Em seu testamento, Martim declara:Saibam quantos esta cédula de testamento virem, como no ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo da era de mil seiscentos e três anos, aos doze dias do mês de março do dito ano, neste sertão do Rio Paracatú, [eu] Martim Rodrigues, determinei fazer esta cédula de testamento, estando são e de saúde, e em todo o meu sizo, e juízo perfeito todo e quanto me deu o Senhor Deus, por não saber o que fará Deus de mim, para neste dispor declarações e desencargos de minha consciência e [...] de minha alma.Primeiramente [encomendo a alma]. Segundamente, declaro que sou casado e morador na Vila de São Paulo, com Suzana Rodrigues, e dela tenho quatro filhas: Maria Tenória, Ana da Veiga, Elvira Rodrigues e Suzana, legítimas, as quais são minhas herdeiras.E declaro que tenho mais uma filha bastarda, a qual tenho casada com José Brante, e se chama Joana Rodrigues, e lhe dei certa cópia de fazenda, no que lhe fizemos escriptura à qual me reporto.Declaro que tenho mais dois meninos que os tenho por meus filhos, e são bastardos que os houve no sertão, e um deles tem nome Diogo, e o temos forrado de comunidade com a minha mulher Suzana Rodrigues [...].Peço para ser sepultado no Convento de Nossa Senhora do Carmo da Vila de São Paulo.[Deixa quarenta cruzados de esmola a várias confrarias].Declaro que tomei a Francisco Espinosa, certa cópia de mercadoria, das quais tenho vendido certa parte, e disso me hão feito conhecimentos os devedores, os quais dirão a Francisco de Espinosa que são de seu dinheiro; de minha fazenda lhe pagarão até oitenta cruzados por alguma parte dela que comigo gastei [e] acho dever-lhos.Deixo por curadora e tutora de minhas filhas a minha mulher Suzana Rodrigues enquanto não se casar, e casando-se, deixo a meu genro Clemente Álvares, no qual encomendo [...] bem como nele confio.[O mesmo para os bastardos, e se a mulher não quiser cuidar deles peço a Clemente Álvares que o faça, mandando ensinar a ler e escrever e aprender o ofício com Clemente Álvares].[Caso eu morra no sertão, não quero que minhas peças sejam vendidas, mas entregues e Baltazar Gonçalves para as levar à sua família em São Paulo].[Deixo o resto da terça aos dois filhos bastardos].[genearc.net]
PROJETO COMPARTILHARCoordenação: Bartyra Sette e Regina Moraes Junqueirawww.projetocompartilhar.org SL. 4º, 428 Foi o tronco da família deste apelido, em S. Paulo, Martim Fernandes Tenório de Aguilar, de nobre ascendência, povoador e célebre conquistador dos sertões no posto de Capitão-mor da tropa; foi da governança de S. Paulo; e faleceu em 1603 no sertão do rio Paraná. Foi casado com Suzana Rodrigues, e dela teve as seguintes f.ªsCap. 1.º Maria Tenório, casada com Clemente AlvaresCap. 2.º Anna da VeigaCap. 3.º Suzana Rodrigues, casada com o Capitão João PaesCap. 4.°. Elvira Rodrigues, casada com Cornélio de Arzamnota rodapéO Capitão-mor Martim Fernandes, alem das 4 f.ªs. legítimas mencionadas, deixou mais uma f.ª natural que foi Joanna Rodrigues, que casou com Jorge Brant (C. Ec. de S.Paulo). Sesmarias vol. 1 - 32) Martim Rodrigues e Clemente Álvares, seu genro - 5/2/1609 - Pedem 2 léguas da barra do Yatuahi até a barra do dito ribeiro. O traslado foi feito em Santos em 8/1/1610 Subsídios à Genealogia Paulistana (Regina Moraes Junqueira)
O espanhol Martim Rodrigues, foi ativo bandeirante tendo tomado parte na bandeira de Nicolau Barreto em 1602, ocasião em que escreveu seu testamento. Nesse ano já tinha casado duas filhas e encaminhado o casamento da terceira. Saiu chefiando bandeira própria em 1608 em direção à Paraupava e nunca mais retornou. Silva Leme se enganou quanto ao ano de sua morte.
