América Austral, 1600No início do século XVII, a América portuguesa já não era a terra "onde nada se encontra de proveitoso" que Américo Vespúcio descrevera quase cem anos antes. A agricultura de exportação, que se vinha desenvolvendo no Brasil, havia contribuído para o povoamento da terra e era uma nova fonte de riqueza para a Coroa portuguesa. Os canaviais espalhavam-se pela costa e o açúcar alcançava altos preços no mercado europeu. Assim, de selvagem e inóspito, o Brasil transformava-se rapidamente em uma próspera colônia.Com tudo isso, cresce o interesse pelas coisas da terra. Na cartografia, os mapas do Império Atlântico Português já aparecem enriquecidos dos detalhes e revelam uma visão de conjunto bem aproximada da configuração geográfica real.Nessa carta, elaborada em 1600 e assinada por Luís Teixeira, o continente americano é representado em toda a sua extensão, desde a Groenlândia até o estreito de Magalhães. O centro de interesse é a costa atlântica, embora a costa banhada pelo Pacífico também apareça na América meridional. No entanto, a colonização ainda era apenas litorânea, como demonstra a abundante nomenclatura que aparece designando os acidentes da orla marítima, contrastando com a ausência quase completa de informações precisas sobre o interior do continente.A carta inclui ainda a costa oriental da África e da Europa. E o original, em pergaminho iluminado, mede 82 x 98 cm e se encontra na Biblioteca Nacional de Florença, na Itália.Clique na imagem para reduzi-la: