Wildcard SSL Certificates
1891
1892
1893
1894
1895
1896
1897
1898
1899
Registros (61)Pessoas



Revista do Instituto histórico e geográfico de São Paulo
189523/04/2024 02:49:08

Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1895
Página 11

É geralmente sabido que a povoação, que depois foi villa de Santo André, se edificou á saída da mata, isto é, á borda do Campo, e na margem da estrada ou caminho primitivo que descia de Piratininga para o mar. (Página 13)

O Ferro (Ensaio de História Industrial)

Estudada isoladamente,como fenômeno independente, seria incompreensível a História da evolução das industrias de aproveitamento de nossas jazidas ferríferas nem se encontraria explicação para o estado profundo atraso em que se acham.

Muda de aspecto a questão, e logicamente encadeados uns aos outros se nos apresentam os fatos, entretanto, desde que os encaremos á luz do sistema colonial adotado por Portugal, e tomamos apesar de errônea, para guia a orientação econômica com grande coerência, seguida pela metrópole no Brasil.

Hipnotizados pela contemplação do ponto fixo que eram as Índias produtoras de especiarias, os governos portugueses deixaram decorrer alguns lustros entre a descoberta da Terra de Santa Cruz e sua exploração metódica pela entrega a donatários de trechos de seu litoral.

Mesmo quando se fez sentir a necessidade de enfeixar essas concessões equipoderosas em um conjunto subordinado á autoridade de um representante direto de El-Rey, que impedisse lutas locais e rivalidades estereis, orientasse para o bem da coroa o devassamento do sertão e metodizasse esforços sem coesão, mesmo então nas instruções dadas a Thomé de Souza em 17 de Dezembro de 1548 não se mencionaram senão os pontos referentes á administração territorial, á conquista e á conversão do gentio, réditos provenientes da exploração do Pau-Brasil e a incipiente indústria açucareira. Não se falou nesse regimento nas riquezas minerais do novo continente.

Nas próprias doações previa-se apenas a eventualidade das descobertas de minas para assegurar os direitos reais aos quintos e é característica a redação dos foraes que acompanhavam esses documentos de que pode servir de tipo a carta relativa a Martim Afonso, donatário de São Vicente, em que se diz:

Item II - "(...) havendo nas terras da dita Capitania costa, mares, rios, e bahia dela qualquer sorte de pedraria, pérolas, aljofar e ouro e prata, coral, cobre, estanho, chumbo ou outra qualquer sorte de metal, pagar-se-ha a mim o quinto, do qual quinto haverá o capitão sua redizima, como se contém em sua doação, e ser-lhe-á entregue a sua parte que na dita dizima lhe montar, ao tempo que se o dito quinto, por meus oficiais para mim arrecadar.

O esgotamento progressivo das minas auríferas da Europa, a tradição da procura do ouro nas costas africanas, revelada pelos nomes dados aos trechos de território e aos acidentes geográficos encontrados (Rio do Ouro,etc.), as partidas desse metal trazidas das Índias,a formidável massa de metais preciosos descobertos na conquista espanhola das costas do golfo do México e do Oceano Pacífico, eram outros tantos incitamentos á procura de jazidas no interior do Brasil. Para isto ainda colaborou eficazmente a confusão de linguagem feita pelas nativos e pelos portugueses, acerca das pedras amarelas e do metal amarelo, a que já aludimos, no estudo histórico do descobrimento das minas de ouro.

Logo, que se estabeleciam os donatários em suas capitanias e o estado de lutas com o gentio o permitia, começava o devassamento do sertão. Chegado em 1531 ao Brasil, em já fins de 1532 ou princípios de 1533 fazia Martim Afonso de Souza uma viagem de exploração, no decurso da qual mataram-lhe os carijós oitenta homens, diz Pedro Taques.

Mau grado o êxito prático negativo das primeiras tentativas, anterior ao estabelecimento das capitanias e de que as narrações, a começar pela carta de Pedro Vaz de Caminha até os dizeres de Américo Vespúcio, eram exatos comentários, ia se propalando a lenda de existirem no sertão prodigiosas riquezas minerais.

Á descoberta desses tesouros atiravam-se os novos povoadores. Sem êxito, positivo como a de Martim Afonso, fôra a expedição planejada por Thomé de Souza e dirigida por Bruja de Spinosa em Março de 1554; novo malogro fôra a expedição de Vasco Rodrigues de Caldas em (1567 e?) e de Sebastião Fernandes Tourinho (anteriores a 1573?).

Todas elas traziam notícias vagas da existência de minas fabulosas ricas, mas ouro, prata ou esmeraldas não eram trazidas para amostra, ou pediam-se em caminho, quando trazidas. No Sul, na capitania de São Vicente, a expedição narrada no Diário da Navegação de Pero Lopes de Souza, produzira resultado igual, e a chefiada pelo donatário fôra duramente perseguida pelos nativos.

Continuaram as pesquisas sem descanso até que em 1552 aparece as primeiras folhetas de ouro, conforme consta da carta do bispo D. Pedro Fernandes Sardinha a D. João III em 12 de julho de 1552. Dois anos mais tarde Anchieta anunciava a descoberta do ferro, do ouro e da prata.

Alguns escritores, entre outros o Dr. Francisco Lobo, tem querido localizar essa descoberta no morro de Biraçoyaba no qual mais tarde se estabelecem uma fábrica, e onde efetivamente se encontrou o metal precioso nas proximidades do minério ferruginoso, além do que julgaram ai achar se prata em rochas que Frei Pedro de Souza, em 1680, foi analisar.

Não é, entretanto, inatacável essa tentativa de restituição geográfica. A carta do grande jesuíta, publicada nos Annaes da Biblioteca Nacional (Vol. I, não afirma, a ligação necessário, ou mesmo a proximidade das três espécies minerais. "Agora finalmente descobriu-se uma grande cópia de ouro, prata, ferro e outros metais, até aqui inteiramente desconhecida (como afirmam todos)", diz a missiva. Ora, pouco frequentes como eram as comunicações entre as capitanias entre si e com metrópole, os advérbios de tempo devem ser interpretações com certa.

Em 1552 fora achado o ouro; possível é que uma descoberta de minério de ferro, feita mais ou menos na mesma época na zona entre o litoral e São Paulo tivesse dado lugar a que o Padre Anchieta reunisse ambos os fatos sob uma epígrafe comum. Vários indícios e alguns fatos parecem corroborar esse modo de ver. [Páginas 20, 21 e 22]

De regresso a Santos, Braz Cubas dirigiu uma carta a El-rei, em fim do ano de 1561, dando conta da diligência que por ordem de Mem de Sá levara a efeito. Tem-se conhecimento desta carta pela referência que a ela faz Braz Cubas em outra que dirigiu ao Rei em 25 de abril de 1562, que adiante transcrevemos em sua forma original.

Foi por ocasião do seu regresso que Braz Cubas, achando-se doente em consequência da penosa viagem que havia feito e já adiantado em anos, mas desejando corresponder á confiança com que era distinguido por Mem de Sá e "para bem servir a El-rei", enviou o mineiro Luiz Martins ao sertão em busca de ouro, aprestando-o com todo o necessário para uma empresa desta ordem.

O enviado, enveredando pelos montes que mais tarde se denominaram Serra do Jaraguá, em cuja proximidade corre o ribeiro de Amaitinga, descobriu ouro tão precioso como os das Minas e dos dos mesmos quilates, cujas amostras Braz Cubas remeteu a Mem de Sá, para este ordenar o que mais conviesse fazer. Uma prova irrecusável em favor deste asserto pode ser verificada no seguinte trecho de uma certidão de Jacome da Motta, escrivão da comarca e tabelião da vila de Santos, na costa do Brasil, e constante de um manuscrito arquivado na Biblioteca Nacional:

"que Luiz Martins tinha chegado do campo, onde, por mandado do governador, tinha ido para ver se descobria alguns metais e que ele fora e viera e que achara ouro, que perante muitas testemunhas logo ali mostrara, o qual pesava três oitavas e seis grãos e ficara na mão do dito Luiz Martins para remeter ao governador da Bahia de Todos os Santos."

Outras provas: em Santos residia o inglês John Whithall, que em carta escrita dirigida para Londres, datada de 26 de junho de 1578, comunicou que o Provedor Braz Cubas e o Capitão-mór Jeronimo Leitão lhe haviam asseverado terem eles descoberto minas de ouro e prata, e que esperavam chegada de mestres mineiros para porem em trabalho as ditas minas, do que resultaria enriquecer muito o país."

Eila explica a noticia dada pelo Padre Anchieta em 1554; emquanto a localização em Ypanema da primeira descoberta de Affonso Sardinha deixaria de pó a duvida suscitada pelo largo intervalo que medeia entre a charta quadrimensal que deu a nova, e a fundação da usina de ferro do Valle das Turnas em 1590. E a contrastar com essa demora de 26 annos está a rapidez das determinações do governador D. Francisco de Souza, recebendo em 1597 a noticia de terem sido achados ouro, prata e ferro em Biracoyaba e mandando pessoal adestrado e fazendo as nomeações necessárias no fim do mesmo anno e começo do seguinte. [Página 23]

Em 1710, quando o sertão paulista já estava trilhado e as comunicações eram mais fáceis, dizia Antonio que eram precisos doze dias de viagem para transpor a distância que separava essa localidade da vila de São Paulo. Devia ser mais longa a jornada em fins do século XVI, principalmente em se tratando de uma viagem de descobertas, sem estradas de antemão conhecidas e onde o guia natural, os acidentes geográficos como os rios ou as serras, leva sempre pelos caminhos mais desenvolvidos. Seja qual for a data exata da entrada dos paulistas nesta região, o certo é que somente em 1597 se deu conta do descobrimentos ao Governador Geral D. Francisco de Souza. (Páginas 29 e 30)

Tivesse ou não sido o padre Rodrigues o soldado desertor que alcançara Schimdel no segundo dia da sua viagem, é inegável, porém, que ele conhecia o caminho do Parafuay e poderia servir de guia a Nobrega e voltando atraz "repisando" as pegadas, mostrar-lhe os trechos por que passou e a aldeia que o seu companheiro chamou de Biesaie, cujos nativos lhe forneceram os viveres para a viagem, e onde talvez escolhessem o lugar para a sua primeira povoação.

A cronica, porém, o que narra é que Nóbrega, partindo em companhia do noviço Antonio Rodrigues e de alguns nativos catecumenos de Piratininga, chegara até á aldeia de Japyhuba ou Maniçoba, onde tratou de realizar o que tinha em mente. Erigiu uma pequena igreja e começou a ensinar a doutrina, dando assim principio a uma residência que durou anos, com grandes proveitos para a religião.

A fama de Nóbrega de estendeu por todo o sertão odo Paraguai donde se abalaram grandes levas de Carijós em busca dele para serem doutrinados na nova aldeia que lhes ficava mais perto.

Uma ocasião, quando uma dessas "levas" de Carijós se achava nas proximidades da igreja, foi atacada á traição sendo mortos muitos nativos por uma horda de Tupis seus contrários e moradores em Paranaitú.

Entre esses Carijós vinham alguns espanhóis que na ocasião do encontro se esconderam na mata e depois de terminada a luta, foram ter, parte á aldeia de Maniçoba, parte á aldeia dos Tupis no Paranaitú que os aprisionaram, mas que foram soltos por intervenção do padre Pedro Correa.

A dispersão e chegada áquela aldeia, bem como a facilidade com que Correa obteve a liberdade, dão a entender que as aldeias eram próximas uma da outra. O nome Paranaitú é muito sugestivona sua significação de "salto de rio grande". Rio Grande era o primitivo apelido do rio que, ao depois chamado Anhembi, tem hoje o nome de Tietê.

Paranaitú, "salto do rio Grande" ou salto do Tietê, não pode ser identificado com outro senão o salto de Itu, na vila da comarca deste último nome, e que hoje ainda conserva a grafia da sua primitiva denominação; traduz e repete a palavra traduzida.

Nas vizinhanças de São Paulo, ou nas 40 léguas de exploração que fez Nóbrega não há outro rio Grande que dê um salto que mereça aquela definição. Maniçoba ou Japyuba é possível que seja o local onde está situada a atual cidade de Itu. Maniçoba não teve vida muito duradoura, parecendo que pouco depois de sua fundação foi abandonada.

Simão de Vasconcelos diz que em 1554 os mamelucos filhos de João Ramalho foram até essa aldeia, perturbaram tudo e conseguiram que aqueles catecumenos abandonassem os padres convencendo-os que os mesmos eram estrangeiros que foram degradados para a colônia como gente sem ocupação e que seria mais honroso obedecer a quem fossetão valente no arco e na flecha como eles.

Acrescente em seguida "não só disseram como fizeram; porque os pobres nativos, suposto que mandos por natureza enganados da elequencia e eficácia dos mamelucos, em cujos corpos parece falava a diabo, assim se foram embravecendo e amotinando que houveram os padres de deixa-los em quando não esperava mais fruto.