Em 1589 estava casado com Suzana Rodrigues, viúva de Damião Simões (SAESP 1º, neste site). Suzana ainda vivia em 1624 mas já fora inventariada em 1631.
Martim teve quatro filhas legítimas:1. Maria Tenório, casada em 1601 com Clemente Álvares, em vida de seu pai. Faleceu Maria Tenório em 1620 (SAESP 44º, neste site) e seu marido foi inventariado em 1641 (SAESP 14º, neste site).2. Ana da Veiga, casada com Teodósio da Fonseca. Teve seu dote escriturado pelo pai pouco antes da saída da bandeira de Nicolau Barreto. Já era falecida em 1612, deixando o filho único Diogo, que foi levado pelo pai ao Rio de Janeiro. Marido e filho não constam da GP.
3. Elvira Rodrigues casada com Cornélio de Arzam depois da saída da bandeira de Martim Rodrigues em 1608. Sogro e genro nunca se conheceram. Faleceu Cornélio em 1638 (SAESP 12º, neste site). Elvira ainda vivia em 1672, ocasião em que possuía casa defronte ao convento de São Francisco.4. Suzana Rodrigues, nascida por 1597, ainda era solteira em 1619. Em 1631 seu marido João Paes aparece pela primeira vez no inventário do sogro e também é neste ano que tardiamente fecha as contas no inventário de sua primeira mulher, Maria da Gama (SAESP 6º, neste site). Deixou Martim a filha natural:5. Joana Rodrigues dotada e casada e por seu pai com José Brant. José foi recrutado para porteiro da Câmara da Vila de São Paulo e tendo recusado a servir, foi preso. Alegou ser casado e estar “carregado de filhos” o que o isentava de servir a cargos públicos (Atas, vol 1). Estes filhos, netos de Martim Rodrigues, não constam da GP. Martim Rodrigues teve de índias da terra dois bastardos, havidos no sertão, não mencionados na GP:6. Diogo, já alforriado pelo pai e por Suzana Rodrigues em 1602.7. Pedro Rodrigues Tenório, nascido por 1601, entregue a Cornélio de Arzam para aprender carpintaria, morava em 1628 com a irmã Elvira Rodrigues. Deve ser a ele que Martim se refere em seu diário: “Recibio-se mi hijo (.......) a 20 dias del mes de (.........) de 1601 años y dias de (.......) MARTIM RODRIGUESInventário e TestamentoLIVRO DE CONTAS e PAPÉIS AVULSOS Vol 2, fls 5Data: 18-6-1612Juiz: Bernardo de QuadrosAvaliadores: João da Costa e Antonio Lopes PintoLocal: Ebirapoeira, termo da Vila de São PauloDeclarante: Suzana Rodrigues Inventário da “fazenda que se achar ser do dito Martim Rodrigues defunto por ser ido ao sertão e se dizer ser lá morto”. FILHOS“Disse que tinha uma filha de idade de quinze para dezesseis anos por nome Suzanna”. TITULO DAS PEÇASUma negra da nação Guoaya, escrava da entrada de Domingos Rodrigues15 tememinós3 tupiaemUm moço tememinó por nome Pedro que dizem ser filho do defunto Martim Rodrigues Seguem as avaliaçõesRoupas, ferramentas, caixas, gado (70 cabeças), cavalos, porcos, roça, 3 livros (dois religiosos e “A Cronica do Grão Capitão”) PAPÉISEscritura dada por Jerônimo Leitão a Baltazar Rodrigues, que por certidão passada por Belchior da Costa pertence a este inventário (capões entre os rios Jeribatiba e Bohi)
Outra escritura do mesmo Baltazar Rodrigues, que ele comprara de Belchior da Costa e foram arrematadas por Martim Rodrigues, por dívida que Baltazar tinha com o órfão Damião SimõesChãos na vila e que entregou por dívida que tinha com o órfão Damião Simões
Terras no Rio Bohi arriba, dada por Roque BarretoIdem, no rio Bohi abaixo, dada por Gaspar ConqueiroCasa que foi de Pedro Grande arrematada por Martim Rodrigues
Carta de dada por Gaspar Conqueiro a Clemente Alvares, Martim Rodrigues e Damião Simões e que estava em poder de Clemente Álvares.
