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Conflito entre o Padre Leonardo Nunes e «um homem que havia quarenta annos estava na terra já tinha bisnetos e sempre viveu em peccado mortal e andava excommungado"
1551


Chronica relata. [1]

“A suas ordens, tinha o condenado numerosos brancos e índios, de forte espírito combativo e, sabendo-se necessário à defesa paulistana, condicionou a aceitação do perdão e seu subseqüente regresso a que o apóstolo do Brasil fosse buscá-lo. Narrando o episódio (...) Se Grou fora homiziar-se naquelas paragens, o fizera porque já, por ali, se navegava e morava”. [Hernâni Donato em 1993]

[23985] S. Paulo nos primeiros anos: 1554-1601 (1920) Affonso d´Escraqnolle Taunay
Data: 1920

A esse respeito escreve Afonso d´Escragnolle Taunay (1876-1958):

"Asselvajar-se tanto este homem – Domingos Luiz Grou, genro do cacique de Carapicuíba que vivia no meio dos índios como um índio. Voltando à Vila de Piratininga, em pouco tempo recuperou prestígio. Em 1575, membro do Conselho da Vila, verberou o ex-vereador Antonio Fernandes que, sem a menor cerimônia surrupiara as portas do muro que defendia Piratininga e as vendera por 250 réis a André Burgos."

Merecem as posturas relativos ao ofício de ferreiro acurada atenção ás Câmaras quinhentistas, o que vem se compreende, tratando-se de assunto interessando diretamente a civilização mais do que qualquer outro, esse do trabalho dos metais.

Dai o extenso regimento concedido ao meste Bartholomeu Fernandes, o Tubalcaim paulistano, relativo ás foices roçadeiras "calçadas e descalçadas", enxadas, machados e cunhas de resgate "pregos de solhar, de costado e de cinta, pernetes, verdugos de engenho" cotados por diversos preços, vintenas e dezenas de réis, conforme se fornecesse o ferro, o aço ou carvão.

Tudo quando se lhes pedia era alguma caixa "de seis palmos de comprido com o seu escaninho, coisa para três cruzados" e alguma mesa de seus palmos "com seus pés bem acabados", o que valia seus seis tostões; alguma "cadeira rasa", do preço de seis vintens.

Os "boules" do tempo vinham a ser "as cadeiras de estado, como agora se costumam", avaliadas por um preço de reflexões: "duzentos e cinquenta réis"...

Uma das grandes fontes de renda desses artificies era a confecção de caixas de marmelada, que se vendiam a trinta réis: a sacaria da época, pois n marmelada, residia o principal artigo da exportação paulista antecessora primeva do café.

Não se deve esperar que as "Actas" se refiram ao exato cumprimento das posturas e regimento dos ofícios. No Brasil quinhentista a dóse de tolerância precisava ter alentadas proporções.

Subiram os abusos ao ponto, porêm, de provocar a intervenção municipal. Na sessão de 15 de abril de 1588, chamava o procurador do conselho, Gonçalo Pires, a atenção de seus colegas de vereança para os abusos cometidos pelos mesteirais: "O povo clamava da pouca justiça, mórmente se agravava da grande carestia e desordem do mestre ferreiro", motivo pelo qual mandou a Câmara ao almotacel Antonio de Saavedra que abrisse severo inquérito.

A 28 de maio seguinte, era de novo a questão ventilada; intimava ao ferreiro, Domingos Fernandes, que mandasse seus aprendizes á vila, sob pena de mil réis de multa "para com eles fazer o concelho certas diligências".

Nesta mesma sessão queixou-se novamente Gonçalo Pires, de irregularidades de que ele próprio fôra, no ano transacto, vítima. Funcionava como juiz do ofício dos carpinteiros, quando na sua ausência os vereadores, violentamente, lhe haviam invadido a casa e retirado os padrões de aferimento, entregando-os a Bartholomeu Bueno, que então revelara a mais completa inépcia ao tentar exercer o cargo.

