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Reunião em São Vicente
25 de julho de 164005/04/2024 12:56:57

Documento importante que não se transcreve nas Atas nem no Registro Geral da Câmara de São Paulo de que o manuscrito de Piza nos dá notícia é a ata da reunião dos procuradores das camaras da capitanias vizinhas de São Vicente e Conceição efetuada em São Vicente a 25 de junho de 1640 (cf. Rev. do Inst. Hist. de S. Paulo, III, 63).

A ela não se refere Azevedo Marques nem a menciona Pedro Taques. Reuniram-se na casa do conselho de São Vicente os procuradores de São Vicente, Mogy das Cruzes, Itanhaém, Iguape e Cananéa. Dentre eles tem relevo Balthazar Fernandes, de Parnaíba e José Preto de Mogy.

Declararam expressamente qual o motivo de tão solene reunião a que desejavam dar todos os carecteres de legalidade.

"Todos juntos trataram de remédios que haviam de ter informarem a sua Majestade, e suplicarem a Sua Santidade sobre os Breves de Sua Santidade e do Senhor Coleitor destes Reinos de Portugal passados a instância dos Reverendos Padres da Companhia de Jesus, e entre todos determinaram o seguinte (para o que tomaram juramento dos Santos Evangelhos sobre um livro deles para determinarem o que lhes parecer mais acertado, encaminhando ao bem comum em serviço de Deus e Salvação das Almas".

Passaram depois á questão essencial de angariar recursos para a sustentação provável da ardua campanha, acordando em recolher 4:000 cruzados o que para as posses da terra era imenso. Pitoresca a porcentagem das fintas distribuídas entre as diversas vilas; dá uma idéia da relatividade dos recursos. Caberiam a São Paulo um conto de reis (2.500 cruzados), a Parnaíba 120$000, Itanhaém 100$000, Santos 80$000, Mogy, Iguape, São Sebastião 60$000, São Vicente 30$000 e Cananéa 25$000.

