Os papéis do inventário de Domingos hoje estão guardados no Arquivo do Estado de SP, agrupados em ordem não cronológica. O termo mais antigo, além dos testamentos, é uma petição de Antonio Gonçalves ao juiz dos órfãos se queixando de Antonio Barbosa e pedindo ao juiz que faça partilhas e mande vender tudo para pagar as dividas. Essa petição, de abril de 1703, precede a abertura do inventário.Domingos teve inventario de seus bens iniciado aos 01-06-1703, mas falecera quatro anos antes. Em apontamento, declarou ter tido ao todo três filhos com sua mulher Catarina, dois machos falecidos e uma filha, que vivia. Não citou outro matrimonio. Tão pouco nomeou seus herdeiros.Na abertura do inventario a filha já era falecida. As primeiras declarações foram feitas por Manoel Gonçalves, que citou apenas dois netos como herdeiros: um menor (que era seu filho) e um outro neto já com mais de 50 anos. Anos depois, na retomada do inventario e na ausência de Manoel Gonçalves, foi dito que fora um erro, na verdade os herdeiros eram sete netos.Arquivo do ESP – Inventários não PublicadosDomingos Ortegas - 1703Aos 01-06-1703 nesta vila de S. Paulo.Inventariado Domingos OrtegasInventariante Manoel Goncalves, Herdeiros: uma filha a qual falecera logo e que de presente tinha dois netos, um por nome Antonio Barbosa 55 anos, casado e outro por nome Amaro, de 16 anos. O dito defunto falecera ha 4 anos e fizera um apontamento. Declaro eu Domingos Ortegas que fui casado com Catarina Tenoria, da qual tive dois filhos ja defuntos, e uma filha viva. Testamento da defunta Catarina Tenoria -Testamenteiro Domingos Ortegas.Em 15-10-1687 por Domingos Ortegas me foi apresentado o testamento com que faleceu a sua mulher Catarina Tenoria.- aos 13-04-1682 eu Catarina Tenoria declaro que sou n. da vila de S. Paulo e sou casada com Domingos de Ortegas, natural da mesma vila e entre o casal tivemos quatro filhos dos quais não é viva mais que uma por nome Maria Tenoria, que é solteira.Testamenteiro meu marido.Tenho uma neta por nome Joana, filha natural de um filho meu, ja defunto, criei em casa. Deixo de esmola duas vacas.Cumpra-se 16-04-1682 Curador do órfão: Manoel Goncalves.Bens, e.o.:uma tapera cercada de valo em Santo Amaro, termo desta vila.Mais duas outras taperas e uma olaria.Casas junto ao rio Jeribatiba, vizinha a capela do Glorioso Santo Amaro Aos 07-09-1715 nesta vila de S.Paulo Apareceram os herdeiros deste inventario e pelos ditos herdeiros foi requerido que fosse inventariante Amaro Gonçalves, filho de Manoel Gonçalves do Prado, primeiro inventariante deste inventario, o qual estava doente.Assinam: Amaro Gonçalves do Prado = Antonio Barbosa Teixeira, a rogo de meu irmão Francisco da Costa = Antonio Barbosa Teixeira = João da Costa = Manoel Nunes Leão = Agostinho de Faria Correa. Termo de declaração pelos herdeiros deste inventario – foi dito que os herdeiros eram dois netos o que foi um erro, que na verdade serão sete a saber: Antonio Barbosa = Amaro Gonçalves = Francisco da Costa = João da Costa = Manoel Nunes = Margarida Esteves = ----------, todos se achavam presentes.Assinam: Antonio Barbosa Teixeira = por meu irmão Francisco da Costa, Antonio Barbosa = João da Costa = como procurador de Custodia da Costa eu Agostinho de Faria Correa = como procurador de Margarida Esteves, Antonio Barbosa Teixeira = Manoel Nunes Leão = Amaro Gonçalves do Prado. Determinação da Partilha - do inventario que se fez por morte de Domingos Ortegas e Catarina Tenoria, se continuou com Amaro Gonçalves. Seus netos são seus herdeiros por serem falecidos os filhos que declara em seu testamento. Tudo se repartisse igualmente pelos sete netos herdeiros.” Pagamentos:- da meação que ------ Amaro Goncalves, por sua mãe, Maria Tenoria. Pagamentos das Legitimas:- ao herdeiro Amaro Goncalves do Prado- ao herdeiro Antonio Barbosa,.- ao herdeiro Francisco da Costa,.- ao herdeiro Manoel Nunes de Leão,.- ao herdeiro João da Costa,- a herdeira Margarida Esteves. Assina como procurador de Pedro Raposo, marido de Margarida Esteves, Antonio Barbosa Teixeira.- a herdeira Custodia Teixeira, Assina seu procurador Agostinho de Faria Correa. (fora de ordem cronológica)Em petição ao juiz, declarando atentados feitos por Antonio Barbosa a seus filhos, Antonio Gonçalves pede que o juiz dos órfãos determine a venda dos bens e que se paguem as dividas “como uma neta do velho Ortegas que tem carta de alforria e derão por uma divida de oitenta mil reis e não tomara q’ fossem todos caminho do inferno os q’ fizeram o mal e os q’ querem erdar e nisto fara Vme como cristão ... e melhor sera mandar vender tudo e pagar se o que se deve...oje dezasseis de abril de 1703 annos servo de VmeAnto Gl’sPrimeiro a divida da bastarda 80000A Frco Lopes q’ a defunta cófesou 12000(a Manoel Cardoso, a mulher do defunto Manoel de Arzão a Sebastião Sutil)