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Primeiro Congresso de História Nacional: Explorações Geográficas, Arqueológicas e Etnográficas
1915. Há 109 anos
De novas penetrações na antiga donataria de Vasco Fernandes Coutinho, sabe-se que, após malogro da jornada de Cão e Proença, mais tarde se realizou ali a de Marcos de Azeredo, ou só, ou, mais provavelmente, acompanhado de seus filhos de igual cognome. Do parecer do Conselho Ultramarino, datado de 11 de novembro de 1644 (in "Annaes do Rio de Janeiro", de B. da Silva Lisboa, II, 197-200), vê-se que, mais de 30 anos antes de 1644, um Azeredo entrara no país das esmeraldas. Esse asserto vem em apoio do documento citado pelo dr. F. L. Leite Pereira e do publicado pelo barão de Studart (apud Calógeras, op. cit., I, 394), dos quais se infere que a viagem de Azeredo aos sertões do Espirito Santo deve ter ocorrido antes de 1612. Diz o proficiente autor das "Minas do Brasil e sua legislação" que a rota de Azeredo pouco se afastou da de Tourinho, desde o rio Doce até o Sassuhy; passando-se depois para o atual Araunã, chegou por terra a expedição á lagoa da Água Preta, e, afinal, á serra das Esmeraldas, soldando-se ai o novo caminho ao da entrada de Adorno.

Levou Marcos ao soberano as pedras descobertas (Diogo de Vasconcellos, confiando demais nos cronistas, chega a afirmar, in op. cit., 22, que entre elas estava "o primeiro diamante que o Brasil exibiu"), reconhecidas pelos lapidários do reino como esmeraldas (38); mas não lhe sendo pago o prêmio pecuniário prometido, deixou de reencetar as pesquisas, como combinara na côrte, e morreu sem transmitir a ninguém indicações precisas sobre a jazida que se deparara na feliz jornada ao interior. Não faltaram, por isso, lendas que o equiparassem a Belchior Dias Moreya, dando-o como extinto no cárcere e opondo á ingratidão do monarca o silêncio sobre as opulências que desvendara.

*38 - Eis o que a esse propósito diz o dr. Derby (in "Revista do Instituto Histórico de São Paulo", V, 259): - "A afirmação em um memorial dos filhos de Azeredo, em 1612, de que este tinha descoberto diamantes, não merece grande crédito. Para os exploradores daquela época (e por muito tempo depois), todas as pedras verdes eram esmeraldas e todas as azuis,safiras; mas nem todos chamaram diamantes a qualquer pedra branca lustrosa, porque a ideia de diamantes não tinha sido ainda sugestionada. Depois, e ainda até hoje, este último erro tornou-se bastante comum".

Depois de longo hiato temporal, ressurgem as interpresas deste ciclo em 1634, com a tentativa dos jesuítas, sob a direção do padre Ignácio de Siqueira, para atingirem ás jazidas das pedras verdes. Conhece-se esta missão exploradora pelas referências que lhe faz o documento acima citado, de 11 de novembro de 1644. Os loyolistas, para se livrarem de uma dívida de 150.000 cruzados, que onerava a sua província da Bahia, requerera, licença ao então governador Diogo Luis de Oliveira, afim de prosseguirem os descobrimentos que Azeredo iniciara no sertão da capitania do Espirito Santo. Obtida a permissão, vararam terra a dentro; mas os expedicionários, apavorados pelo vasto de muito gentio, impuseram ao chefe regressassem ao ponto de partida, malogrando-se desse modo a empresa.

Cogitando, porém, a corôa portuguesa de por de manifesto essas opulências escondidas, - foi Salvador Correia de Sá e Benevides nomeado, a 1° de junho de 1644, governador e administrador geral das minas da Repartição do Sul, expedindo-lhe o regimento de 7 de junho do mesmo ano. O parecer do Conselho Ultramarino de 11 de novembro de 1644, aprovado dias depois pelo soberano, concluía por que se aproveitassem as aptidões de um filho de Azeredo, bem como dos jesuítas, sob a direção do novo preposto régio. Dispondo-se os filhos de Marcos de Azeredo (Antonio e Domingos) a continuar á própria custa os descobrimentos das esmeraldas, feitos antes pelo pai, partiram da Victoria a 16 de maio de 1646 ou 1647, com 37 homens brancos e 150 nativos, em 25 canoas.

(...) Ao período em que Salvador Correia de Sá e Benevides governou pela 3° vez (38 A) a Repartição do Sul (nomeado a 17 de setembro de 1658, assumiu o posto a 18 de abril de 1659 e deixou-o a 29 de abril de 1662) é que se inculca a renovação das explorações do sertão espirito-santense. Calogeras (op. cit., I, 398), embora lhe dê como ignorados os frutos, admite a existência de uma leva com aquele fim, realizada em 1660 por Salvador Correia, que, em 1659, seguira para a Victoria e dali despachara a tropa, comandada por seu filho João Correia de Sá e auxiliada por um sertanista prático enviado de São Paulo pelo capitão-mór Antonio Ribeiro de Moraes. Orville Derby, porém, contesta que se haja efetuado tal expedição. Parece-nos que o acerto é deste, que não do erudito autor das "Minas do Brasil e sua legislação". Com efeito, Salvador Correia de Sá e Benevides, tendo relacionado todos os serviços que prestara no Brasil, neles não incluiu o devassamento do sertão do Espirito Santo.

*38 A - A segunda nomeação de Salvador Correia de Sá e Benevides, para governador do Rio de Janeiro, - como consta da carta-patente exarada a fls. 84 v. do tomo IV dos "Registros do Conselho Ultramarino", atrás citados, - é de 6 de fevereiro de 1647.

No documento atrás citado ("Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil", LXIII, p. 1a., 11), apenas diz ele o seguinte sobre os feitos da sua última gestão:

"Que a volta fôra ir a restaurar Angola e voltar a exercitar o posto de general das frotas, fabricar galeões, governar a repartição do Sul, ir a Pernaguá com cinco mineiros e muitos petrexos, açougues, ferramentas e mais ingredientes, tudo á sua custa, sem receber um tostão da fazenda real, nem oitava de ouro para amostra; e no cabo apaziguar três motins, que duraram todo o tempo de sua ausência no Rio de Janeiro, e trazer as seis amostras das fundições que se fizeram em sua presença em Pernaguá: donde entende não há minas de prata, porque em três meses, que ali assistiu, nem dez Afonsos Furtados haviam de trabalhar tanto, nem gastar mais fazenda própria, nem sofrer mais incomodidades de que ele conselheiro soube sofrer, e teve ainda ânimo para sofre-los no serviço de Vossa Alteza e bem da cristandade". Como se vê, não ha ai a menor referência á expedição de 1659-1660, no Espirito Santo (39).

É, entretanto, coisa liquida e certa que a metrópole não desacoroçoara com os reiterados malogros na busca das pedras preciosas. Apesar de Agostinho Barbalho Bezerra ter sido sediciosamente aclamado capitão-mór do Rio de Janeiro em 1661 (um dos três motins a que acima se reporta Salvador Correia), - uma provisão régia de 7 de dezembro de 1663 escolheu-o para administrador das minas de Pernaguá e da serra das Esmeraldas. Em carta de 21 de maio de 1664 (in Arquivo Nacional, documento avulso), dirigida a d. Pedro de Mello (1662-1666), a este recomendava o rei que desse toda a ajuda e favor, para os novos descobrimentos, a Barbalho Bezerra, cuja patente e soldo vêm ali mencionados. Afonso VI escreveu também aos oficiais da câmara e potentados de São Paulo, em 27 de setembro do mesmo ano, pedindo-lhes auxiliassem a empresa de Barbalho. Este, depois de haver mandado primeiro uma tropa explorar os caminhos para as jazidas, despachou um próprio a São Paulo, com carta sua a Fernão Paes de Barros, solicitando socorros de mantimentos, que de todo escasseavam no Espirito Santo, e, recebido eles, - mil varas de pano de algodão, armas, sessenta arrobas de carne de porco e outros comestíveis. - meteu-se terra a dentro, em procura da serra das Esmeraldas; mas "faleceu antes de acabar de concluir o dito descobrimento" (carta régia de 16 de dezembro de 1667, documento avulso do Arquivo Nacional), em meio do sertão, com muitos da sua comitiva, cujos sobreviventes chegaram ao litoral em fins de 1667 ou 1668, segundo Calógeras, in op. cit., I. 401; mas o documento acima citado faz crer antes na primeira data).