No testamento de Domingos Fernandes, se vê, nas disposições que faz com referência á capela que erigiu a Nossa Senhora da Candelária, nos Campos de Pirapitinguy, no distrito de Itú-Guassú, alusão ao povoado que aí já tivese havido na parte que diz "salvo se pelos meus pecados, Deus ordenar que isso se torne a despovoar". (Revista do Instituto histórico e geográfico de São Paulo, 1895. Páginas 173 e 174)

Além desses elementos e da excelência das condições topográficas locais, Itú está situado em meio de uma vegetação baixa que devia ser naquela época uma das condições excepcionais para fundação de povoações. Demais, qual outro povoado poderia terido sido reconstruído dos escombros de Maniçoba? Parnahyba, Baruery, Araçariguama, Porto Feliz e Sorocaba são os povoados mais velhos que poderiam disputar a honra de ter sido a primeira residência de jesuítas construída serra acima.

Seria interessante, hipótese de confirmar a nossa opção ver-se hoje, por obra do mero acaso, figurar ainda como primeiro núcleo da Companhia de Jesus, e a maior casa da Companhia da Província, o Colégio dos Jesuítas de Itú, edificado nas proximidades ou quiçá no mesmo ponto em que Nóbrega, Corrêa e Antonio Rodrigues doutrinaram os nativos antes da fundação de Piratininga. (Página 175)

O território para além de Lorena ficou assim por muito tempo, como um sertão ignorado, até que com a fundação de Queluz, em 1800, e com o aldeamento dos Puris, as duas correntes povoadoras, paulista e fluminense, se abraçavam por uma estrada continua ao longo do curso do Parahyba.

As estradas ou travessias, que se abriram para o lado do mar ficavam sucessivamente abandonadas á medida que avançava rio abaixo a torrente dos povoadores. Assim é que se obliteravam quase do todo aquele caminho que de Mogy das Cruzes descia para Santos, aquele que de Taubaté descia para Ubatuba, e aquele outro que demandava Paraty, passando pelo Facão (Cunha) e que por muitos anos foi o único caminho para os que do Rio de Janeiro buscavam Minas Gerais.

O vale do Parahyba era então a parte da província mais densamente povoada e a mais enriquecida pela agricultura. Os seus núcleos principais de população datavam quase todos do século XVII. Taubaté fundara-se em 1636, Jacarehy em 1652, Guaratinguetá em 1657, São José em 1660, Parahybuna em 1686, e São Luiz em 1688.

Descendo o rio Tietê para além de Araritaguaba ou Porto Feliz, o povoamento tinha apenas alcançado Pirapora de Curuçá que, aliás, os mapas do fim do século XVIII não figuram ainda.

Da fox do rio Sorocaba para abaixo, o povoamento do vale do Tietê não obedece á corrente do rio principal, por onde aliás transitavam levas sem conta de aventureiros, e povoadores de longe terras; deixa-o, ao contrário, a certa distância, e segue por via transversa aos afluentes que se povoam e se cultivam primeiro. [Páginas 178 e 179 do pdf]

Ligeiras notas de viagem do Rio de Janeiro á Capitania de São Paulo,no Brasil, no verão de 1813, com algumas notícias sobre a cidade da Bahia e a ilha Tristão da Cunha, entre o Cabo e o Brasil e que há pouco foi ocupada (Página 275)

O lugar mais rico, porém, é a montanha chamada "Goraçoiaba", ordinariamente denominada "Morro do ferro", a meia légua de distância da fábrica com a qual comunica por uma estrada nova e larga. Em relação a fabricação do carvão, julgava-se por muito tempo que as madeiras brasileiras não prestavam por causa da sua dureza, porém a experiência do sr. Camara convenceu o contrário.

Imaginava-se também que a fabricação de ferro no Brasil prejudicaria à Europa e suplantgaria a importação da Suécia, porque o aproveitamento dos recursos próprios seria de grande valor, caso uma guerra entre a Inglaterra e as potências do Norte impedissem a exportação dos artigos de primeira necesidade. Ignorância topografica foi a causa desta opinião erronea, ou, seria isso um meio de afastar a concorrência?

