“Processo sobre a fábrica de ferro da vila de Sorocaba e das minas de São João do Ipanema, da capitania de São Paulo. Constam ofícios, informações e relações trocadas relativas ao assunto em causa”
17 de julho de 1810
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Palácio do Rio de Janeiro, 1810-07-17 - 1825-03-29 [Arquivo Nacional da Torre do Tombo (Col. IHGB DL 110,34)]
[24423] 1° fonte: 17/07/1810
*Entre a memória coletiva e a história “cola e tesoura”: as intri...
Enquanto Hedberg partia de Londres para o Brasil, a Coroa trabalhava na captação de acionistas para a fábrica de ferro. Em 17 de julho de 1810, o Príncipe encaminhou ofício ao General Horta para que formulasse “convite” para que as pessoas mais abonadas da vila subscrevessem ações de 800$ cada.
*Boletim do Departamento do Arquivo do Estado de SP. Secretaria d...
Em aviso de 17 de julho do mesmo ano, dirigido ao Governador Horta, informa o Conde de Linhares que prevalecera a ideia de uma Companhia em que entrasse S.M., como parte; o número das ações seria de 128, e estas poderiam ser tomadas no Rio de Janeiro. Entendia, porém, o Ministro que deveriam ter preferência os paulistas (...) [Página 37]
“Os nossos tupinambás muito se admiram dos franceses e outros estrangeiros se darem ao trabalho de ir buscar o seu arabutan [pau-brasil]. Uma vez um velho perguntou-me: Por que vindes vós outros, maírs e perôs (franceses e portugueses) buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra ? Respondi que tínhamos muita mas não daquela qualidade, e que não a queimávamos, como ele o supunha, mas dela extraíamos tinta para tingir, tal qual o faziam eles com os seus cordões de algodão e suas plumas.
Retrucou o velho imediatamente: e porventura precisais de muito? Sim, respondi-lhe, pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos, facas, tesouras, espelhos e outras mercadorias do que podeis imaginar e um só deles compra todo o pau-brasil com que muitos navios voltam carregados. — Ah! retrucou o selvagem, tu me contas maravilhas, acrescentando depois de bem compreender o que eu lhe dissera: mas esse homem tão rico de que me falas não morre? — Sim, disse eu, morre como os outros. Mas os selvagens são grandes discursadores e costumam ir em qualquer assunto até o fim, por isso perguntou-me de novo: e quando morrem para quem fica o que deixam? — Para seus filhos se os têm, respondi; na falta destes para os irmãos ou parentes mais próximos. — Na verdade, continuou o velho, que, como vereis, não era nenhum tolo, agora vejo que vós outros maírs sois grandes loucos, pois atravessais o mar e sofreis grandes incômodos, como dizeis quando aqui chegais, e trabalhais tanto para amontoar riquezas para vossos filhos ou para aqueles que vos sobrevivem! Não será a terra que vos nutriu suficiente para alimentá-los também ? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estamos certos de que depois da nossa morte a terra que nos nutriu também os nutrirá, por isso descansamos sem maiores cuidados.