Manoel de Faria Doria, sendo a primeira pedra triangular do alicerse da Igreja Matriz assentada
9 de março de 1839, sábado. Há 185 anos
Entretanto, a controvérsia se faz presente, em documento da Câmara da então Vila de São José do Paraitinga, datado de 1866, documento que tratava da descrição da Vila, em que tem-se a seguinte colocação:
[A Villa] Fica situada em um habertão que fica aquem da serra do Una quatro legoas sobre a chapada de um monte, está toda circundada de montes todos proprios para agricultura, sendo seu fundador o patriota paulista Vigario de São Sebastião finado Manoel de Faria Doria, sendo a primeira pedra triangular do alicerse da Igreja Matriz assentada em 9 de Março de 1839.” [...] (SÃO PAULO, 1866).
É relevante que em dado tempo, e por dado grupo de pessoas que representavam a comunidade, o próprio Padre Dória tenha sido considerado como fundador de Salesópolis. Longe de ser uma discussão que se encerra aqui, múltiplos discursos colocados em disputa não deixa de trazer à reflexão possíveis questões de apagamento da história.
Menciona-se isso pois, de fato, nenhum dos autores citados, sendo eles Miranda Júnior (1973), Silva (1989) e Wuo (1992) citaram o Padre Dória em nenhum momento, fato no mínimo estranho, considerado que um século antes a própria Câmara da Vila o indicava como fundador de Salesópolis.
Outra menção importante a partir do documento é quanto ao ponto de vista geográfico de quem o redigiu, pois em termos de localização, ao mencionar o ponto em que fica situado a Vila, faz-se referência à distância a partir da Serra do Una, que se supõe ser a Serra do Mar na região do Rio Una, o que corrobora a perspectiva de maiores relações da então Vila de São José do Paraitinga com a Serra do Mar e Litoral Norte.
Não se faz qualquer referência ligada a Mogi das Cruzes, que poderia ser uma tendência considerando que foi de Mogi das Cruzes, que a dita Vila emancipou-se na década anterior, ou mesmo alguma referência à capital da Província.