MONTE MOR$ 180$780
Fazenda entregue à viúva pelo juiz por ela ser mulher capaz de governar sua casa “e casar sua filha por ser já de idade para isso e haver casado já outras duas em ausência de seu marido Martim Rodrigues..”
27-8-1613 – Suzana é intimada a pagar 6$000 ao padre Vigário por ter seu marido falecido sem testamento. O vigário João Pimentel contesta, dizendo que a terça é de 30$000 então lhe cabe a terça da terça. 20-5-1614 – Quitação que dá Manoel Pinto de uma demanda que tivera com Martim Rodrigues Tenório e Tristão de Oliveira o moço. 12-3-1618 – Ainda não se tinha cumprido o despacho relativo ao pagamento ao vigário. 26-8-1619, nas pousadas de Cornélio de Arzão, o juiz Antonio Telles foi saber de Suzana Rodrigues e Clemente Álvares porque sumiram com o testamento do defunto por tantos anos. Responderam que Martim Rodrigues tinha fechado o testamento em uma caixa quando voltou da jornada de Nicolau Barreto e eles não sabiam que estava ali.Procurador da viúva: Gaspar de Brito e Manoel Godiz Malfaia TESTAMENTO Em nome de Deus amém.Saibam quantos esta cédula de testamento virem como no ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo da era de mil seiscentos e três anos aos doze dias do mês de março do dito ano neste sertão do Rio Paracatú Martim Rodrigues determinei fazer esta cedula de testamento estando são e de saúde e em todo o meu sizo e juízo perfeito todo e quanto me deu o Senhor Deus por não saber o que fará Deus de mim para neste dispor declarações e desencargos de minha consciência e ....to de minha alma.Primeiramente (encomenda a alma)Segundamente declaro que sou casado e morador na Vila de São Paulo com Suzana Rodrigues e dela tenho quatro filhas // Maria Tenória // Ana da Veiga // Elvira Rodrigues e Suzana, legítimas, as quais são minhas herdeiras. E declaro que tenho mais uma filha bastarda a qual tenho casada com José Brante e se chama Joana Rodrigues e lhe dei certa cópia de fazenda no que lhe fizemos eu e minha mulher Suzana Rodrigues escriptura à qual me reporto.Declaro que tenho mais dois meninos que os tenho por meus filhos e são bastardos que os houve no sertão e um deles tem nome Diogo e o temos forrado de comunidade com a minha mulher Suzana Rodrigues (há falhas, mas se reporta à escritura feita por Antonio Rodrigues, tabelião)Deixo por meus testamenteiros a Baltazar Gonçalves e s ( ...) Martim Barregão e a meu genro Clemente Álvares ... (pede para ser sepultado no Convento de Nossa Senhora do Carmo da Vila de São Paulo)Encomenda missas e ofícios e deixa quarenta cruzados de esmola a várias confrarias.Declaro que eu tomei a Francisco Espinosa morador na vila de (...) certa cópia de mercadoria das quais tenho vendido certa parte e disso me hão feito conhecimentos os devedores os quais dirão a Francisco de Espinosa que são de seu dinheiro de minha fazenda lhe pagarão até oitenta cruzados por alguma parte dela que comigo gastei acho dever-lh’os.(Declarou que se pague dividas a quem apresentar assinados e que tem um livro de contas)Deixo por curadora e tutora de minhas filhas a minha mulher Suzana Rodrigues enquanto não se casar e casando-se deixo a meu genro Clemente Álvares no qual encomendo (...) bem como nele confio.(O mesmo para os bastardos, e se a mulher não quiser cuidar deles pede a Clemente Álvares que o faça, mandando ensinar a ler e escrever e aprender o ofício com Clemente Álvares).