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Caminho do Peabiru
152010/04/2024 18:43:44


[24418] 1° fonte: 01/01/1937
*“História de Santos”. Francisco Martins dos Santos

Fallámos em geral sobre os primeiros povoadores europeus de São Vicente, fallemos agóra em particular, historiando o que se sabe a respeito de cada um. Começaremos pelo genro do "bacharel", Gonçalo da Cósta, para melhor explicar certos factos que vão esclarecer os actos de Martim Affonso, praticados em 1532, dando inicio á colonisação regular de São Vicente.

Gonçalo da Cósta veio para São Vicente em 1510, segundo affirmam alguns autores, onde, pelas alturas de 1520 se uniu a uma das filhas do "bacharel", personagem que já encontrou em terra por occasião da sua chegada, tornando-se desde então o seu braço direito nas lidas a que ambos se applicaram. Esse Gonçalo da Costa, depois de passar uns vinte annos em São Vicente, durante os quaes percorreu toda a cósta sul do Brasil tornando-se um dos maiores conhecedores do "rio da prata" (2), resolveu tornar a Portugal, obtendo para isso, passagem a bordo da "Nossa Senhora do Rosario", nau capitanea da Armada de Diogo Garcia, no anno de 1530.
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[24747] 2° fonte: 01/01/2010
*São Vicente Primeiros Tempos, Carlos Fabra, edição 2010

Citamos em geral os povoadores europeus efetivos ou temporários em São Vicente.Faremos agora uma explanação a respeito de alguns dos mais atuantes, historiando o que nos foi possível levantar, com relação a cada um deles. Para explicar melhor alguns fatos que podem esclarecer alguns atos de Martim Afonso, ao dar início, em 1532, ao povoamento regular de São Vicente e do Brasil, começaremos com Gonçalo da Costa, genro do Bacharel Mestre Cosme Fernandes.Segundo alguns historiadores, Gonçalo da Costa teria vindo para São Vicente em 1510, onde por volta de 1520 uniu-se a uma das filhas do Bacharel, a quem já encontrou em terras vicentinas, quando da sua chegada, tornando-se braço direito em todos os empreendimentos do Bacharel. Gonçalo da Costa passou dez anos aproximadamente em São Vicente e durante esse tempo percorreu toda a costa sul do Brasil, tornando-se um dos maiores conhecedores e exploradores da região do Prata (Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo (V. XXIX, pág. 154). Resolve voltar a Portugal e para isso obtém passagem a bordo da “Nossa Senhora do Rosário”, nau capitânia de Diogo Garcia de Moguér, em 1530, que viera, segundo Southey, com um galeão, uma pinaça e um bergantim, trazendo como piloto Rodrigo de Aires.
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[k-1721] 3° fonte: 01/01/2014
*História Secretas do Paraguai - VOLUME I - LIVRO 2, 2014 - Obra ...

53. A VIAGEM EXTRAORDINÁRIA DE ALEJO GARCÍA

A viagem de Alejo García foi uma expedição tão fantástica quanto original. Foi preparado diretamente da América, longe do conhecimento, financiamento e orientação dos tribunais europeus. Foi feito inteiramente a pé e através do percurso mais extenso realizado em toda a história das colónias ultramarinas espanholas. E era composta majoritariamente por indígenas, provavelmente utilizando armas e suprimentos fornecidos exclusivamente por eles. Ao mesmo tempo, transformando os portugueses no “primeiro líder europeu” em solo americano. E considerando a abordagem dos tesouros do Peru a partir do Atlântico, García o fez seis anos antes do próprio Francisco Pizarro.

Tentando apagar a imagem de seus oito companheiros assados e comidos pelos indígenas do Prata, a pequena frota de três barcos iniciou seu retorno. Se conhecessem a ferocidade de alguns nativos, nunca teriam presenciado uma cena como aquela.

Ainda chocados com a experiência, os homens limitaram-se a uma breve escala na Isla de los Lobos e depois seguiram em direção a Espanha. Passava o mês de abril de 1516. Ao passar pelo litoral de Santa Catarina, uma das galeras naufragou na tentativa de “penetrar na barra sul da ilha” jogando fora seus “18 tripulantes desesperados (...) para o mar agitado.” Em meio às polêmicas históricas sobre o local do acidente e o número de sobreviventes, também se especula que se navegavam próximos um do outro, por que os outros navios não ajudaram no resgate dos náufragos. Embora algumas coisas estejam mais claras hoje:

- Que a galera de García estava atrasada, por isso os demais não perceberam o acidente nem puderam ajudar no resgate.

