donatário, sem contar se as resoluções do rei de Portugal, e sim a um dos outros pontos do imenso litoral brasileiro.Portanto, somadas todas estas evidências, fazem firmar ainda mais, o fato da escolha proposital do povoado de São Vicente, como ponto inicial para a realização dopovoamento do Brasil, por parte de Portugal. Era pois São Vicente o local ideal para darinício a obra colonizadora, que marcaria para sempre a presença de São Vicente na históriado Brasil Foi a primeira vila e foi ali que se realizou a primeira eleição das Américas eonde começou a nacionalidade brasileira.
Intimado por Martim Afonso, que fundeara em Bertioga, o Bacharel Mestre Cosme abandonou São Vicente aproximadamente em julho de 1531, dirigindo-se para a região de Cananéia, aonde veio a encontrar a armada de Martim Afonso em 12 de agosto, segundo descrição do Diário de Pero Lopes. Ainda não foi provado, não havendo suficientes provas documentais com relação à passagem de Martim Afonso por Bertioga e o seu encontro com João Ramalho naquele ponto, cuja referência já se fez tradição.
Foi depois da chegada de Martim Afonso a Cananéia, que se teria verificado, segundoalguns historiadores, a primeira vingança do Bacharel, oculta sob o que poderia pareceruma infelicidade normal. Francisco de Chaves, genro do Bacharel, informa a MartimAfonso que, não muito longe dali, havia ouro em quantidade, a ponto de o novo capitão deSão Vicente acreditar na informação, confiando-lhe 80 dos seus melhores homens, alémdo chefe (Pero Lobo). Esta expedição nunca mais voltaria das selvas. Pero Lopes, no seu“Diário” descreve o fato da seguinte forma:“... o Francisco de Chaves era mui grande língua desta terra. Pela informaçam que d’elladeu ao Capitam, mandou a Pero Lobo com oitenta homens, que fossem descobrir pelaterra adentro; porque o dito Francisco de Chaves se obrigava que em dez meses tornava aodito porto, com quatrocentos escravos carregados de prata e ouro. Partiram desta ilha aoprimeiro dia de setembro de mil quinhentos e trinta e hum os quarenta besteiros (*) e osquarenta espingardeiros”. (*) Besteiros = soldados armados de bestas (catapultas, arcos).Preocupado em servir melhor ao rei, Martim Afonso mandou os seus homens nestaexpedição, já que as notícias sobre a viagem de Aleixo Garcia nas proximidades dosAndes, portanto dos Incas, devia ser do conhecimento do capitão-mor e mesmo porquedentre os seus homens, estava Henrique Montes e Pero Capico, que tinham conhecimentodesses fatos, principalmente Henrique Montes, como já vimos anteriormente, que foicompanheiro de Aleixo Garcia em Santa Catarina.
Já para Francisco Martins dos Santos em sua obra já citada, seria desta maneira, a primeira manifestação da vingança do Bacharel, pela sua expulsão de São Vicente. Segundo a sua linha de raciocínio, Martim Afonso não desconfiou de uma cilada por parte do genro do Bacharel (Francisco de Chaves), e nem do próprio Bacharel. Martim Afonso, entusiasmado pela idéia de quatrocentos escravos carregados de prata e ouro, não teria [“São Vicente Primeiros Tempos”, 2006. Secretaria de Turismo e Cultura da Prefeitura de São Vicente. Página 53]
Deante do que já ficou relatado em nosso histórico sobre Gonçalo da Cósta, retirou-se Mestre Cósme, no ano de 1531 para a região de Iguapé, levando consigo toda a sua vasta parentéla, todos os seus amigos europeus e grande numero de aborígenes, primitivos dominadores de S. Vicente. Só ficaram Antonio Rodrigues e João Ramalho, este, quase sempre sobre as serras, não se sabendo o fim que teria levado o Capitão Antonio Ribeiro, embora suponhamos que ele tenha embarcado com Henrique Montes, em 1530, na Armada de Caboto, de volta a Portugal.
O "bacharel" Méstre Cosme, recebeu em seu retiro de Iguapé, no mesmo ano de sua retirada, em 1531, a visita de Martim Affonso, feita em Agosto, ocasião em que, Francisco de Chaves acompanhando Pero Lobo, partiu chefiando a infortunada bandeira de Cananéa, e ali aguardou apenas o tempo suficiente para amadurecer a desforra projectada ás injustiças e iniqüidades que sofrera. Ao meio do ano de 1534 começaram as manifestações de hostilidade entre a gente do çeducto de Iguapé e os moradores da Villa de São Vicente. Solidarizados os hespanhóes de Mosquera, que ha- viam descido do sul para aquelle logar, com as forças nu- merosas do " bacharel", começaram todos a affrontar os vi- centinos.Pelo que falava elle com mais desembaraço do que devia, e disso resultou que o capitão daquella cósta mandou notificar-lhe que fosse cumprir o seu desterro no logar designado por el-Rei
. . .já estavam os hespanhóes ali em Iguapé dois annos vivendo em paz, quando um fidalgo portuguez, chamado o Bacharel Duarte Peres se lhes veiu metter com toda sua casa, filhos e criados, despeitado e queixoso dos de sua própria nação, o qual havia sido desterrado por el rei D. Manoel para aquela cósta, na qual havia padecido inumeráveis trabalhos".
Intimado por Martim Afonso, que fundeara em Bertioga, o Bacharel Mestre Cosme abandonou São Vicente aproximadamente em julho de 1531, dirigindo-se para a região de Cananéia, aonde veio a encontrar a armada de Martim Afonso em 12 de agosto, segundo descrição do Diário de Pero Lopes. Ainda não foi provado, não havendo suficientes provas documentais com relação à passagem de Martim Afonso por Bertioga e o seu encontro com João Ramalho naquele ponto, cuja referência já se fez tradição.
Foi depois da chegada de Martim Afonso a Cananéia, que se teria verificado, segundo alguns historiadores, a primeira vingança do Bacharel, oculta sob o que poderia parecer uma infelicidade normal. Francisco de Chaves, genro do Bacharel, informa a Martim Afonso que, não muito longe dali, havia ouro em quantidade, a ponto de o novo capitão de São Vicente acreditar na informação, confiando-lhe 80 dos seus melhores homens, além do chefe (Pero Lobo).