(Caso morra no sertão, não quer suas peças sejam vendidas, mas entregues e Baltazar Gonçalves para as levar à sua família em São Paulo)(Deixa o resto da terça aos dois filhos bastardos)Encomenda mais missas e dá por findo o testamento, feito por Manoel de Soveral.Martim Rodrigues // Antonio Gonçalves Davide // Sebastião de Freitas Caleiro // Manoel Machado // Diogo de Oliveira Gago // Francisco Ferreira // Francisco Alvares Correa // Miguel GonçalvesSebastião Peres Callaro // Manoel de Soveral // CUMPRA-SE: 19-8-1619 27-8-1619 – O procurador da viúva e Clemente Álvares pedem a anexação de papéis que ficaram de fora quando fizeram as declarações (são as escrituras das terras acima citadas) Quitações de Damião Simões reconhecendo que recebeu sua legítima, peças etc.Quitação em 7-3-1602, de Teodoro da Fonseca do dote que lhe deram em casamento.(há o rol do dote) PARTILHAS: 2-9-1619. CitadosSuzana Rodrigues a viúvaClemente Álvares, marido de Maria TenóriaCornélio de Arzão, marido de Elvira RodriguesSuzana Rodrigues por sua filha Suzana Rodrigues, moça solteiraGaspar Rodrigues, indicado para procurador de Diogo, filho de Teodósio da Fonseca, órfão morador no Rio de Janeiro O moço Pedro, tido por filho do defunto é entregue a Cornélio de Arzão para ensinar o ofício de carpinteiro. Apurou-se dívidas que tinham Clemente Álvares e Damião Simões e o juiz mandou que se “passasse mandato contra o dito Clemente Álvares e o dito Damião Simões por serem homens relapsos que tiveram em seu poder o inventário do defunto Damião Simões e o testamento do defunto Martim Rodrigues sem os quererem entregar depois da morte até agora e assim uma cousa como outra entregaram por justiça que de outra maneira não quizeram”. 1-8-1624 – Cornélio de Arzão, como procurador de sua sogra requer que o juiz João de Brito Cassão intime Clemente Alves para entregar as escrituras para que se faça partilhas das terras. 2-8-1624 – Pero Leme, escrivão, foi à cadeia, onde estava preso Clemente Álvares e o intimou a entregar as cartas de datas. 3-8-1624 – Novo requerimento de Cornélio de Arzão, desta vez para que Clemente Álvares entregasse o gado que tinha em suas terras para partilhas. No mesmo dia Pedro leme volta à cadeia e notifica o dito Clemente, ao que este respondeu “que não era letrado que seu procurador responderia por ele”. Seguem quitações das missas e esmolas pias, datadas de 1619, pagamentos feitos por Suzana Rodrigues e Cornélio de Arzão. 3-8-1624 – Cornélio de Arzão é feito curador de Diogo, filho de Teodósio da Fonseca. Fls 30“Outra quitação de Teodósio da Fonseca do casamento que lhe deram que o juiz mandou aqui acostar:Darei três escravos (um casal forro e dois meninos um macho e uma fêmea)Darei uma dúzia de vacas parideirasDarei com estas vacas um touroDarei uma poltra de dois anos que foi de Clemente Alvares(mais roças, porcos, criações, casas na roça e na vila, chão na banda de Santo Antonio, metade do estanho que Martim Rodrigues tinha, roupa de mesa, uma mesa, vasquinha e gibão e seu manto “para as festas da vila”) Sou pago de todo o acima declarado que Martim Rodrigues me prometeu com sua filha em casamento e por assim ser verdade me assignei hoje 7 de março de 1602 anosTheodosio da Fonseca 4-2-1631 – João Paes faz requerimento ao juiz Paulo da Silva, pedindo que Cornélio de Arzão como curador de Diogo, entrasse com a colação do que recebera Teodósio da Fonseca de dote, caso quisesse tirar a legítima do órfão. Requeria que se entregasse esta legítima a ele que tinha casado com a órfã Suzana Rodrigues, porque os demais genros tinham decidido não herdar.O juiz decidiu que o órfão não poderia herdar porque todas as filhas de Martim tinham recebido seus dotes, menos Suzana Rodrigues que precisava ser inteirada.