Com o desbarato de mais esta porfia, encerra-se o ciclo oficial das explorações do interior com a mira dos seixos verdes. [Páginas 62, 63, 64 e 65]

Á participação de Withall atribui frei Vicente do Salvador as arremetidas dos piratas e corsários ingleses contra as vilas do litoral paulista. Estas, 1588, 1591 e 1591 por Thomas Cavendish. No assalto que o último dirigiu contra São Vicente, ao findar o ano de 1591, levou, além do produto do saque, de acordo com a narrativa de Anthony Knivet, testemunha presencial do feito, boa quantidade de ouro, já explorado pelos portugueses, e que os nativos extraíram da Mutinga (ribeirão de Amaitinga, segundo o dr.F. L. Leite Pereira; garganta de Itutinga, conforme o dr. O. Derby; ou Piratininga, consoante com o dr. J. H. Duarte Pereira).

No período de 1590 a 1597, segundo Taques, Afonso Sardinha o velho, e seu filho homônimo, dos quais foi auxiliar Clemente Alvares, além de prata, ferro e aço (sic), "foram os que tiveram a glória de descobrir ouro de lavagem nas Serras Jaguamimbaba, o de Jaraguá (em São Paulo), na de Ivuturuna (em Parnahyba)... ".

Este Clemente Alvares, conforme o dr. Luis Gonzaga da Silva Leme, erudito revisor dos linhagistas antigos, "gastou 14 anos no exame de minas de ouro, prata e outros metais, que conseguiu descobrir", tendo falecido em 1641. Em 1619 obteve ele uma sesmaria de duas léguas, junto ás minas de Bituruna, "águas vertentes para o rio Anhemby.

Todos esses corridos, assim como os de Biraçoyaba (em Sorocaba) e depois os chamados "Lagoas Velhas do Geraldo" (no distrito de Conceição dos Guarulhos), foram dados a manifesto e explorados, tendo Afonso Sardinha, o velho, que fez testamento em 1592, falecido no seu estabelecimento de mineração de Jaraguá, não tão distante do de Santa Fé, que também montara; e Afonso Sardinha, o moço, ao ditar ao padre João Alvares, no sertão, as suas últimas vontades, em 1604, "declarou possuir 80.000 cruzados de ouro em pó, que o tinha enterrado em botelhas de barro". Capistrano de Abreu (1853-1923), achando, com razão, muito elevada essa quantia diz: "Há de entrar exagero nessa conta, ou pelo menos muito ogó haveria no monte. Se tanto abunda-se o metal, a população teria afluído aos bandos e os paulistas não levariam tanto tempo vida de bandeirantes".

A nova destes descobrimentos compeliu a metrópole a ordenar a d. Francisco de Sousa, que desde 9 de junho de 1591 era governador geral do Brasil, viesse pessoalmente examinar o que havia de certo em tais achados, cuja notícia fora levada a côrte. [Páginas 75 e 76]

Como Pizarro, em suas "Memórias Históricas do Rio de Janeiro", assevera que já antes de 1578 se exploravam as jazidas auríferas de Paranaguá, e Veira dos Santos assegura, em suas "Memórias históricas de Paranaguá", que já em 1578 ou 1580 era enviado ao rei de Portugal o produto daquelas lavras, isso nos induz a crer que semelhante descobrimento tenha sido feito pela jornada de Heliodoro Eobanos, o qual penetrasse ali seguindo em parte o "caminho de São Thomé" (Peabirú ou Piabiyú dos carijós), já percorrido antes pelo padre Lourenço Nunes (Abaré-bebê, o "padre voador") e pelo mártir Pedro Correia, vitimado por aqueles selvícolas em 1554.

