu, de que o dito Francis-Revista da ASBRAP nº 3 39co Corrêa se agravou e lhe atirou uma flechada, em retorno da qual o ditofilho do dito capitão, por nome Gregório Ferreira lhe atirou outra, com que omatou logo. E tornando-se ele testemunha para onde o dito padre estava, que era daí distância de quatro léguas, sem haver pessoa outra que pudesse dar notícia do sucedido, o dito padre, em lhe chegando, lhe dissera: “basta, que matou vosso tio a Francisco Corrêa”.

E dizendo ele testemunha que sim, tornava o dito padre a dizer: “não o matou ele, senão mataram-no seus pecados!” O que mais se confirmou, quando se soube depois que o dito Francisco Corrêa e seu companheiro Domingos Luís, estavam consertados a levarem suas mulheres e filhas para o sertão e as entregarem aos índios, em troco de suas mancebas que no sertão tinham.

O que tudo se teve por milagre e revelação que Nosso Senhor fez a seu servo o Padre José Anchieta”. Na vila de São Vicente houvera uma índia, por nome Luzia, a qual se fingia muito virtuosa, enganando aos padres, com quem se confessava e comungava todos os oito dias, por respeito da qual devoção os padres a estimavam e tinham particular cuidado dela.

E ouvido esta dita índia uma vez à Igreja estando ausentes os padres que a confessavam, mandara, por ele testemunha, chamar ao dito Padre José Anchieta para se confessar e comungar à sua missa. E dando-lhe ele testemunha o recado, o dito padre não quisera esperar, dizendo que ia dizer missa e não podia esperar, que ao outro dia se confessaria.

E fingindo-se ela, daí a poucos dias, doente, os Padres Vicente Rodrigues e o Padre Manoel da Nóbrega, que eram os que a confessavam, lhe mandaram duas romãs e dois cachos de uvas e uma laranja, por ele testemunha, que, depois de lhas levar, tornando para casa, lhe dissera o dito Padre José Anchieta, aludindo ao presente, que tinha levado: “cansais debalde, Belchior”.

O que ele testemunha teve a mau indício, porque, já neste tempo, estava o dito padre por santo e imaginar saberia alguma coisa má da dita índia. como em efeito parecia saber, porque daí a poucos dias arrebentou por uma ilharga de que morreu, deitando também uma criança morta, com que ficou persuadido ter o dito Padre notícia do fingimento e hipocrisia com que a dita índia andava.

Indo ele testemunha com o dito Padre José de Anchieta de São Vicente para São Paulo, estando já em meio caminho, seis léguas, pouco mais ou menos, donde tinham partido, e aposentados para aí dormirem aquela noite, o dito padre dissera a ele testemunha que desse o breviário para rezar.

E buscando-o na canastra, onde costumava ir, e em todas as mais partes onde poderia estar, o não achara. E se fora dizer ao dito padre que o breviário esquecera em casa. Ao que o dito padre respondeu: “deixai”. E apartando-se um pouco para o mato, o dito padre se assentara no chão, aonde, daí a espaço de meia hora, pouco mais ou menos, o via estar rezando pelo breviário.

De que, espantado, lhe perguntara onde o achara. E ele respondera que o fora buscar à dita casa de São Vicente. E que ao tempo que lá chegara, estavam os padres à mesa. O que ele testemunha teve por grande milagre, por ser impossível naturalmente andarem-se seis léguas de tão ruim caminho, como é aquele, em espaço de meia hora.

Outrossim, viu ele testemunha que na vila de São Paulo, querendo-se publicar um jubileu, na véspera à tarde se achou estar a bula dele na vila de São Vicente, jornada de três dias de caminho. E angustiados os padres por isto, dissera o dito padre José de Anchieta não se agastassem, não tomassem trabalho, “que eu a irei buscar”. E tomando o chapéu e bordão saíra pela porta fora já tarde.