Em todo o caso despertou-me a atenção e para melhor conhecer as condições fui mais umas 20 léguas adiante. Ferro em quantidade somente há na capitania de São Paulo e, si alguma vez as fábricas forem aperfeiçoadas, havendo alguma sobra para vender, será necessário transportal-a até o porto de exportação mais próximo que é o Rio de Janeiro, ou então, ao longo da costa que tem 300 léguas e, neste caso, o processo é o seguinte: em Ipanema o ferro é carregado por animais, por causa da falta de boas estradas, até a serra do Cubatão onde desce 7000 pés num declive forte, de modo que a carga não pode ser grande. De Cubatão, onde se pagam os direitos por ser alfandega arrendada, o ferro é conduzido algumas léguas em canoas até á cidade de Santos. [Páginas 294 e 295]

(...) este instrumento publico de demarcação e posse dado por autoridade de justiça virem que no ano de 1540, aos 10 de agosto nesta vila de São Vicente, costa do Brasil em a Capitania em que é Governador o senhor Martim Afonso de Souza e perante Antonio de Oliveira Capitão e logo-tenente por o dito Senhor e seu auxiliar com alçada pareceu Bras Cubas moço da Comarca de El-Rei Nosso Senhor morador em ela e a ele Capitão apresentou um instrumento de dada de terras que a senhora Dona Ana Pimentel deu ao dito Bras Cubas... requeria ele Bras Cubas a ele Antonio de Oliveira Capitão lhe demarcasse a dita terra e meteu de posse dela por quanto ora vinha para aproveitar com gente e fazendo sem embargo de passar já três anos que gastara com sua fazenda para a aproveitar o que não se pudera fazer por a terra que lhe assim é dada ser povoada de gentios e para os lançar fora e se povoar a dita terra há mister muito custo o que agora trazia para isso, e visto por ele Capitão mandou logo em dito dia a demarcar a dita terra e ao meter de posse dela... em qual a terra por boca desde o dito rio de Jerebati até o dito oiteiro ele Capitão fez pergunta a Antonio Rodrigues o língua desta terra e a Mestre Bartholomeu Ferreira e a Rodrigo de Lucena feitor do Senhor Governador aos quais pelo juramento dos Santos Evangelhos... e com esta dita terra já demarcada lhe foi também dada a dita Ilha que na sua data disse, a qual está defronte das ditas suas terras e de fronte nesta Ilha de São Vicente onde chamam Emguaçú das ditas terras assim da terra firma como da outra ele Capitão lhes houve por demarcados pelas demarcações já ditas e meteu logo de posse delas realmente em feito visto já a obra que na dita Ilha tem de canaviais e mantimentos... e por ele dito Bras Cubas foi também pedido a ele Capitão mandasse a mim tabelião que desse aqui minha fé em como haviam três anos que João Pires Cubas, seu pai viera a esta terra com fazenda e gasto para aproveitar as ditas terras e tomado de posse delas e aproveita-las o que toda deixou de fazer por a dita terra ser habitada por gentios nossos contrários e por esse respeito as não pudera nem podia aproveitar e porém que [Páginas 297 e 298]

Geraldo e nas minas de Santa-Fé, que se lhe depararam no morro de Jaraguá (onde estabeleceu lavra e mais tarde faleceu), conseguiu amontoar avultada fortuna, pois no seu testamento, feito no sertão em 1604, confessou possuir 80.000 cruzados de ouro em pó, escondido em botijas de barro enterradas.

Montou ele em Biraçoyaba dois engenhos de fundir ferro, dos quais deu um a d. Francisco de Souza, quando este, como administrador geral das minas do Brasil, ali esteve em 1600. O representante do rei, por sua vez, transmitiu a posse do engenho a seu filho d. Antonio de Sousa, que o arrendou a Francisco Lopes Pinto. Este e seu cunhado Diogo de Quadros exploraram por alguns anos não só essa pequena fábrica de ferro, como também a de Ibirapuera (Santo Amaro), por ambos organizada em 1600 e á qual associaram d. Francisco de Sousa, mediante contrato realizado em 1609. [Página 446]

Há um hiato de meio século nessa interpresa. Como, porém, constasse ao soberano a existência de veieiros de prata nos morros de Sorocaba, despachou ele ao reputado mineralogista fr. Pedro de Souza, em 1680 ou 1681, a examinar aquela região. (...).