Supõe-se que Salvador Correia, tendo passado o governo do Rio de Janeiro, em princípios de 1572, a Cristovão de Barros seu sucessor (por patente de 31 de outubro de 1571), haja visitado então as minas de Paranaguá.

É incontestável que este bandeirante (Jerônimo Leitão), na leva para aquele fim aparelhada a 1o. de setembro de 1585, chegou até Paranaguá. Azevedo Marques e Romário Martins, quase acordemente, afirmam que foram indivíduos da mencionada bandeira de Jerônimo Leitão os primeiros que ali obtiveram sesmarias a partir de 1609 ou 1610.

De fato, constam de documentos as concedidas a moradores de São Paulo, João de Abreu e Diogo de Unhate, datado de 1 de junho de 1614 a que este obteve.
[Primeiro Congresso Nacional de História Nacional, 1915. Página 74]

Por 1650, Theotonio Ébano manifestava a Antonio Galvão, governador da capitania do Rio de Janeiro, amostras de pedras das minas que ele "teve notícia haver junto a vila de Paranaguá". Levada esta nova ao rei, escreve este a carta de 28 de novembro de 1651, dirigida a Pedro de Souza, então administrador das minas de São Paulo, determinando-lhe investigações. Pereira, afim de dar cumprimento a tal ordem, seguindo a Paranaguá (...) (Página 82)

Depois de atravessarem essa região, chegaram os retirantes a um rio que corria do Tucuman para o Chile, expressão esta que, como vimos antes, equivale a dizer : --- correndo de leste para oeste, rio, que é o mesmo Tietê, no trecho a jusante do Salto de Itú, onde se detiveram quatro dias, “fazendo canôas para o atravessarem , pois havia tantos jacarés, que ninguém se atrevia a passa-lo a nado”.

Passado o Tietê, Knivet e seu séquito encaminharam - se para a montanha de todos os metaes, que, como vimos, é o muito conhecido morro de Araçoyaba, já a esse tempo ex plorado, e onde, conforme o próprio narrador, havia “diversas qualidades de metais, cobre, ferro, algum ouro e grande porção de mercúrio.”

Nessa montanha, descrita então como muito alta e toda despida de arvores, é que Knivet encontrou a cruz ali assentada por Pedro Sarmento, com uma inscrição assignalando a posse do rei de Espanha e uma pequena capela com duas imagens, uma de Nossa Senhora e outra de Christo Crucificado, facto que muito aterrou os tamoyos, os quaes julgaram ver nestes sinais, a vizinhança de alguma povoação portuguesa, e, portanto, o perigo iminente de caírem em poder dos seus inimigos tradicionais.

Efectivamente, os portugueses já a esse tempo tinham começado uma povoação na localidade. Em 1591, Affonso Sardinha tinha ai mandado construir dois pequenos fornos para fundição de ferro. Em 1599 ou começos de 1600, d. Francisco de Sousa, governador das minas, tinha mandado fazer alli as primeiras edificações, começando uma povoação que se chamou Itapebuçú. Knivet e seu sequito de tamoyos te riam chegado a essa montanha de todos os metais, a julgar-se pelas notações do narrador, ai pelos meados de 1599.

