' Por iniciativa do Padre Dória foi aberta no ano de 1832 a estrada que de São José do Paraitinga [hoje Salesópolis] se dirigia para São Sebastião, e que ficou paralisada desde sua morte - 01/01/1832 de ( registros) Wildcard SSL Certificates
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Por iniciativa do Padre Dória foi aberta no ano de 1832 a estrada que de São José do Paraitinga [hoje Salesópolis] se dirigia para São Sebastião, e que ficou paralisada desde sua morte
1832. Há 192 anos
Por sua iniciativa foi aberta no ano de 1832 a estrada que de São José do Paraitinga[hoje Salesópolis] se dirigia para São Sebastião, e que ficou paralisada desde suamorte.Fernandez (1992) sinaliza que com a abertura dos portos em 1808 houve umaretomada a cultura da cana (tanto para aguardente quanto para açúcar), porém essa não veiocom a mesma força quando comparado ao fim do século XVIII. Em termos de aumentopopulacional o reflexo veio com crescimento da ordem de 5,5% ao ano entre 1808 e 1810, comcrescimento bem mais diminuto nos anos seguintes, cerca de 1,5% ao ano entre os anos de 1810e 1836. Ou seja, mesmo com a construção da Estrada Dória não há expressivo aumento depopulação em São Sebastião, o que contribui para a ideia que o maior incremento da exportaçãopode ter vindo de uma produção de Serra acima.Especificamente quanto a Estrada construída à época do Padre Manuel de FariaDória, a partir do argumento de Campos (2000, p. 172), tem-se queA estrada Dória foi a terceira em importância do Litoral Norte. Aberta em 1832, ligavao Município de São Sebastião ao Município de São José do Paraitinga atualSalesópolis. Os trabalhos de abertura estiveram sob a responsabilidade do Padre 42Manuel de Faria Dória. O objetivo era intensificar o comercio entre o porto de SãoSebastião, o Vale do Paraíba e parte do Alto Tietê (CAMPOS, 2000, p.172).Como demonstrado em documentos do Arquivo do Estado de São Paulo (AESP,1832b), as vantagens da estrada apontadas pelo Vigário Dória seriam em um aspecto regional,beneficiando várias vilas, um benefício principalmente econômico, vistas as possibilidades deexportação de sua produção, citando aspectos de povoamento do sertão, como mostrado porele:[...] não me demorarei em fazervos ver as vantagens, que devem resultar da aberturadesta Estrada, não só para esta Villa, e Bella da Princeza, como para a Capella Curadade São José, Villa de Mogim, Villa de S. Izabel, e para grande árte dos moradores daparte do (?)ssudueste da Villa de Jacarehi, e de muitas outras Freguesias, e populações,cuja posição se faz alem esta Estrada para exportação de seus generos, e muitoprincipalmente pelo augmento da populaçao que infalivelmente se á de extender pelolongo sertão todo capaz de culturar (SÃO PAULO, 1832b, p. 2)[A estrada] Deverá ser construida de doze palmas de largura, em toda sua extençao,com cavas, e soltas nos morros, e lugares precisos, de tal maneira, que por venturapossão tranzitar carros: com dessubada(?) para os lados, que fique bem exposta ao sol,com esgotadouros, onde o terreno pedir, e me todas as voltas nos morros estesesgoutadouros serão de quatro palmas de largura, e onde for possivel, amparado depedras, ou de madeira estagueada: Nas cavas contra os morros deverá fazer-se um(?)ego proporcionado para esgoto das agoas. Em alguns lugares humidos, fazer-se-havalla por ambos os lados dando sahida as agoas. Far-se-hão pontes de estiva e aterronas vias, e grotas, cujos barroncas forem altas. (SÃO PAULO, 1832b, p. 1)A citação do Rio Claro como possibilidade de traçado para Mogi das Cruzes é umaalternativa indicada no documento, que seria coerente com a possível maior centralidade deMogi e possivelmente sendo um caminho mais próximo à capital paulista, com uma maiorfacilidade de traçado ao seguir pelo Vale do citado rio. Conclui o documento enfatizando aimportância da estrada para São Sebastião e as facilidades desta:[...] só me cumpre informar vos, que temos por onde dirigi a picada oferece proporçõescapazes de fazer-se uma Estrada excellente. Por alli não á pantanos, pedrarias, ou riosque precizem de pontes, porque o verde, o Pardo são limitados e (?) livre passagem,em menos de dois palmos d´agua: o trecho que se passa (?) além de São José, já temponte, é pequeno, que não equivale ao de S. Antônio de Caraguatatuba, e apiras temvinte palmos de largura contados dos barrancos firmes; contudo, em quaze (?) partedo caminho as cavas serão indispençaveis. (...), tendo a picada actual trinta e duas mil,cento e quarenta braças, e estando esta Villa com a Capella de São José em rumo deNoroeste quarta e meia a oeste em direção contão-se vinte e seis mil, duzentos e trintabraças, podendo afiancar-vos, qui a Estrada, feitas as mudanças, e atalhao, não ficarácom mais denove legoas desta Villa á mencionada Capella. (SÃO PAULO, 1832a,p.3)A estrada, conforme coloca a Commissão Geographica e Geologica do Estado deSão Paulo (SÃO PAULO, 1919, p.11), a partir de São Sebastião[...] segue margeando o rio Pardo; passa no posto de cultura do rio Novo ou Boracéa,que fica situado na Barra do rio do mesmo nome com o rio Pardo; passa no posto decultura do rio Pardo; e vae ao alto da Serra em demanda de Sallesópolis. ["Estrada do Padre Dória (1832-1842)" Alexandre da Silva (2019)]

1° fonte [27042]
Estrada do Padre Dória (1832-1842): estudo de geografia histórica nos caminhos da Serra do Mar, 2019. Alexandre da Silva. USP. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Departamento de Geografia
2019



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