O primeiro; carta do rei a João Furtado de Mendonça (que foi governador do Rio de Janeiro de 22 de abril de 1686 a 29 de junho de 1689), é de 8 de fevereiro de 1687 e se reporta a uma carta de Luis Lopes de Carvalho, de 15 de julho de 1684, em que este afirma ter aberto, com fr. Pedro, uma mina de 70 palmos, depois afundada a 105, e reclamava, para a continuação das diligências, o auxílio de nativos das aldeias reais.

Os docs. de pags. 33-42 são sobremodo interessantes, e, seguindo um nosso deliberado propósito, copiámol-os na integra, pois temos visto, por triste experiência, quanto é nocivo a tais investigações o mau vezo de truncar os elementos probantes da História. Deles se colhe que Luis Lopes de Carvalho (que em 1679 era capitão-mór de São Vicente e foi o procurador do trineto de Martim Afonso de Souza, o conde da Ilha do Príncipe, quando este, a 28 de abril de 1679, reivindicou, perante a Câmara de São Vicente, os seus direitos á antiga doação régia), tentado por uns roteiros de minas de prata e esmeraldas, penetrou o sertão de Sorocaba, e, não achando tais tesouros, mas tão somente o do ferro, cuidou de levantar uma fábrica deste metal, empenhado para isso todos os seus bens. [Revista do Instituto histórico e geográfico de São Paulo, 1895. Páginas 446 e 447]

