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Encontro com Konyan-bebe
155403/04/2024 22:16:30

Alguns dias depois, levaram-me para uma outra aldeia que eles chamam Arirab, para um rei, de nome Konyan-Bébe, que era o principal rei de todos. Ali haviam se reunido mais alguns em uma grande festa, a modo deles, e queriam me ver, pelo que me mandaram buscar naquelle dia.

Chegando perto das cabanas, ouvi um grande rumor de canto e de trombetas, e deante das cabanas havia umas quinze cabeças espetadas; eram de gente sua inimiga, chamada Markaya, e que tinha sido devorada.

Ouando me levaram para lá, disseram-me que as cabeças eram de seus inimigos ecpie estes se chamam Markayas. Fiquei então com medo epensei: «assim farão commigo também!» Ouando entravamosnas cabanas, um dos meus guardas avançou e gritou com voz forte para que todos o ouvissem «Aqui trago o escravo, o portuguez,» pensando que era cousa muito boa ter o inimigo em seupoder. E fallou muitas outras cousas mais, como e de costume, conduzindo-me ate onde estava o rei assentado, bebendocom os outros e estando já embriagados pela bebida que fazem, chamada Kavawy. Fitaram-me desconfiados e perguntaram: «Vieste como nosso inimigo? Eu disse: Vim, mas não souvosso inimigo.» Deram-me então a beber. Já tinha ouvido fallarmuito do rei Konyan-Bébe, que devia ser um grande homem,um grande tyrano para comer carne humana. Fui direito aum delles que pensava ser elle e lhe fallei tal como me vieram as palavras, na sua lingua e disse: «Es tu Konyan-Bébe,vives tu ainda?» Sim,» disse elle, «eu vivo ainda.» «Então, disse eu, ouvi muito fallar de ti e que es um valente homem.» Comisto, levantou-se e cheio de si começou a passear. Elle tinhauma grande pedra verde atravessada nos lábios (como é costume delles); também fazem rosários brancos de uma espécie deconchas, que é seu enfeite. Um destes o rei tinha no pescoço, e tinha mais de 6 braças de cumprido. Por este enfeite vique elle era um dos mais nobres.Tornou a assentar-se e começou a me perguntar o queplanejavam seus inimigos, os Tuppin-Ikins e os portuguezes.E disse mais: porque queria eu atirar sobre elle, em Brickioka? Porque lhe contaram que eu era artilheiro e atirava contraelles. Então respondi que os portuguezes me tinham mandadoe me obrigaram. Disse elle então que eu também era portuguez, porque o francez, que me havia visto e a quem ellechamava «seu filho», lhe dissera que eu não sabia a sua lingua por ser portuguez legitimo. Eu disse então: «Sim, é verdade; estive muito tempo fora daquella terra e tinha esquecidoa lingua.» Elle replicou que já tinha ajudado a capturar e comer cinco portuguezes e que todos tinham mentido. Só merestava então consolar-me e recommendar-me á vontade deDeus, porque comprehendi que devia morrer. Tornou então ame perguntar o que os portuguezes diziam delle e si elles tinham muito medo delle. Eu respondi: «Sim, elles faliam muitode ti e das grandes guerras que tu lhes costumas fazer; masagora fortificam melhor Brickioka.»
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