"Aferindo ele uma vara, a não soubera aferir, que lhe não fizera nê a bara nê terças nê sesmas. sóomente marcava nas cabeças". Indignados resolveram S. Mcês á vista de tanta incompetência e filáucia que o aferido intruso restituísse imediatamente e sob graves ameaças os padrões subtraídos ao juiz do ofício.

No inquérito a que procederam sobre as acusações levantadas ao mestre ferreiro verificaram quanto realmente abusara.

Relataram os aprendizes que não só não obedecia ás posturas estabelecidas pelo poder municipal como ainda tivera o desplante de mandar colocar pregão oficial num esteio tão alto que ninguém podia ler. Se alguém lhe fazia reparos, fanfarronava a molejar que os interessados arranjassem escadas para o atingir.

Não dizem as "Actas" como acabou o incidente. Com certeza continuou o Tubalcaim e exorbitar e a blasonar sem que ninguém lhe pusesse cobro aos abusos e desaforos. Era uma avis rara que não podia molestar. Que sucederia á vila se acaso se visse privada do seu único ferreiro? Dava-se provavelmente o mesmo em relação aos demais mestres de ofícios, homens tratados com o maior carinho por indispensáveis e, sobretudo, insubstituíveis. [“S. Paulo nos primeiros anos: 1554-1601”, 1920. Affonso d´Escraqnolle Taunay (1876-1958). Páginas 132, 133 e 134]

[22673] Afonso d´Escragnolle Taunay: o “Na Era das Bandeiras”
Data: 1922

A João Ramalho, ainda parecem referir-se os tópicos de uma carta de Pero Correia a Belchior Nunes, em 1551, quando relata o oonflicto entre o Padre Leonardo Nunes e "um homem que havia quarenta annos estava na terra já tinha bisnetos e sempre viveu em pecado mortal e andava excomungado".

Neste conflicto valera-lhe muito a dedicação e coragem de uma india recém conversa cujo valor intimidara o branco no momento em que com um cacete pretendia aggredir o jesuíta, pelo facto de se haver recusado a dizer missa em sua presença. Dahi talvez haja haurido Vasconcellos parte de suas informações sobre os casos que em sua Chronica relata. [Página 52]

[25204] História das missões orientais do Uruguai. Aurélio Pôrto.
Data: 1954

Em 1550 João Ramalho funda Santo André da Borda do Campo de Piratininga, por sugestão do Padre Leonardo Nunes, a primeira povoação européia na América Portuguesa a se distanciar do litoral:

Mas, é no planalto, onde João Ramalho funda Santo André da Borda do Campo, e os jesuítas, mais tarde, Piratininga, que se desenvolve a criação de gados pela excelência dos campos que ali se encontram. Fundado o Colégio, que dá origem a São Paulo, quando o Padre Nóbrega aí vem compreende que ele não poderá manter-se e sustentar-se sem terras e gados que suprem às necessidades de alimentação e indústria dos Irmãos; e, "se não foram as terras e vacas que o Padre Nóbrega com tanta caridade foi granjeando e que é a melhor sustentação que agora tem com que se criou tantos Irmãos", informa Anchieta, não poderia subsistir o Colégio. [História das missões orientais do Uruguai, 1954. Aurélio Pôrto. Página 248]

[26803] Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volume LV, 1959
Data: 1959

Casos mais graves, foi acusação frontal de João Ramalho (já estremecido com os Padres de São Vicente e "excomungado pelo Vigário da terra"), contra o Padre Manoel de Paixa e outros Irmãos, no sentido de mau comportamento com as nativas, acusação que levou o Padre Nóbrega a abrir inquérito, começando por afastar todos os Irmãos da Casa do Colégio, só os readmitindo depois de acabada a inquirição.

O episódio que deu lugar a este estremecimento nas relações de João Ramalho com os Padres da Companhia de Jesus (antes da chegada de Nóbrega) tem merecido especial atenção dos que estudam a Paulística. É um dos episódios mais mencionados pelos historiógrafos de São Paulo seiscentista. O que se, colhe na epistolografia Jesuítica está contido em duas locações, uma devida a Pero Correia e outra a Diogo Jácome, em suas respectivas cartas de 1552.

