Eschwege, ao iniciar o capítulo sobre a história antiga do ferro no Brasil,colocou a existência de:“(...) uma pequena fábrica de ferro, com forno de refino, situada na freguesia de Santo Amaro, à beira de umpequeno ribeirão, afluente do Rio Pinheiros, que é navegável, a uma distância de 2 léguas SE de São Paulo. Nasruínas dessa pequena fábrica ainda se podem ver a vala da roda, o lugar da oficina, os restos de um açude, assimcomo um monte de pesada escória de ferro”.105Calógeras, por sua vez, ao comentar essa passagem, disse que Eschwege havia dado um infundado parecer.106 Enquanto não há qualquer vestígio dos engenhos do Ibirapuera, até mesmo pela sua localização, cujo terreno sofreu fortes transformações urbanas, somado ao fato de que esses engenhos tiveram pequena duração. [Entre a memória coletiva e a história “cola e tesoura”: as intrigas e os malogros nos relatos sobre a fábrica de ferro de São João de IpanemaAcervo/fonte: Eduardo Tomasevicius FilhoData: 2012Sorocaba/SP em 2012Página 43]
Pandiá Calógeras que, aos 25 anos, escreveu uma série de artigos que levou ao fechamento de Ipanema, registrou, mais tarde, que “Bloem levou [a reorganização da Fábrica] a efeito com inteiro sucesso” [0]Já nos fins do século XVI, fundia-se minério no Brasil, na região do futuro município de Sorocaba, no Estado de São Paulo. Aí um certo Afonso Sardinha (o pai) descobriu, no ano de 1590, as jazidas de Biraçoiaba, formadas por duas têrças partes de granito de uma terça parte de magnesita de alto valor.Como Calógeras prova no seu admirável livro "As minas no Brasil e sua Legislação, Rio de Janeiro, 1905, Afonso Sardinha já em 1597, isto é, exatamente 101 anos antes do Pe. Sepp, manteve em Biraçoiaba a primeira fábrica de ferro em território brasileiro. Estas fábricas trabalharam até 1629, isto é, durante trinta anos. Portanto, cabe a esse ilustre, paulista a glória de ser o fundador da siderúrgica brasileira. [Revista mensal de estudos brasileiros, 07.1943. Página 116]