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“Os transportes em São Paulo no período colonial”
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E caso êsses não chegassem, lembraríamos uma decisão daCâmara, datada de 14 de abril de 1590, a qual, a fim de coibirabusos, ameaçava com a multa de duzentos réis"a quem tomasse cavalgadura alheia no campo e nela cavalgasse sem licença do dono" 17) A última etapa da viagem dos padres Cardim e Cristóvãode Gouveia, em 1585, fizera- se a cavalo, como dissemos, linhasatrás, sinal de que os paulistas desde cêdo se utilizaram dêssemeio. Tão bem impressionado ficara o companheiro do Visitador da Ordem, que nos legou estas expressivas declarações: "quem tem sal é rico, porque as criações não faltam"( 18) E o padre Jácome Monteiro, que também por aquí estivera, por volta de 1607, pôde observar como"se vendiam mui bons cavalos, cada qual por um chapéu ou meias- calças, e as vacas andavam em almoeda, sem haver quem as quisesse por três patacas, que era adívida pela qual se rematavam" 19) Não se julgue, no entanto, que andar a cavalo ou servir- sedêle como cargueiro fôsse muito comezinho, porque não o exigiam as distâncias e nem os caminhos se prestavam para tanto. As roças ficavam perto Os trilhos predominavam em quasetôdas as direções. Apenas quatro dêles escapavam à regra geral, em fins do século: o do mar, que partindo do Páteo do Colégio, prosseguia pela atual rua do Carmo até à várzea e dalirumava para os lados do extinto Santo André da Borba do Campo, passando antes pela ribeira do Ipiranga. O outro, dirigiase para a aldeia de Ibirapuera, a três léguas de distância, peloespigão que separa o Anhangabaú e o Cambucí, velha trilhapalmilhada pelos indígenas, e que se transformaria no caminho para Santo Amaro, no trajeto que hoje conhecemos comorua da Liberdade, rua do Vergueiro, Domingos de Morais eAvenida Jabaquara O terceiro, seguia para os lados da aldeiade Pinheiros e demandava os sertões de Jundiaí, "nesse tempo apenas habitado por criminosos e homisiados" [Página 87]

Vemos, dêsse modo, como os fatos se relacionam na vidade um povo. O bandeirismo de apresamento repercutiu na economia planaltina, tanto quanto na do Nordeste e, bem assim, no setor social de ambas. Os transportes, por sua vez, tambémrefletem as condições gerais da época. Senão, observemos oque se passou com os cavalos. Os eqüinos, relativamente numerosos no início do seiscentismo, vão- se tornando mais raros. É que o apresamento, efetuado a pé, geralmente, através depi cadas e de trilhas, dispensava, por embaraçoso, o emprêgo decavalos, muito embora tivesse havido tentativas nesse sentido, tal como se deu com o capitão Francisco Ribeiro de Morais. Em seu inventário, feito"no sertão dos Guaiaz", encontram- se, entre os objetos e armas deixados por êle, doiscavalos, sendo"um selado e enfreiado com suas estribeiras de ferro gineta" 42) Em meio tão adverso poucos animais conseguiriam sobreviver. Outro motivo determinante da escassez, estaria, exatamente, no fato de sua minguada utilização. Assim, possuir cavalgadura era coisa de luxo, antes que de conveniência prática. Acresce ainda que o número de criadores foi diminuto du- Página 96
“Os transportes em São Paulo no período colonial”
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