' No primeiro dia da graça, 29 de julho de 1591, compareceu à Mesa do Santo Ofício, sem ser chamado, o padre Frutuoso Álvares (65 anos), vigário da igreja de Nossa Senhora da Piedade de Matoim - 29/07/1591 de ( registros) Wildcard SSL Certificates
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No primeiro dia da graça, 29 de julho de 1591, compareceu à Mesa do Santo Ofício, sem ser chamado, o padre Frutuoso Álvares (65 anos), vigário da igreja de Nossa Senhora da Piedade de Matoim
29 de julho de 1591, segunda-feira. Há 433 anos
No caso dos Capítulos, o perigo não se referia aos arcana imperii, os segredos de Estado, mas ao procedimento tão ou mais arriscado de denunciar a atuação da já poderosa Companhia de Jesus especialmente num momento crítico de recrudescimento da Inquisição na Ibéria cujo alcance chegaria quase simultaneamente ao próprio retorno de Soares ao Brasil, em 1591. [Mexericos de um peito azedo: os capítulos de Gabriel Soares de Sousa, 07.2013. Gabriela Azevedo. Páginas 1, 2 e 3]

No dia 29 de julho de 1591, Bernardo Ribeiro foi denunciado pelo vigário da Igreja de Nossa Senhora do Socorro de Tasuapina, o padre João Fernandez, por afirmar após se recuperar de uma doença grave que a fé sem obras bastava para a salvação da alma. Apesar da aparente simplicidade do crime frente a outros como as idolatrias e as sodomias ouvidas pelo visitador e mais conhecidas por terem sido bem exploradas pela historiografia brasileira, Ribeiro incorria num grave delito, determinante no momento de cisão da Igreja Católica. Filho de Maria de Argolo e de Antonio Ribeiro, provedor da fazenda, nascido na Bahia, solteiro, tinha cerca de trinta anos naquele tempo e, segundo consta, era “magro”, “trigueiro” e um tanto altivo. O processo se prolongou por quase dois anos e contém oitenta e dois fólios.3 Iniciou-se no mesmo momento da preparação da viagem de Soares e só foi concluído em 19 de dezembro de 1592, mais de seis meses após o seu falecimento. [Mexericos de um peito azedo: os capítulos de Gabriel Soares de Sousa, 07.2013. Gabriela Azevedo. Página 8]

No primeiro dia da graça, 29 de julho de 1591, compareceu à Mesa do Santo Ofício, sem ser chamado, o padre Frutuoso Álvares (65 anos), vigário da igreja de Nossa Senhora da Piedade de Matoim. Após fazer juramento com a mão direita sobre o livro dos evangelhos,prometeu dizer a verdade e confessou:de 15 anos a esta parte que há que está nesta capitania da Bahia de Todos os Santos,cometeu a torpeza dos tocamentos desonestos com algumas 40 pessoas, pouco maisou menos, abraçando, beijando, a saber, Cristóvão de Aguiar, mancebo de 18 anos.[...] E assim também tocou no membro desonesto [pênis] [de] Antônio, moço de 17anos. [...] E assim com outros muitos moços e mancebos que não conhece nem sabeos nomes, nem onde estejam, teve tocamentos desonestos e torpes em suas naturas eabraços, e beijando, e tendo ajuntamento por diante e dormindo com alguns,algumas vezes na cama, e tendo cometimentos alguns pelo vaso traseiro [ânus] comalguns deles, sendo ele o agente, [ativo] e consentindo que eles o cometessem a elepelo vaso traseiro, sendo ele o paciente, [passivo] lançando-se de barriga para baixo e pondo em cima de si os moços [...] [porém,] nunca efetuou o pecado de sodomiapenetrando [1]Padre Frutuoso Álvares fez uma longa confissão. Além dos rapazes citados acima,mencionou, em especial, um moço [2]chamado Jerônimo de Parada de 12 ou 13 anos quando sejuntaram por 10 vezes e, ainda, muitos outros rapazes que não lembrava os nomes. A estaaltura da confissão, Furtado de Mendonça o questionou se dizia aos seus cúmplices que taistorpezas não eram pecados. Respondeu: “alguns compreendiam que era pecado, outros,porém, por serem pequenos demais não entendiam”. Ele, contudo, nunca teve dúvida dosgrandes pecados que amiúde cometia, estava muito arrependido e pedia perdão. O vigário deMatoim confessou, inclusive, que há mais de 20 anos, desde quando estava no Reino, vemsofrendo acusações e respondendo a processos pelos mesmos crimes. O visitador, ao queparece, ficou bastante impressionado, observando que o clérigo já era um homem velho,“sacerdote e pastor de almas”, cometera tantos atos torpes e que só há um mês os deixou depraticar. Admoestou-o para que se afastasse de semelhantes pecados e voltasse à Mesa notempo determinado.Segundo Lana Lage (2006, p. 246), vale salientar que os termos “rapaz” e “moço” eram usados nos processos,indistintamente, para designar jovens, adolescentes ou crianças, não podendo servir como indício de qualquerfaixa etária. [2]

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