A capelinha e a santa cruz que, no local, encontraram, datariam decerto de alguns anos antes, talvez da época de Affonso Sardinha. Acalmados os tamoyos e persuadidos por Knivet a proseguirem na jornada para o mar, tomaram os retirantes o rumo proximamente do sul, procurando as terras auríferas do vale do Sarapohy e vizinhanças da atual Pilar. [Primeiro Congresso de História Nacional: Explorações Geográficas, Arqueológicas e Etnográficas, 1915. p. 381] [3]

No "Descobrimento e devassamento do território de Minas Gerais", procuramos mostrar que, por mandado do governador geral Mem de Sá, Braz Cubas foi ao rio São Francisco e o explorou no intento de descobrir as serras de ouro e de prata, resultando verificar-se a não existência destas na parte explorada, da barra do rio das Velhas para o norte, isto é, em uma boa extensão acima e abaixo do paralelo de Porto-Seguro. [Página 394]

Informado, entretanto, d. Francisco de Sousa de que, nas proximidades de São Paulo haviam sido descobertas jazidas de ouro e de ferro, enviou, em 1598, a essas, minas, Diogo Gonçalves Laço, no posto de capitão, e ele próprio, em obediência a ordens régias, partiu, em 1599, para São Paulo, afim de visitar as minas de Ybiraçoyaba, descobertas por Afonso Sardinha e Clemente Alvarez, nas imediações de Sorocaba. [Página 440] [0]

O narrador é confuso quanto á sua exposição cronológica dos fatos, mas ainda assim não lhe escapam, e, ás vezes, com minucias, os principais sucessos da época. As notícias dá do governador geral D. Francisco de Sousa, e as referências que faz de seus atos e das manhosas traças de que era useiro e vezeiro, são de inteiro acordo com o que dele se sabe por outros escritores contemporâneos.

Pelas narrativas de Knivet se confirma que d. Francisco de Sousa pouco se demorou em S. Vicente. quando veio ao sul, em 1599, a promover a exploração das minas. Em novembro desse ano, quando Salvador Correira chega a Santos, a chamado do governador geral, levando-lhe auxilio de gente e munições para as entradas ao sertão, já o ativo governador estava a muita léguas no interior, distante de S. Paulo, na serra de Araçoiaba, cuja fama, como vimos, a fazia conhecida como montanha de todos os metais.

D. Francisco não se demorou em fazer seguir uma expedição á serra da Mantiqueira, que Anthony Knivet designa como "um sítio chamado Itapusik" e que evidentemente é como uma erronia de Itapucú, que ele, em outra parte da narrativa, assinala como Itapuca, querendo dizer monte de pedras compridas, trecho da Mantiqueira que é hoje o Pucú ou Pedra do Pecú, por onde, dois anos antes, passara a malograda expedição de Martim de Sá, em perseguição dos tamoyos. Anthony Knivet, que já estivera no lugar, teve ordem de seguir na expedição, a qual mui provavelmente se meteu a caminho de novembro e dezembro de 1599.

Knivet não a descreve com as minúcias com que trata de tantas outras em que antes tomara parte; resume-lhe os fatos e muito pouca coisa; diz que se acharam em Itapucú minas não vulgares, e, por prova, trouxeram de lá uma porção de terra aurífera e algumas pepitas de ouro, encontradas em terreno de aluvião, com o que muito se alegrou o governador comunicando o fato para o reino e pedindo permissão para examinar si essas minas eram ou não lavráveis.

Restituído a Salvador Correia, que tornara ao Rio sem aguardar os resultados da expedição de Itapucú, voltou o prisioneiro inglês aos seus misteres antigos, na lavoura da cana. Perece, porém, que pouco tempo se demorou no engenho de açúcar de seu amo, porque foi por este mandado para as bandas da serra dos Órgãos, que o narrador chama Orgelen, talvez acompanhando a Martim de Sá na sua expedição contra os tomiminós do baixo Parahyba. [Páginas 387 e 388] [1]

