O rei, apesar de haver confirmado a patente de capitão-mor do descobrimentoda Serra das Esmeraldas para José Gonçalves de Oliveira,103 solicita ao governadorAfonso Furtado de Castro que acerte com Francisco Gil de Araújo as condições para queeste promova a descoberta das minas: “(...) se receber uma Carta de Francisco Gil deAraujo, Donatário da dita Capitania, estando já passadas as ditas ordens em que seoferece mandar fazer o dito descobrimento à sua custa, queixando-se do dito Capitão JoséGonçalves lhe não fazer saber a jornada do dito descobrimento; me pareceu ordenar-vosque chamando a Francisco Gil de Araujo ajusteis com êle o negócio do descobrimento das ditas Minas e quando êle o queira mandar fazer na conformidade das ordens que estãopassadas a Gonçalves de Oliveira terão efeito nas pessoas que Francisco Gil de Araujomandar a este descobrimento, fazendo-se à sua custa e praticando com êle as mesmasmercês que estão concedidas pelas ordens referidas”.104 José Gonçalves de Oliveiraacabaria por receber instruções, repassadas por Agostinho de Azevedo Monteiro, um dosmembros da junta provisória que governou o Brasil após o visconde de Barbacena, paranão realizar sua jornada
Pelo estudo feito neste parágrafo, baseado nos documentos autênticos locais, deve-se concluir que nenhum dos Afonsos Sardinhas teve propriedade em Jaraguá; que a fazenda de Afonso Sardinha, o velho, onde ele morava e tinha trapiches de açúcar estavam nas margens do rio Jerobativa, hoje rio Pinheiros, e mais que a sesmaria que obtivera em 1607 no Butantã nada rendia e que todos os seus bens foram doados à Companhia de Jesus e confiscados pela Fazenda Real em 1762 em São Paulo. Se casa nesta sesmaria houvesse, deveria ser obra dos jesuítas. Pelo mesmo estudo se conclui que Afonso Sardinha, o moço, em 1609 ainda tinha a sua tapera em Embuaçava, terras doadas por seu pai. Não poderia ter 80.000 cruzados em ouro em pó, enterrados em botelhas de barro. Quem possuísse tal fortuna não faria entradas no sertão descaroável nem deixaria seus filhos na miséria. [“Na capitania de São Vicente”. Washington Luís (1869-1957), 11° presidente do Brasil. Página 202
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É fácil representar a dor, mas usar sua paixão e a dor para retratar o êxtase, a alegria, a magnificência de nosso mundo, ninguém havia feito, talvez ninguém nunca mais faça. Para mim este homem estranho e selvagem que rugia pelos Campos de Provance não era apenas o melhor artista do mundo, mas também um dos maiores homens que já existiu.