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Estudos Regionais Paulistas: História da Instrução em Sorocaba (1660-1956) Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba. Aluísio de Almeida, Jahyra B. Arrua, Jair T. Veiga, Néglio F. Arruda e Oswaldo Cambiaghi
198908/04/2024 09:21:56

Estudos Regionais Paulistas: História da Instrução em Sorocaba; 1660-1956
Data: 01/01/1989
Créditos: Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba

Tribos go grupo tupi-guarani transitavam por estes campos ao tempo da descoberta do Brasil, comunicando-se, reciprocamente, o litoral atlântico e o centro da Américo do Sul, por um caminho chamado Peabiru.

Propriamente na região houve tava esparsas que duravam pouco, tendo-se descoberto ultimamente as igaçabas de um cemitério nativo no Ipanema. Aqui os carijós do Sul, tupiniquins do litoral e tupis do Tietê com os guaranis do oeste, todos do grupo da língua geral talvez com intrusão dos goianás - limitavam-se mutuamente e movimentadamente. [Página 11]

Tudo começou no Morro de Araçoiaba, a três quilômetros do ribeiroIpanema. no seu tributário. riacho das Furnas, donde até o fim do séculopassado se retirava o minério de ferro à flor da terra. Cerca de dez anosantes de terminar o século 16, aí fundou Afonso Sardinha, natural deSantos, e filho de um homônimo português. um primitivo engenho e forjapara a fundição do ferro. Provavelmente em 1589 descobriu também ouro.aí e nas imediações, em pequena quantidade.Em 1599-1600 Dom Francisco de Souza, Governador Geral do Brasil,foi pessoalmente ao Araçoiaba. sonhando com minas de ouro, e fundouuma vila sob a proteção de Nossa Senhora do Monte Serrat. Certamentehavia rancho de sapé para alguns brancos e os muitos índios cristãos parao trabalho.O pelourinho, coluna de alvenaria ou madeira tendo ao cimo obrigatoriamente a espada (transformada em cutelo ou faca) da Justiça. era o símbolo da vila. E vila era como as atuais cidades que s6 têm Câmara Municipal e não são sedes de Comarca.Na realidade, esse pelourinho com tudo o que ele significava serviupara Sorocaba, como veremos e. se não foi o mesmo concretamente quese transferiu, o simbolismo vinha dele. Isto é, a ficção jurídica.Na realidade, Dom Francisco de Souza não lavrou decreto criando avila, nomeando os primeiros vereadores e determinando-lhe os limites.Também não foi criada paróquia.Era um arraial de mineradores. que logo se transportaram para oItavuvu, no campo, pois que as matas do Araçoiaba não se apropriavameconomicamente e, quanto à saúde, a uma pequena comunidade isolada.Não encontrando ou ro, o ferro não sustentaria os moradores. Espalharamse. Já desde 1601 Francisco Rodrigues recebeu de Dom Francisco deSouza uma sesmaria de uma légua em quadra, rio Sarapui abaixo. além domorro do Arél.çoiaba, desde a tapera de Ibapoara, topõnimo hoje desconhecido mas que corresponde a terras da confluência do Sorocaba e doSarapuí.Seguindo a sua vocação. digamos horizontal, os bandeirantes haviamultrapassado a passagem de Sorocaba.

Creio que o caminho seguido por eles desde Afonso Sardinha descia da serra do Piragibu seguindo o vale do afluente do Sorocaba, passando o rio no Itavuvu. O primitivo caminho de São Paulo para o porto do Araritaguaba (Porto Feliz) deixava o Tietê em Parnaíba e subia a serra até o Apotribu. Daí procurava os campos do Pirapitinguí. onde se bifurcava para Itu e Ipanema.

Desde as terras de Francisco Rodrigues até o Campo Largo houve outro povoador: Braz Esteves Leme ou Braz Teves, que chegou nos meados do século XVII e construiu uma capelinha à Nossa Senhora da Conceição, na barra do Sarapuí no Sorocaba. Já a esse tempo, desde 1628 (mapa da viagem de Dom Luiz Céspedes Xeria ao Paraguai), assinalavam-se moradores rio Sorocaba acima, aliás com o nome de rio Sarapuí.

Parnaíba. de fazenda dos Fernandes Povoadores, tornou-se uma vila (1624) e centro de bandeirismo. Domingos Fernandes afazendou-se em Nossa Senhora da Candelária de Itu (1610). [Estudos Regionais Paulistas: História da Instrução em Sorocaba (1660-1956) Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba, 1989. Páginas 12 e 13]

Hibapaára - Lugar á margem direita do rio Sarapuhy, no Estado de São Paulo, mencionado em um documento de 14 de julho de 1601 como tapera. "Hibapaára, diz o Dr. João Mendes de Almeida, corruptela de Ib-apá-á, ramo torcido e quebrado. De ib, árvore; apá, torcer, torcido; á, quebrar. Alusivo ao costume que os nativos tem de assinalar, por maio de ramos torcidos e quebrados, a rota que seguem nas matas, e mesmo nos campos, quando há árvores para isso; afim de que outros os possam seguir ou eles possam voltar ao mesmo lugar de onde saíram".[Supplemento aos apontamentos para o diccionario geographico do Brazil, 1935. Alfredo Moreira Pinto. Página 153]

Em data não sabida. por volta de 1650, estabelece-se no Apotribu, a meio caminho de Sorocaba, sua filha Potência de Abreu. casada com Manuel Bicudo Bezarano. Seguindo o Piragibu abaixo, 1641, havia ele dado como dote de casamento à filha Suzana, as terras do Taquarivaí, não longe da atual Aparecida. Parece que, antes de mudarem se, ele e seus parentes estabeleceram currais de gado, e que ainda no sul do Estado se chamam "retiros". longe da sede da fazenda. Várias vezes vereador em Parnaíba, ainda em 1652, Balthazar representa a sua vila em São Vicente, na reunião para a volta dos Jesuítas a São Paulo.