E ao outro dia pela manhã, entrava pela dita porta, com a dita bula na mão, que se publicara. Pregando o dito Padre José Anchieta na vila de Santos, na igreja matriz, se debruçara sobre o púlpito, dizendo aos ouvintes rezassem um Pai Nosso e uma Ave Maria, pelo sucesso dos moradores daquela vila que estavam no sertão, onde ele testemunha também foi, para darem em uma aldeia de tamoios inimigos, porque naquela hora haviam de combater a dita aldeia e alcançar vitória. E vindo ele testemunha depois, com seus companheiros seus, acharam a fama disto dito. E combinando com a hora e dia, averiguaram ser assim e da maneira que o dito padre o tinha dito no púlpito, não sendo possível naturalmente sabê-lo por via alguma pela muita distância dos lugares. Andando um tio dele testemunha, por nome Baltazar Ferreira, mal encaminhado com uma mulher casada, o pai dele dito Baltazar Ferreira o sentia muito. E não podendo por via alguma apartá-lo da ocasião e mau estado, pedira ao Padre José Anchieta,que fora a visitar ao dito pai do dito Baltazar Ferreira, que repreendesse aodito seu filho, para que se apartasse daquele mau estado. E o dito padre lhedissera que descansasse, que ele pediria a Deus o tirasse daquele pecado.E dentro daquela semana o dito mancebo se apartou da má ocasião, de talmodo que nunca mais a quis ver; antes pediu ao dito seu pai lhe desse mulher, como também o dito padre lhe tinha profetizado que ele haveria de fazer. O que ele testemunha tudo viu e se achou presente. E o teve por milagre, pela dificuldade que havia no dito mancebo em se apartar. Estando eletestemunha com o dito Padre José Anchieta na igreja de Nossa Senhora daConceição, da vila de Itanhaém, se queixaram os mordomos da confraria dadita Senhora, de não terem azeite para a lâmpada. Em especial um Pero deUrtunho, castelhano, falando com o dito padre lho significou. Ao que o ditopadre respondeu que fizessem mais diligência que poderia ser achassem. Ereplicando o dito Pero de Urtunho que não havia que fazer diligência, pois játinham virado a botija com o fundo para cima, sem dele correr azeite algum,o dito padre lhe disse: “ora, não tomem por trabalho tomar a ver, que podeser que o achem”. E indo o dito Pero de Urtinho, com os mais companheirosver a botija, a acharam cheia de azeite. O que visto, publicaram logo todos,em altas vozes: “milagre, milagre, milagre”. E que o Padre José Anchietatinha feito milagre. E os que dele tiveram notícia, concorreram de várias partes com vasilhas de azeite para o trocarem por aquele que tinham por milagroso, para dele se valerem em suas enfermidades”. “Fora público e notóriona vila de Itanhaém que, pregando o Padre José de Anchieta um dia, ficarano púlpito como em êxtase. E cuidando os ouvintes que era acidente, o ditopadre, tornando em pé, dissera que não era nada, que fora acompanhar aSenhora da Conceição, que tinha ido a socorrer a uma sua devota que chamara por ela. E que em sinal, estavam os vestidos molhados, digo, orvalhados, o que logo todos foram ver e certificados do dito do dito padre.

E vindodepois o dito padre para casa, onde ele testemunha ficara, por estar enfermoe o não poder acompanhar, lhe dissera o dito padre: “Belchior, se vós foreiscomigo, vireis uma coisa bela”. Qual foi o caso acima. O que lhe dissera, por Revista da ASBRAP nº 3 41ele testemunha lhe perguntar que acidente fora aquele que lhe deu no púlpito, por correr já em toda a vida a fama dele”.

Viu ele testemunha admoestar o dito padre a um homem, por nome Baltazar Fernandes, que andava mal encaminhado com uma mulher casada. Mandou Anchieta que saísse desse mau estado e visse o estado de enfermidade em que se encontrava, tão disforme que só se viam olhos e dentes no rosto. Ao que o homem respondeu: “Padre, morra gato, morra farto”.

“Pois, desenganai-vos”, lhe disse o Padre, “que daqui a cinco dias vos hão de matar”. E assim foi que, dentro do dito tempo, o mataram com a própria mulher com quem estava amancebado, com escândalo público”. “Encontrando ele testemunha com o Padre José de Anchieta na Guarativa, em cuja busca ele testemunha ia e João Gomes Sardinha e o Padre Manoel da Costa e Gregório Ferreira, todos já defuntos, que vinha de São Vicente, estava aí, na fazenda de Jorge Ferreira, uma negra, que havia dois anos que não falava e somente lhe palpitava o coração. E tanto que o dito padre se foi chegando para a dita negra, ela falou”... Revista da ASBRAP nº 3, páginas 40 e 41.
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