(faltam linhas, mas parece ser parte do mesmo despacho:) “antes de outro despacho se apense aqui o inventário que se fez por morte e falecimento de Suzana Rodrigues, mulher que foi do defunto Martim Rodrigues e satisfeito me torne para mandar o que me parecer justiça. São Paulo 21 de Fevereiro de 1631.” O Juiz dá sentença a favor de João Paes a quem é entregue a fazenda que foi de seu sogro Martim Rodrigues, fiado por João de Brito Cassão. APENSOS AO INVENTÁRIO DE MARTIM RODRIGUES(São papéis desconexos, mais antigos que o inventário e alguns que parecem pertencer a outros autos)1. Mandato de citação à mulher do defunto Damião Simões, para pagar um assinado que seu marido fizera a Garcia de Vila Maior, referente a umas arrobas de açucar.2. Papéis referentes ao oficio de escrivão, que parecem pertencer às atas da Câmara.3. Assinado de dívida de Damião Simões a Garcia de Vila Maior, em 15774. Lembrança escrita em espanhol, sobre pagamento de botas de couro de “baca” que pagou com peles de porco.5. “Recibio-se mi hijo (.......) a 20 dias del mes de (.........) de 1601 años y dias de (.......)Nota do transcritor: Parece tratar-se de lembranças feitas por Martim Rodrigues em espanhol, em papel avulso, onde há mais escritos indecifráveis. LIVRO DE ASSENTOS DE MARTIM RODRIGUESData: 1-1-1602(Caderno manuscrito, organizado em páginas precedidas de um índice, onde constam as pessoas com quem tinha contas, a saber: os rendeiros, confrarias, Nuno Vaz Pinto, Baltazar de Godoi, Francisco Espinosa, Baltazar Gonçalves, José Planta, Francisco Martins, João Serrano, Damião Simões, Manoel Rodrigues, Antonio Camacho, Belchior da Costa, Teodósio da Fonseca, Antonio Andrade, Gaspar Conqueiro) “Este livro hize por quietud de mi memoria para por ele saber na verdad lo que debo eo que me devem......”Nota do transcritor: Os primeiros assentamentos de todas as páginas estão escritos em portugues com excelente ortografia. Devem ser os que Martim Rodrigues diz ter copiado de outro livro. Os restantes estão em espanhol.” Entre as contas:- Deu 10 arretéis de cera a Baltazar Gonçalves, mordomo de Santo Amaro- 15-8-1601 – Assentou-se como confrade de Nossa Senhora do Carmo e tomou o batismo(Nota nossa: este fato tem sido tomado como prova de que Martim Tenório seria judeu, tendo recebido o batismo “de pé”, isto é, em adulto. No entanto, aqui Martim se refere ao batismo da ordem, quando o novo irmão é recebido como parte da congregação, após os ritos de iniciação)- Contas com Clemente Álvares “Lhe devo sete cruzados em dinheiro menos aquilo que no traslado do inventário de seu pai se achar que paguei a Antonio de Siqueira de o buscar e trasladar”. (Nota: O inventário do pai de Clemente não correu portanto em São Paulo)- Com Baltazar Gonçalves tinha contas de feitio de sapatos que Baltazar fizera.- Contas com José Planta eram frequentes e as últimas datam de 29-5-1608. (Dá a impressão que José Planta fazia as vezes de secretário, comprador e pagador de Martim Rodrigues)- Com Damião Simões tinha anotado despesas que fizera com educação, vestuário, com carta de emancipação datada de 2-5-1602, para tratamento de saúde que Damião fez em casa de Pascoal Leite.- Com Gaspar Conqueiro tinha trafego de mercadorias, entregues por Gaspar para Martim dar à gente de Conqueiro. Alguma desta fazenda foi entregue por Belchior Conqueiro, filho de Gaspar. Seguem lembranças:“El engeño de hierro começo a moler quinta fera a 16 de aguosto de mil y quinientos y siete años (sic) al qual engeño pusieram por nombre nuestra señora de aguosto qués la assuncion bendita y su dia a 15 del dito mes.” “Contei meu gado hoje 10 de junho...”