c | Ocorre uma longa discussão no senado que traduz, com clareza, dois pontos de vista opostos sobre o futuro da Fábrica |
| |
| 6 de setembro de 1840, domingo. Há 184 anos |
| |
| | | |
| | | Em 5 de setembro de 1840, ocorre uma longa discussão no senado quetraduz, com clareza, dois pontos de vista opostos sobre o futuro da Fábrica.70 De umlado, o senador Bernardo Pereira de Vasconcelos, contrário ao gabinete liberal, e,de outro, o ministro da Fazenda Martim Francisco e o senador Vergueiro. Selecionandoalguns pontos interessantes, o debate inicia-se com Vasconcelos afirmando que:esta fábrica tem custado e continuará a custar muito dinheiro ao Tesouro; mas o Tesouronão sabe o que a fábrica vende e parece que se esqueceu dos avultados capitais que alise empregaram; o expediente mais acertado era a alienação da fábrica de Ipanema: seesta fábrica se ocupasse ao menos de armamentos, eu, nesse caso, quereria que fosseconservada, ainda que o Tesouro público não tivesse lucro, ainda mesmo que fosse muitoprejudicado porque, em matéria de tanta monta, não convém que fiquemos dependentesdo estrangeiro, não devemos esperar do fornecimento do comércio as armas necessáriaspara defesa do País; mas a fábrica de Ipanema, como acabamos de ouvir, é fábrica industrial, é um estabelecimento que, pela natureza, deve pertencer a um particular.71Vasconcelos ignorava que a Fábrica fornecia munição para o Exército. Porexemplo, em maio de 1837, o almoxarife de Ipanema reportou o envio para oArsenal de Guerra do Rio de Janeiro de 4.156 kg de projéteis de artilharia dediferentes tipos, inclusive granadas ocas.72 Naquela sessão do Senado, o ministroMartim Francisco respondeu que toda fábrica exige algum tempo para se firmar edar lucro, que Ipanema fabrica e vende todos os tipos de produto de ferro e que,se ainda não dá muito rendimento, é porque lhe falta carvão, por faltar demarcarárea, e o diretor diz que faltam braços. O senador Vergueiro veio em apoio:Esta fábrica não precisaria outro socorro do Estado senão a desapropriação das matas,para não ficar aquele estabelecimento isolado e sem recurso algum de carvão e não se verna necessidade de ir à grande distância buscar combustível, o que não faria conta; mas,havendo uma certa extensão de matas, está visto que nunca terá falta de carvão, pois quese vão fazendo os cortes anuais com método, e, quando se chega à última mata, as primeiras que serviram estão em termos de produzirem carvão; bom seria que houvesse uma minade carvão de pedra; conforme o carvão de que se usa e o ferro melhor ou pior, e a razãoda diferença que há entre o ferro inglês e o da Suécia é porque um é fundido com carvãode pedra e outro com carvão de madeira; convém estabelecer ali uma escola de indústriatanto de extração como de manufaturação. É para esse fim que deve ser conservada e, porisso, convido o nobre ministro da Guerra a que procure nacionalizá-la, perpetuá-la, metendo ali aprendizes nacionais.O senador conde de Lages, que fora o ministro da guerra que aprovara oinvestimento associado à viagem para a Europa, acrescentou que o diretor propôsao governo um estabelecimento filial para construção de máquinas, no qual sepoderiam fazer armas, instrumentos bélicos e mais petrechos militares, até mesmobarcos de vapor. O assunto estava, portanto, bem colocado em vários aspectos etinha o apoio do ministro da Fazenda. | |
|
|
| | Brasilbook.com.br Desde 27/08/2017 | | |
| | | 27868 registros, 14,570% de 191.260 (meta mínima) |
|
|
Agradecemos as duvidas, criticas e sugestoes |
Contato: (15) 99706.2000 Sorocaba/SP |
|
| | |
|
|