“Curiosidades Brasileiras”, F. L. d´Abreu Medeiros. Diário de São Paulo
6 de outubro de 1865
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Diario de S. Paulo (SP) - 1865 a 1878
Data: 06/10/1865
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“a igreja de Santo Antônio, benta em 1762, e hoje pertencente á irmandade da misericórdia”“a igreja matriz de Nossa Senhora da Ponte, espaçosa e bela, regulando talvez o tamanho da catedral de São Paulo, a qual foi benta a 9 de fevereiro de 1783, e reedificada em 1837 pelo padre Francisco Theodosio de Almeida Leme (hoje conego honorário da capela imperial), que, com seus esforços, sacrifícios e esmolas que pediu, com seu respeitável pai o comendador José de Almeida Leme (já falecido) conseguiu a conclusão da grande obra”Mencionamos também a capela de Santa Cruz, ereta por um homem do povo, Melchior Pereira Machado e benta a 2 de maio de 1835
a pequena igreja do Senhor Bom Jesus dos Aflitos, levantada pelo cidadão Elias Ayres do Amaral em virtude de disposições e quotas deixadas por seus antepassados, a qual foi benta a 9 de agosto de 1841
Acerca de sua fundação diz o Ensaio de um quadro estatístico da província de São Paulo, publicado em 1839:
Esta povoação foi fundada em 1670, e depois ereta em vila. E considerável e florescente, tanto por ser o lugar onde se trata negociações dos animais cavalares, muares e vacum, que se conduzem das partes do sul, e onde se cobram os direitos de passagem, como também por estar perto da mesma, a fábrica de ferro das faldas do monte de Arassayava.
O Sr. Varnhagen, na sua História do Brasil, diz o seguinte: "D. Francisco de Souza indo em 1610 á Biraçoiava (Ypanema), e vedo que não prosperava ali a vila que dez anos antes criara, ao mesmo tempo que espontaneamente se iam agrupando muitos moradores três léguas áquem junto a uma ponte do rio Sorocaba, onde os Beneditinos levantavam já um hospício, transferiu para alí o pelourinho, com ideias, diz-se, de fundar uma cidade com o nome de São Felipe por gratidão ao soberano, que pouco antes o agraciara.
Nos livros antigos livros da Câmara e do mosteiro de São Bento acha-se escrito que a povoação de Sorocaba foi fundada primeiramente no bairro Itavuvu pelo governador D. Francisco de Souza, e que a requerimento do capitão Balthazar Fernandes, com informação do ouvidor da capitania, Antonio Lopes de Medeiros, foi mandada transferir com o título de vila, para o lugar onde se acha presentemente, por provisão do governador geral Salvador Correia de Sá.
(...) Como se vê, descombinam os escritores acerca da fundação de Sorocaba; o que é certo é que esta povoação foi elevada á categoria de cidade pela Lei Provincial N° 5 de 5 de fevereiro de 1842, sendo presidente da assembléia, depois de o ter sido da província por dua vezes, o ilustre sorocabano brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar.
a nova igreja do Rosário, que ainda está em obras sob a direção do coronel Manoel Lopes de Oliveira
O hospital da Caridade, começado em 1803, concluído poucos anos depois, e reedificado e aumentado em 1845, época mais ou menos em que se restaurou a referida irmandade da misericórdia, pelos esforços do então juiz municipal Dr. Joaquim Pedro Villaça, magistrado probo e justiceiro, e Dr. José Maria de Souza.
O missionário São Roque Gonzales, no dia que foi morto (15 de novembro de 1628), escreve um bilhetinho ao superior da Missão, dizendo que os caciques tinham descido dos montes e a única coisa que lamentava era não ter mais cunhas e machados porque, se tivesse um pouco mais, seria capaz de trazer mais uns 500 nativos.
Isto se entende facilmente, pois, na derrubada de uma árvore, o trabalho que fazia uma pessoa com o machado de ferro era equivalente ao de uns 15 nativos com machado de pedra. Pela busca do ferro, grupos nativos atacam outros que o utilizam, para apropriar-se dos objetos deste material. *A Evangelização em Santa Catarina. Parte I: Vida e Morte no Mundo dos Carijós (1500-1650), 1996. Padre José Artulino Besen, professor de História da Igreja
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Aprendi mais, e ainda agora creio, como indubitável, que uma vez dado o direito, dado é também o meio de o conservar e recuperar, quando invadido; pois que a obediência cega é o antagonismo da espontaneidade, que constitui a essência do ente moral chamado homem; e que isto se não modificava no estado social com a criação de um governo.Rafael Tobias de Aguiar (1794-1857) 118 registros