- Que a tripulação da galera foi ajudada pelos indígenas que avistaram a situação desde o litoral e vieram salvá-los.

- Que eram 18 e seus nomes também são conhecidos -embora não com muita certeza-: Alejo García, Henrique Montes, Melchor Ramírez, Francisco Pacheco (o mulato), Francisco Chávez, Gonzalo da Costa, Francisco Fernández, Duarte Pérez e Alejo Ledesma . Mais sete, surpreendidos pelos portugueses, “...foram levados prisioneiros para Lisboa”. E os dois restantes, “é provável que tivessem morrido sem deixar a memória mais viva”, escreve Lucas Alexandre Boiteux no seu “Santa Catarina no Século XVI”.

Naquelas solidões, a ilha de Yuru-minrin, também chamada de Jurere mirim, só deixava aos náufragos a possibilidade de conviver com os indígenas; sem fazer muito barulho ou causar muitos transtornos. Mas lá García também descobriu que conseguiram algumas placas de metal trazidas da região “...onde nasceu o grande rio”, que era a forma como se referiam ao Paraná. Na emergência, destacou-se a capacidade de liderança de García.

Não só adquiriu “completo conhecimento da língua e dos costumes dos povos Guarani e Charrúa, mas também se mostrou fogoso, persuasivo e eloqüente”. Também era estimado “por ser um homem prático tanto na língua dos carianos, que são os guaranis, como na dos tupis e tamoios”. Nessa época também teve um filho com o seu nome: Alejo -Aleixinho- García.

O ano era 1520. Quatro anos de espera que – ao que parecia – seriam ainda mais longos. Portanto, as notícias perturbadoras do “dourado” os levaram a se mexer. Poderia ser uma incursão ao impossível... mas ele faria isso. Ele convenceu alguns de seus companheiros e os indígenas. A nova entrada permitir-lhes-ia regressar ao "caminho sagrado" ao longo do qual os seus antepassados tinham viajado há pouco tempo. Entre eles, nem todos estavam dispostos porque vinham de experiências terríveis e a vida naquela ilha paradisíaca afinal não era tão ruim assim. Para os nativos era diferente.

É possível que também tenham sido motivados por sentimentos de vingança contra “seus antigos inimigos, os caracaráes”, pelas derrotas que infligiram a seus pais e avós em outros tempos.

Esse caminho, conhecido de várias maneiras: Peabeyu, Peabiru ou Tape Aviru, termo guarani com traduções diferentes em cada versão, teria sido o “caminho para a montanha do sol”. Essa rota “de mais de 200 léguas” permitiu aos nativos do litoral comunicarem “com as regiões mais distantes do Ocidente” desde os tempos pré-colombianos. E também permitiu que aquelas amostras metálicas que excitaram a imaginação de García e dos seus companheiros chegassem - das montanhas ao mar.

Em dois anos de preparativos, o povo estava pronto para partir. Alguns historiadores mencionam um “exército” de 2.000 indígenas, com todo o arsenal disponível. Outros falam de contingentes maiores e de algumas armas de fogo resgatadas do naufrágio, embora esta versão dificilmente seja credível, uma vez que não teriam pólvora nem munições, seis anos depois desse incidente.Há também discrepâncias para definir o número de europeus que participaram naquela ambiciosa viagem pelas selvas. Alguns contam García e outros três: Ledesma, “o mulato Pacheco” e um terceiro cristão “de nome desconhecido”.

Outros mencionam quatro e os seguintes nomes: Chávez, Pacheco, Ledesma e Fernández (ou Duarte Pérez). Segundo esta mesma versão, Montes, Ramírez, da Costa teriam ficado na costa “...e mais um náufrago”, que teria sido Duarte Pérez ou Francisco Fernández. Aleixinho também ia. A sua presença foi talvez a origem da discrepância em relação ao “quinto cristão” mencionado por Cabeza de Vaca nos seus “Comentários”.

A rota que García escolheu – ou que seus parceiros indígenas lhe indicaram – foi impecável. Dentro das possibilidades da época, o mais direto que se poderia imaginar. Isto também explica a razão pela qual todas as entradas subsequentes seguiram o caminho "por onde Garcia veio", foram amigáveis com os cristãos, mencionando "o bom tratamento" que Garcia lhes deu "quando os trouxe de sua terra".

Já a caminho, a imponente coluna chegou ao Paraná. Atravessaram o território – hoje paraguaio – até chegar ao rio Paraguai. Dali e sem sair do litoral, seguiram para o norte até chegar à região de Guasarapos, próximo ao sopé de uma cordilheira que García “chamou de Santa Lucía”. Desse local cruzaram o Chaco em direção ao oeste e entraram no território dos Mbajáes. Entre estes, eles tiveram tempo! receber o “...abraço ardente das mulheres (...) que gostam de fazer favores e cujos maridos não são muito ciumentos”.