Orographicamente, só temos a accrescentar que as serras do Cordeiro e do Cantagallo, a que já nos referimos, são constituídas, a primeira pela que tem o mesmo nome e pelas do Laranjal, Itinga e Aririaya, e a segunda por uma série de morros chamados successi vãmente Momuna, Morre te do Sabauma, Botu- jurú, Maciel e Arataca, mas nem todos pertencem á Vista Alegre, embora lhe enquadrem os terrenos. Voltando á estrada no ponto em que a deixamos ha pouco, isto é, na bifurcação, e continuando o trajecto cerca de cinco kilometros, chegamos ao porto do Sabauma, no rio do mesmo nome, que desagua no mar de Iguape, ao qual se chega ao cabo de quinze minutos de viagem tendo de um lado e do outro bosques de arvores viviparas, especialmente rhizophora- ceas, por entre as quaes se pode navegar longas horas, perdido como num labyrintho, para ao cabo voltar quas^i ao ponto de partida. "
*Revista do Instituto histórico e geográfico de São Paulo
Relacionamentos
-
Pessoas (26)
Afonso Sardinha, o Velho (1535-1616)
383 registros / / 52 parentes
erroArtur de Sá e Meneses (f.1709)
69 registros / / 0 parentes
Brás Cubas (1507-1592)
188 registros / / 41 parentes
erroDomingos Fernandes (1581-1652)
56 registros / / 119 parentes
erroDomingos Fernandes da Cruz
14 registros / / 0 parentes
Francisco de Sousa (1540-1611)
431 registros / / 2 parentes
Francisco Luís Carneiro de Sousa (1640-1708)
39 registros / / 2 parentes
erroHans Staden (1525-1576)
65 registros / / 0 parentes
erroJoão Cubas
2 registros / / 0 parentes
erroJoão Martins Claro (1655-1725)
27 registros / / 0 parentes
erroJoão Pires Cubas (n.1460)
4 registros / / 43 parentes
João Ramalho (1493-1580)
161 registros / / 201 parentes
erroManoel Fernandes de Abreu “Cayacanga” (1620-1721)
24 registros / / 72 parentes
Manuel da Nóbrega (1517-1570)
147 registros / / 0 parentes
erroManuel de Melo Godinho Manso
10 registros
Mem de Sá (1500-1572)
118 registros / / 0 parentes
erroPedro de Sousa Pereira
71 registros / / 0 parentes
erroPedro Vaz de Barros; Vaz Guaçu - “O Grande” (1581-1644)
62 registros / / 47 parentes
erroPero Correia (f.1554)
44 registros
erroSimão de Vasconcelos (1597-1671)
40 registros / / 0 parentes
erroUlrico Schmidl (1510-1579)
39 registros / / 0 parentes
erroJoão Alvares Coutinho
11 registros / / 0 parentes
erroAfonso Sardinha "Moço"
23 registros / / 58 parentes
erroJoão Alvares Coutinho
11 registros / / 0 parentes
erroBraz Rodrigues de Arzão (1626-1692)
14 registros / / 11 parentes
João IV, o Restaurador
67 registros / / 0 parentes
-
Cidades (12)
Araçariguama/SP57 registros
Araçoiaba da Serra/SP734 registros
Barueri/SP74 registros
Cubatão/SP113 registros
Iguape/SP210 registros
Itapecirica da Serra/SP38 registros
Itu/SP692 registros
Porto Feliz/SP186 registros
Salto de Itu/SP29 registros
Santana de Parnaíba/SP554 registros
São Paulo/SP3529 registros
Sorocaba/SP10973 registros
-
Temas (43)
erro“o Rio Grande”
71 registros
erroApiassava das canoas
58 registros
erroApoteroby (Pirajibú)
165 registros
erroAssunguy
76 registros
erroBairro de Aparecidinha
111 registros
Bairro Itavuvu
222 registros
erroBiesaie
35 registros
erroBuraco de Prata
53 registros
Cachoeiras
111 registros
erroCaminho do Mar
389 registros
Ermidas, capelas e igrejas
599 registros
Carijós/Guaranis
446 registros
erroColégios jesuítas
25 registros
erroCruzes
40 registros
erroEnguaguassú
14 registros
Estradas antigas
1148 registros
Fazenda Ipanema
416 registros
Gentios
178 registros
Jesuítas
474 registros
erroJurubatuba
81 registros
erroLéguas
280 registros
erroManiçoba
49 registros
Montanha Sagrada DO Araçoiaba
136 registros
erroOtinga
27 registros
erroParanaitú
13 registros
Pela primeira vez
903 registros
erroPeru
271 registros
erroPirapitinguí
122 registros
erroRio Anhemby / Tietê
457 registros
erroRio dos Meninos
11 registros
Rio Sorocaba
390 registros
erroRio Tamanduatei
49 registros
erroSabaúma
34 registros
erroSão Paulo de Piratininga
138 registros
erroSerra de Cubatão
55 registros
erroSerra de Paranapiacaba
101 registros
erroTupis
46 registros
erroVale do Anhangabaú
41 registros
erroVila de Nossa Senhora da Ponte
6 registros
erroVila de Santo André da Borda
95 registros
Ybyrpuêra
129 registros
erroPrata
150 registros
erroVuturuna
79 registros
171
Em 2 de agosto de 1939 Apesar de não ter trabalhado no projeto atômico, de acordo com Linus Pauling, Einstein mais tarde teria se arrependido de ter assinado a carta.
erro
erro registros
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1895
Página 12
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1895
Página 13
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1998
Página 14
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1998
Página 15
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1895
Página 23
O Brasil: Vestra res agitur (RJ)
Data: 11/10/1842
Página 4
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1895
Página 96
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1895
Página 97
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1895
Página 143
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1895
Página 144
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1895
Página 145
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1895
Página 146
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1895
Página 165
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1895
Página 166
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1895
Página 167
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1895
Página 174
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1895
Página 176
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1895
Página 177
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1895
Página 178
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1895
Página 201
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1895
Página 202
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1895
Página 212
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1895
Página 213
Revista do Instituto histórico e geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1895
Créditos: Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Página 221
Revista do Instituto histórico e geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1895
Créditos: Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Página 294
Revista do Instituto histórico e geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1895
Créditos: Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Página 295
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1895
Créditos: Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Página 326
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1895
Créditos: Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Página 327
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1895
Créditos: Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Página 442
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1895
Créditos: Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Página 446
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1895
Créditos: Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Página 447
Revista do Instituto histórico e geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1895
Créditos: Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Página 523
Revista do Instituto histórico e geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1895
Créditos: Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Página 526
Revista do Instituto histórico e geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1895
Créditos: Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Página 528
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1895
Créditos: Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Página 532
Revista do Instituto histórico e geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1895
Créditos: Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Página 537
Revista do Instituto histórico e geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1895
Créditos: Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Página 558
Revista do Instituto histórico e geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1895
Créditos: Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Página 161
Revista do Instituto histórico e geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1895
Créditos: Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Página 162
Revista do Instituto histórico e geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1895
Créditos: Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Página 173
Revista do Instituto histórico e geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1895
Créditos: Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Página 174
Revista do Instituto histórico e geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1895
Créditos: Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Página 175
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1895
Créditos: Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Página 164
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1895
Créditos: Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Página 165


Procurar



Hoje na História


Brasilbook.com.br
Desde 27/08/2017
28375 registros (15,54% da meta)
2243 personagens
1070 temas
640 cidades

Agradecemos as duvidas, criticas e sugestoes
Contato: (15) 99706.2000 Sorocaba/SP