.....“Tenho gasto em duas vezes que tenho mandado buscar esta gente que dizem estar em este mato a primeira vez 34 dias 3 negros que são perto dos 102 mais outra vez tudo 46 dias a 3 negros cada dia que são perto de 148 e juntando-se todas 240 peças as que tenho gastado em esta demanda até hoje 6 de junho de 1607 anos são por todo 207 serviços os que hei gastado em buscar esta gente encantada” “Tenho gasto de vinho desde que cheguei até agora (faz contas de várias peroleiras) mais 3$800 que comprei em a vila de São Paulo de casa de Rafael de Oliveira por dois couros .... que tenho gasto em vinho desde que vim do sertão até agora primeiro de junho de 1607 anos 9$800Mais meia pataca mais duas patacas até hoje 13 de setembro de 1607 anos são treze mil réis os que tenho gasto...............O desembargador partiu de Sa (....) de fevereiro de 1606 anos a 8 de março de 1606 anos foi batizada (...) em Santo Amaro baptizo as (.....................) [projetocompartilhar.org/SAESPp/ martimrodrigues1612.htm]
1° de 2 fonte(s) [27252] De que estamos falando? Antigos conceitos e modernos anacronismos – escravidão e mestiçagens, 2015. Eduardo França Paiva, Manuel F. Fernández Chaves e Rafael M. Pérez García (orgs.) Data: 2015, ver ano (122 registros)
Os outros tememinós eram sem valor, diferente dos tememinós tamoios. Salvo os tamoios e a negra do Guoaya, os demais 27 índios, inclusos entre os tememinós e as peças que se acharam vivas, não receberam avaliação monetária, incluindo um “moço por nome Pedro que disseram ser filho do defunto Martim Rodrigues”, o inventariado. O escrivão Simão Borges sabia muito bem quem podia ou não ser descrito com valor, como escravo. O filho do senhor não era escravo, como o próprio Martim Rodrigues afirmara em seu testamento de 1603, feito em pleno sertão às margens do rio Paracatu. Ainda que em meio aos perigos do sertão, não estava doente à beira da morte, mas “são e de saúde e em todo o [seu] siso e juízo perfeito”. No entanto, para “desencargo de [sua] consciência”, declarava possuir dois filhos bastardos que os houve no sertão”, um de nome Diogo e o outro, infelizmente, ilegível na fonte, mas muito provavelmente o tal Pedro descrito no inventário. Sobre o filho Diogo, Martim afirma que ele e sua mulher, Suzana Rodrigues (de pai desconhecido, provavelmente descendente de índio), o forraram “em comunidade”, de comum acordo. A par do estado da documentação, sabe-se que para Diogo o documento traz referências a “notas do tabelião Antônio Rodrigues”. Teria sido a alforria registrada em cartório? Não sabemos, mas Martim Rodrigues tinha muita preocupação com os “dois meninos (...) filhos bastardos”, e pediu a sua mulher que ficasse curadora das crianças. Se Suzana não quisesse, ficaria a cargo de seu genro, que também os ensinaria a “ler e escrever”, e “alguns outros ofícios que lhe parecer bem”. Sua terça, depois de cumpridos os legados, deveria ser repartida por “ambos irmãmente de permeio”. De fato, os filhos do senhor não eram escravos. Eram parentes, ainda que um deles tenha sido arrolado no inventário do pai, mas não como escravo. Filhos bastardos não necessariamente [*De que estamos falando? Antigos conceitos e modernos anacronismos – escravidão e mestiçagens, 2015. Eduardo França Paiva, Manuel F. Fernández Chaves e Rafael M. Pérez García (orgs.). Páginas 193 e 194]