Seguindo o plano da marcha eles encontraram outras “...muitas cidades indianas de diferentes línguas e nações”. Eles lutaram contra alguns e foram combatidos por outros, com sorte mista. Atravessaram a terra dos Chaneses e chegaram à dos Payzunos no sopé, alarmando as cidades vizinhas de Corocotoquis que se mobilizaram - já nas montanhas - face ao avanço dos estrangeiros. Mas sem armas para o ataque final e carregado de metais preciosos obtidos de Payzurnos e Chaneses, Alejo García optou por regressar. Ele viajou 600 léguas, o equivalente a 3.300 quilômetros. Se for considerada apenas a viagem de ida - já que faltou a volta - a extensão equivale a três vezes a distância Assunção a Buenos Aires.

A longa viagem permitiu que o ilustre e desconhecido náufrago se tornasse o primeiro europeu a cruzar os territórios do Brasil, para percorrer o que mais tarde seriam os do Paraguai, da Bolívia e do Peru; ver as cachoeiras do Iguaçu, o Chaco, levar escravos e bastantes metais preciosos e... voltar! Porque para o feito fazer sentido... você também teve que voltar. Com uma importante carga de metais e indígenas: que seus aliados nativos trouxeram como escravos, fato “que não deixaria de ser um fardo pesado”, García e seus companheiros começaram a refazer seu caminho. E talvez por terem vindo para um caminho diferente, encontraram contratempos maiores do que na saída. Pois bem, eles eram permanentemente assediados “pelas tribos cujas regiões atravessavam, interessadas em roubar sua carga de metal”.

Finalmente chegaram ao rio Paraguai e após cruzá-lo García enviou uma carta aos que haviam permanecido em Santa Catarina. Junto com a carta e seus portadores, ele também lhes enviou “doze escravos e amostras de metal”. Enquanto isso, ele desceu para esperá-los mais ao sul. Na realidade, inutilmente, porque estes e segundo testemunhos posteriormente recolhidos por García de Moguer (1528), “não queriam ir para onde ele - porque García e o seu povo - tinham estado em grande perigo”. Os portugueses instalaram-se nas Lanías do rio Ypane para esperar, cerca de 50 léguas a norte do local onde Assunção seria fundada 10 anos depois.

Os historiadores também discordam sobre quanto tempo os conquistadores permaneceram na região. Desde “alguns dias”, como afirma Ruy Díaz de Guzmán, até “vários meses”, como afirma Julio C. Chávez. Esta longa estadia também teria dado origem a especulações de que teria sido nessa altura que García teria sido o pai do filho que lhe foi atribuído. A verdade é que durante uma noite daquela breve – ou longa – estadia, o acampamento foi atacado e o conquistador foi morto durante o ataque. A discrepância surge também na tentativa de definir os motivos do ataque e os motivos daquela morte. Embora a maioria aponte os Pajaguás como protagonistas daquela ação, outros afirmam que eram os mesmos Carios/Guaranis que o acompanhavam.

Aqueles que apoiam esta versão confiam no facto de, na ocasião, não terem matado os outros europeus. Nem ao Aleixinho “por ser jovem”. O único morto foi García. Mas como um desígnio fatídico, os outros morreriam pouco depois e muito longe dali: Alejo Ledesma, de posse de "certa quantidade de metal", foi assassinado pelos Agaces às margens do rio Ypyta (Bermejo). O mulato Francisco Pacheco “foi morto pelo cacique Guacané (...) no coração do Chaco”. Em relação à identidade do “quarto cristão” que sobreviveu à expedição, ele “poderia ter sido Francisco Chávez” segundo o historiador de mesmo sobrenome, Julio César. Isto se baseou na “surpreendente segurança” que este náufrago exibiu quando, entre 1526 e 1530, detalhou para outros exploradores dados e datas precisas e também muito certo da “existência de objetos de prata e ouro entre os povos indígenas”.

Uma vez estabelecida a colônia no Rio da Prata, a partir de 1536, nenhuma autoridade espanhola, nenhum notário, nenhum cronista deixou de mencionar Alejo García. Tanto é que a história de sua extraordinária jornada serviu para alimentar o sonho de todos os conquistadores que mais tarde chegaram à região e até mesmo à própria “Serra del Plata”. E que mesmo passadas décadas sonhavam percorrer o percurso do humilde marinheiro/náufrago do Alemtejo.
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