Em 1654, Balthazar se transferiu definitivamente para Sorocaba, segundo Azevedo Marques e o Livro do Tombo desta Paróquia. De fato, o vigário Pedro Domingues Paes, escrevendo naquele livro em 1747, ainda ouviu os velhos darem a data aproximada da fundação: pelos anos de 1646.

Os antigos não pensavam senão nos primeiros povoadores em geral, e já os havia esparsos. Possivelmente os peões (nativos administrados) já haviam fundado um estabelecimento de criação de gado. Contemporaneamente se fundava Curitiba, e, quarenta anos depois, já havia um caminho unindo as duas povoações pelo Itararé, e feito a pata de gado.

Também é possível que, em 1646 Balthazar obtivesse a sesmaria de Sorocaba por doação ou compra, e tal documento com razão se conservava entre os herdeiros. Em 1648 cuidava ele em Parnaíba do Inventário da filha Isabel.

4: O fundador único, Balthazar Fernandes.

Além dos filhos, genros, parentes, amigos de Balthazar que transmigraram da Parnaíba em 1654, houve pois, moradores de outras procedências. Ele porém, é o fundador de quem os outros, mesmo filhos e genros, não passam de ajudantes. Porque na família patriarcal o chefe é absoluto. Além disso, oficialmente é Balthazar quem procura o governador em São Paulo e obtém, a 3 de março de 1661, a provisão para mudança do pelourinho e a nomeação da primeira Câmara. E em 20 de abril de 1660 havia garantido a estabilidade do povoado, fundando um mosteiro beneditino.

Balthazar Fernandes era filho de Manuel Fernandes Ramos, português, e de Suzana Dias, paulistana, bisneta de Tibiriçá. Teria nascido no Ibirapuera e acompanhada a família a Parnaíba. Mesmo que aí nascesse, antes de 1624, tinha de ser paulistano. Não há assentamento de batismo. Um cálculo aproximado dá o ano de 1580 para o natal do homem que fundou Sorocaba. Octogenário.

A primeira esposa, Maria de Zúnega era de Assunção no Paraguai. Como se haveria realizado tal casamento cerca de 1600? Os de Assunção haviam fundado a Vila Rica de Guairá, perto das Sete Quedas. Como a primeira filha aí nasceu e não houve mais, é de crer que logo faleceu a primeira esposa, podendo ele passar às segundas núpcias com dona Isabel de Proença, paulista. Os genros "castelhanos" somente se mudaram para Parnaíba, onde se casaram, depois de 1630.

Os filhos foram crescendo e casando-se na vila da Parnaíba, onde Baltazar teve, além da lavoura, um engenho de ferro sequestrado em 1643. Em 1653 fora elevada a freguesia a capela de Domingos Fernandes em Itu. André já era protetor da capela de Santo Antônio em Parnaíba. Baltazar quis imitá-los, começando em 1654 a construção da capela de Nossa Senhora da Ponte. [Páginas 14 e 15]

O município colonial construiu a primeira ponte grande, que já era velha em 1732, e a reformou em 1818. A primeira casa de Câmara (Balthazar Fernandes) e as primeiras prisões e pelourinho (este foi reerguido ainda em 1812). [Estudos Regionais Paulistas: História da Instrução em Sorocaba (1660-1956), 1989. Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba. Página 23]

Creio que o caminho seguido por eles desde Afonso Sardinha desciada serra do Piragibu seguindo o vale do afluente do Sorocaba, passando orio no Itavuvu. O primitivo caminho de São Paulo para o porto do Araritaguaba (Porto Feliz) deixava o Tietê em Parnaíba e subia a serra até o Apotribu. Daí procurava os campos do Pirapitinguí. onde se bifurcava para Itu e Ipanema.

Desde as terras de Francisco Rodrigues até o Campo Largo houveoutro povoador: Braz Esteves Leme ou Braz Teves, que chegou nosmeados do século XVII e construiu uma capelinha à Nossa Senhora da Conceição. na barra do Sarapuí no Sorocaba [Estudos Regionais Paulistas: História da Instrução em Sorocaba (1660-1956) Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba, 1989. Páginas 12 e 13]
*Estudos Regionais Paulistas: História da Instrução em Sorocaba (1660-1956) Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba. Aluísio de Almeida, Jahyra B. Arrua, Jair T. Veiga, Néglio F. Arruda e Oswaldo Cambiaghi
Estudos Regionais Paulistas
Data: 01/01/1989
Créditos: Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba
Estudos Regionais Paulistas. História da Instrução em Sorocaba (1660 - 1956) página 23


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