Pero Correia: Carta de 8 de junho (Cartas avulsas, página 92):

"E uma destas (nativas doutrinadas) se achou umas dez léguas daqui, onde quiserem tratar mal o nosso Padre, e o ameaçaram com um pau, e o ameaçador foi um homem que há 40 anos que está nesta terra, e tem já bisnetos, e sempre viveu em pecado mortal, e anda excomungado, e o Padre não quis dizer missa com ele e daqui veio, depois da Missa acabada, a querê-lo maltratar, por que ele é possante; mas a nativa ali pregou muito rijo e com grande fé, oferecendo-se a padecer da companhia com o Padre se cumprisse. Eu não me achei ali, mas contaram-no dois Irmãos muito bons línguas, que iam com o Padre: um deles se chama Manuel de Chaves, e o outro Fernando, moço de 15 até 18 anos..."

A outra passagem é de autoria do Irmão Diogo Jácome (Cartas avulsas, página 104) está vazada em linguagem muito menos clara, por causa da tradução do original italiano, seu idioma:

"contra o Padre que com todo o amor repreende e exorta com todos os meios que pode e para isso busca, e são que há hi tal que sobre ir daqui ha dez léguas sobre uma pessoa que haverá 20 ou 30 anos, que está em pecado mortal sobre com todos os mimos com que primeiro o trouxe, e vendo sua obstinação sobre estar excomungado pelo Vigário da terra, quis o nosso Padre ir lá dizer missa, porque se passa um ano e dois que não veem a Deus, nem no vem a ver, podendo vir; e estando lá dizendo missa, entrou este homem, de maneira que lhe mandou o Padre dizer que se saísse que não podia celebrar com ele e saindo, saíram também dois filhos seus da terra com ele de maneira que se determinaram para, como acabasse, a missa, de lhe darem na cabeça , o qual acabando a missa se saiu, e veio para com ele, o qual lhe rogou que não tivesse conta com ele, que era melhor cristão que ele e que fazia muito boa obras, mas não dizia se estava apartado do pecado para lhe aproveitarem, e assim tiveram mão nele e depois vieram os filhos com suas armas que são uns homens selvagens contra o nosso mesmo Padre e ele assentado de joelho diante deles, aparelhado a receber o que viesse..." [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volume LV, 1959. Página 37]

[24465] Revista do Instituto Histórico e Geográfico de SP. Vol. LXXXVII
Data: 1992

O rio terá sido, no entender de pesquisadores, a justificativa para a fundação do colégio jesuíta embrião da cidade anchietana. Ou seja, o começo do começo do desbravamento. Está lá, na carta dirigida por Nóbrega ao Provincial da Ordem, o conselho para que insista junto a Martim Afonso quanto a transferência dos colonos deperecendo na Borda do Campo "aonde não havia peixe nem farinha" para que "se achegassem ao rio, (onde) teriam tudo e sossegariam". Julgam alguns que tal rio fosse o Anhangabaú mas como pensar que um riacho na verdade fornecesse alimento para toda a população a ser transferida e mais a já existente? Antes de existir a vila paulistana, o Tietê levava e trazia os devassadores do sertão. É de 1551 a carta do irmão Pero Correia, descrevendo a viagem rio abaixo, com outros cinco irmãos a procura de um cristão asselvajado, indianizado. [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de SP. Vol. LXXXVII “A função desbravadora do Tietê”, 1992]

[24428] “Os Tupi de Piratininga: Acolhida, resistência e colaboração”. Benedito Antônio Genof...
Data: 2008

Em 1551, o jesuíta Pero Correia foi buscar, no médio Tietê, a nove dias de viagem de Piratininga, um português que vivia numa aldeia Tupi “como índio”. Para além deste limite, habitavam os Kaingang, que na época eram também chamados de Bilreiros.

Na direção Sudoeste, o território se expandia pela margem esquerda do Tietê, por onde devia passar um dos ramais do Peabiru, que era o grande caminho indígena que ligava o Paraguai ao litoral atlântico, como se verá mais à frente.
*Conflito entre o Padre Leonardo Nunes e «um homem que havia quarenta annos estava na terra já tinha bisnetos e sempre viveu em peccado mortal e andava excommungado"
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