Era bem fraca a aritmética dos senhores procuradores; assim a soma destes subsidios atingia apenas a 1:535$000 em uma vez dos anunciados 1:600$000, apesar declararem "tudo faz a soma os quatro mil cruzados os quais se hão de tirar com a brevidade possível, e entregues pelos Procuradores das ditas Camara e Povos da Vila de Santos aos oficiais da Câmara dela com Cartas e mais papéis e pelo tempo adiante se tirará outra tanta quantia pelas mesma vilas, seguindo a mesma ordem".Trataram depois do assunto capital da reunião S. Mercês: (Ibid, p. 65)."Ordenaram mais que havendo respeito ás alterações, e motins, que os nativos destas capitanias começaram a fazer fundados nos Reverendos Padres da Companhia por razão destes Breves nos favores, que lhe davam, induzimentos que lhes faziam, de que se seguia risco notável das vidas, fazendas e hornas de todos os moradores destas Capitanias, que se não podia atalhar por meio algum senão lançado os ditos Reverendos Padres da Companhia fora desta Capitania e outro sim visto não se poder administrar Justiça, nem dar cumprimento as Leis de Sua Majestade, e na sua presença porquanto se tem feito tão poderosos que querem que tudo se faça a seu querer, e vontade, tanto assim que qualquer Ministro que lha não faz, o procraum logo calunias para que os outros com medo se semelhante exemplo não saiam fora de suas ordens como a experiência ordinariamente nos mostra."Era insuportável a atitude destes religiosos. Caluniavam os magistrados que não obedeciam ás suas insinuações contra os povos e pior mostravam-se publciamente sediciosos. "Tanto assim que publicamente dizem e mostram por Cartas que dizer ser de outros Padres da sua Relição afirmativamente, e ainda com juramentos, que temos outro Rei vivo, dizendo que é Dom Sebastião que Deus tem, persuadindo isto muita grande parte destas vilas, e porque alguns homens de pouco saber, e antendimento de pode temer".Era certamente a insuação caluniosa mas outra não ocorreu á inventividade pobre dos procuradores. Apelavam pois para este caso gravíssimo de lesa patria asim de o remediarem. "Alguma dúvida antes disto vir a mair, se assentou para evitar com tempo as alterações que daqui se podia seguia".E aí recorriam a um argumento coetano excelente, embora em profundo descredito de um paulista. Mas era este jesuíta e apostata e embora lhe deturpassem o nome, o caso era ótimo e argumento."E juntamente constando que um Padre de sua mesma Ordem, Religioso professo, Sacerdote, e pregador, que governava as Aldeias dos Índios de Pernambuco por nome o padre Francisco de Moraes, ao qual eles haviam constituído e por capitão e Governo dos mesmos nativos em a Guerra de Pernambuco contra os olandeses, e lançou com o inimigo levantando Guerra contra os nossos, assim ele com os mesmos nativos, fazendo-nos notáveis danos, e mortes, de que precedeu a tal ruína de Pernambuco por serem os nativos muitos em quantidades, e por remate se fez Apostata e foi casar em Olanda".E perigo residia no levante geral dos nativos pela influência enorme da Companhia sobre eles e assim aos grandes males... decidiu-se cortar o mal pela raiz, segundo o velho chavão."E tem ditos Reverendos padres tanta mão com estes nativos que se pode temer o risco de nossas vidas, entrada que por esse meio somente poderia ter com o inimigo. O que tudo considerado para mais segurança, e defensa destas capitanias, e quietação dos Vassalos de Sua Majestade, e serviço do dito Senhor se ordenou e assentou a que pela mais licita, honesta e moderada ordem, que se poder alcançar, se botem todos os Reverendos Padres da Companhia, que nesta capitania assistem, fora dela com protestação de nunca mais os admitir nela, por ser assim serviço de Deus, e a Sua Magestade, e bem comum e quietação destas Capitanias e povos".
Reunião em São Vicente
Relacionamentos
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Pessoas (1)
Balthazar Fernandes (1580-1667)
388 registros / / 156 parentes
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Cidades (9)
Cananéia/SP338 registros
Iguape/SP210 registros
Itanhaém/SP164 registros
Mogi das Cruzes/SP168 registros
Santana de Parnaíba/SP554 registros
Santos/SP674 registros
São Paulo/SP3529 registros
São Vicente/SP581 registros
Sorocaba/SP10973 registros
1840
“Os nossos tupinambás muito se admiram dos franceses e outros estrangeiros se darem ao trabalho de ir buscar o seu arabutan [pau-brasil]. Uma vez um velho perguntou-me: Por que vindes vós outros, maírs e perôs (franceses e portugueses) buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra ? Respondi que tínhamos muita mas não daquela qualidade, e que não a queimávamos, como ele o supunha, mas dela extraíamos tinta para tingir, tal qual o faziam eles com os seus cordões de algodão e suas plumas. Retrucou o velho imediatamente: e porventura precisais de muito? Sim, respondi-lhe, pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos, facas, tesouras, espelhos e outras mercadorias do que podeis imaginar e um só deles compra todo o pau-brasil com que muitos navios voltam carregados. — Ah! retrucou o selvagem, tu me contas maravilhas, acrescentando depois de bem compreender o que eu lhe dissera: mas esse homem tão rico de que me falas não morre? — Sim, disse eu, morre como os outros. Mas os selvagens são grandes discursadores e costumam ir em qualquer assunto até o fim, por isso perguntou-me de novo: e quando morrem para quem fica o que deixam? — Para seus filhos se os têm, respondi; na falta destes para os irmãos ou parentes mais próximos. — Na verdade, continuou o velho, que, como vereis, não era nenhum tolo, agora vejo que vós outros maírs sois grandes loucos, pois atravessais o mar e sofreis grandes incômodos, como dizeis quando aqui chegais, e trabalhais tanto para amontoar riquezas para vossos filhos ou para aqueles que vos sobrevivem! Não será a terra que vos nutriu suficiente para alimentá-los também ? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estamos certos de que depois da nossa morte a terra que nos nutriu também os nutrirá, por isso descansamos sem maiores cuidados.
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