Nóbrega, um doutor do direito canônico, “um bom jurista”, nas palavras deSerafim Leite (1993:18), também chega a escrever de São Vicente a 25 de março de 1555(2000:199) rogando pelas “dispensas de todo o direito positivo mormente para os que seconvertem à fé de Cristo”.
Vê-se, claramente, que, do ponto de vista lingüístico, essa interação entre oaproveitamento de certos costumes e habilidades indígenas e a catequese cristã não poderiapassar sem influência na língua falada. Ela também indica a romagem rumo à línguaportuguesa entre os primeiros jesuítas, até porque eles também integravam o plano real decolonização. Em relação a muitos índios, os jesuítas avançaram nessa meta de aprendizadode português, a exemplo do plano de envio de meninos da terra à Metrópole, conformeregistra Nóbrega em carta escrita da Bahia a 10 de julho de 1552 (2000:124), chegandomesmo a fazê-lo como ele informa em carta escrita de São Vicente, a 25 de março de 1555(2000:198): “De alguns mestiços da terra, que nesta Capitania de São Vicente sereceberam, escolhi um ou dois este ano e mando-os ao Colégio de Coimbra, dos quaistenho esperança que serão de Nosso Senhor e que serão proveitosos para a nossaCompanhia”.