2° de 2 fonte(s) [28445] Povoadores de Santo Amaro/SP no século XVI e XVII: A grande família de Martim Rodrigues Tenório e Susana Rodrigues. Por Inez Garbuio Peralta Data: 2022, ver ano (261 registros)
Durante sua estada no sertão Martim fez um testamento, datado de 1603; voltou em 1604 para a Vila, permanecendo nela até 1608. Nesse período Martim não deixou de ter atuação política, participando de ajuntamentos, convocados pela Câmara, ou como vereador. [p. 7 e 8]
O Testamento e o Inventário de Martim Rodrigues Tenório Entre 1603 e 1608 Martim fizera um Testamento e o guardara em sua casa, em Ibirapuera (Santo Amaro). Contudo o documento ficou ocultado por vários anos e só foi revelado no decorrer do processo do Inventário. Aparentemente nem Clemente Alvares, genro de Martim e com o qual realizava várias transações, sabia da existência do testamento. [Página 11 do pdf]
Nicolau Barreto partiu para o sertão em fins de 1602 e dois anos depois, em 1604, regressava a São Paulo. Segundo Alfredo Ellis, mencionado por Taunay, Barreto teria atingido o oeste paranaense, no Piqueri. O testamento fora redigido aos 12 dias do mês de março de 1603 no sertão e rio do Paracatu.
Era comum nessa época, os testamentos começarem com o pedido de salvação da alma. O arrependimento era necessário para se chegar ao céu.
Diz Martim Rodrigues:
“Primeiramente encomendo minha alma a Deus Nosso Senhor que a remiu com seu preciosíssimo sangue e morte e paixão e à Virgem Nossa Senhora sua bendita Madre rogo seja minha advogada e intercessora para que alcance de seu bento Filho perdão de meus pecados e me dê a glória bem aventurança amem.”
Na sequência, Martim Rodrigues afirma que era casado com Susana Rodrigues e tinha dela quatro filhas: “Maria Tenória, Anna da Veiga, Elvira Rodrigues e Susana, legítimas as quais são minhasherdeiras.”
Declara ainda Martim Rodrigues, que tinha mais uma filha bastarda, casada com José Brante, que se chamava Joana Rodrigues e que já lhe tinha dado juntamente com sua esposa “cópia da fazenda”com escritura. Informa também que tinha dois meninos bastardos que “os houve no sertão, um de nome Diogo que, de acordo com sua esposa, já o tinha ‘forro’ libertado.”
Martim Rodrigues indica Clemente Alvares, como um de seus testamenteiros. Para assegurar sua salvação deixa encomendado missas e orações e ainda oferta de dinheiro a grupos religiosos. Após mandar que se rezasse 18 e mais 26 missas pela sua alma nas mais diversas igrejas, ordena que se tirem de “sua terça” quarenta cruzados para serem distribuídos em sete confrarias religiosas de São Paulo, de Itanhaém e à Santa Casa. Deixa também dois mil réis aos padres da Companhia de Jesus. Manda ainda pagar a todo aquele que cobrar, apresentando um recibo contendo sua assinatura.
Confiante em sua esposa, Martim Rodrigues, deixa por curadora e tutora de suas filhas, sua viúva “enquanto se não casar e casando-se deixo por curador delas meu genro Clemente Alvares...bem como dele confio.”30
Essa observação prende-se a legislação vigente que “não permitia que a mãe, depois de contrair novas núpcias, permanecesse como tutora dos filhos.”31 [Páginas 15 e 16 do pdf]
Em 1624 Cornélio Arzão passou também a ser curador de seu sobrinho, Diogo, filho de Teodósio Fonseca e de Ana Veiga.54 Nesse ano Cornélio pede à Justiça para notificar Clemente Álvares para entregar os títulos de datas de terras que estavam lançadas no Inventário de Martim Tenório para saber a quem deveriam pertencer.55 Susana Rodrigues - a moça, a quarta filha de Martim, ainda era solteira por ocasião do testamento, em 1603, bem como do Inventário do pai(1612 até 1619). [Páginas 26, 27 e 28 do pdf]