Falecimento de Peter Wilhelm Lund foi um dos naturalistas dinamarqueses mais notáveis do século XIX, e é considerado o pai da paleontologia e arqueologia no Brasil
25 de maio de 1880
11/04/2024 00:15:13
Peter Wilhelm LundNaturalistaPeter Wilhelm Lund foi um dos naturalistas dinamarqueses mais notáveis do século XIX, e é considerado o pai da paleontologia e arqueologia no Brasil. WikipédiaNascimento: 14 de junho de 1801, Copenhage, DinamarcaFalecimento: 25 de maio de 1880, Lagoa Santa, Minas Gerais
Quando Lund faleceu os moradores de Lagoa Santa realizaram o seu sonho: ser enterrado próximo a um pequizeiro, festejos, fogos e foguetórios durantes três, com a banda composta de negros, que ele financiava, tocando o tempo todo. Porém, no terceiro dia os fogos acabaram.
Para cumprir o desejo de Lund, o "bom povo" de Lagoa Santa queimou os 1200 livros da biblioteca de pesquisador, arrancando página por página e para fazerem rojões e assim o conhecimento contido nos livros tornou-se uma espécie de poeira estelar com as fagulhas da ignorância...
Seu trabalho sempre foi financiado pela Real Academia de Ciências de Copenhagen. O Brasil nunca colaborou com um centavo para ele realizar as suas pesquisas. Por isso grande parte de seus descobrimentos e estudos estão na Dinamarca.
Falecimento de Peter Wilhelm Lund foi um dos naturalistas dinamarqueses mais notáveis do século XIX, e é considerado o pai da paleontologia e arqueologia no Brasil
“Os nossos tupinambás muito se admiram dos franceses e outros estrangeiros se darem ao trabalho de ir buscar o seu arabutan [pau-brasil]. Uma vez um velho perguntou-me: Por que vindes vós outros, maírs e perôs (franceses e portugueses) buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra ? Respondi que tínhamos muita mas não daquela qualidade, e que não a queimávamos, como ele o supunha, mas dela extraíamos tinta para tingir, tal qual o faziam eles com os seus cordões de algodão e suas plumas.
Retrucou o velho imediatamente: e porventura precisais de muito? Sim, respondi-lhe, pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos, facas, tesouras, espelhos e outras mercadorias do que podeis imaginar e um só deles compra todo o pau-brasil com que muitos navios voltam carregados. — Ah! retrucou o selvagem, tu me contas maravilhas, acrescentando depois de bem compreender o que eu lhe dissera: mas esse homem tão rico de que me falas não morre? — Sim, disse eu, morre como os outros. Mas os selvagens são grandes discursadores e costumam ir em qualquer assunto até o fim, por isso perguntou-me de novo: e quando morrem para quem fica o que deixam? — Para seus filhos se os têm, respondi; na falta destes para os irmãos ou parentes mais próximos. — Na verdade, continuou o velho, que, como vereis, não era nenhum tolo, agora vejo que vós outros maírs sois grandes loucos, pois atravessais o mar e sofreis grandes incômodos, como dizeis quando aqui chegais, e trabalhais tanto para amontoar riquezas para vossos filhos ou para aqueles que vos sobrevivem! Não será a terra que vos nutriu suficiente para alimentá-los também ? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estamos certos de que depois da nossa morte a terra que nos nutriu também os nutrirá, por isso descansamos sem maiores cuidados.