Tendo o paulista Diogo Pereira Lima dado o manifesto po essa época, um ribeiro de ouro de lavagem de Paranaguá, d. Rodrigo, por ato de 3 de ou Primeiro Congresso de História Nacional: Explorações Geográficas, Arqueológicas e Etnográficastubro de 1679, proibiu a ida de qualquer pessoa ao dito córrego, enviando o descobridor a outras explorações. E a 13 de novembro do mesmo ano ordenou ao capitão-mór Diogo Domingues de Faria, capitão Garcia Rodrigues, capitão João Antunes e Salvador Jorge Velho averiguassem minas de fundição entre Itaembé e as Furnas. [Primeiro Congresso Nacional de História Nacional, 1915. Página 90]

Não queremos dizer que as viagens dos condottieri dos sertões fosse, in globo, a pé enxuto, pois que algumas se iniciaram até pelo litoral, como a que subiu a Ribeira de Iguape para atacar o Guayrá, e quase todas tiveram por bussola as caudais do admirável sistema potamográfico peculiar do planalto paulista. Até os fins do século XVII, ou, melhor, até 1720, a atividade incomparável dos pioneiros mamelucos exercita-se essencialmente por vias xerográficas, que não hidrográficas. Só de então em diante é que o descobrimento dos placers auríferos de Goyás e Mato Grosso e a ocupação definitiva dessas paragens se efetuam pelas "estradas que andam", pelo Tietê, pelo Paraná, pelos afluentes deste, e, palmilhando pequenos varadouros, pelo Paraguay e seus tributários.

De Sorocaba partia a linha de penetração que levava ao trecho superior dos afluentes orientais do Paraná e do Uruguay. Pelos De Sorocaba partia a linha de penetração que levava ao trecho superior dos afluentes orientais do Paraná e do Uruguay. Pelos rios que desembocam entre os saltos do Urubupungá e Guayrá, tranferiram-se da bacia do Paraná a do Paraguay, chegaram a Cuyabá e a Mato Grosso.

(...) Itu e Sorocaba foram uma espécie de sentinelas avanças, donde os gonfaloneiros paulistas se arrojavam para o sul e para o oeste. Não ha muito deparou-se-nos no Archive Nacional um documento avulso, cuja importância nos excursamos de encarecer e que corrobora a nítida visão de Capistrano de Abreu (1853-1923). É a carta régia de 15 de março de 1689, na qual a palavra do monarca testemunha que os moradores da Villa de Sorocaba queriam fazer "entrada" em Villa Rica, e Cidade de Xerez, para comerciarem com os Castelhanos daquelas partes, para se melhorarem da pobreza, em que viviam, de que lhes poderiam resultar conveniências, e a fazer Real. [Página 156]

Nota Brasilbook: Lê-se no memorável texto histórico que foi em “mongi” que nativos desbarataram a bandeira de Luiz Grou e massacraram seus seguidores, em 1590. Sobreviventes do morticínio “disseram que é verdade que o nativo de mongi rio abaixo do Anhemby perto de outro rio de Jaguary (...) no dito sitio foram dando neles e matando e desbarataram a uns e outros”. Contaram à Câmara da vila de São Paulo, em sessão, segundo a Ata de 5/12/1593, que voltavam dos lados do Paraíba para o Anhemby: "vinham para esta Capitania (São Paulo), quando os nativos atacaram.

O rio Jaguari, junto do qual foram dizimados, não é afluente do Rio Tietê, nem existem cachoeiras em Mogi ou nas suas redondezas, entre o Tietê e o vale do Paraíba. Documenta-se, em São José dos Campos, um rio chamado Jaguari e um lugar denominado "campos do Jaguari", à margem da vila D. Pedro I, nas cercanias de Jacareí. [Cadernos da divisão do arquivo histórico e pedagógico municipal Nº 2, 1988. Prof. Dr. Armando Sérgio da Silva, Secretário Municipal de Educação e Cultura de Mogi das Cruzes. Página 2]

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Anthony Knivet em Sorocaba
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Créditos / Fonte: Primeiro Congresso de História Nacional: Explorações Geográficas, Arqueológicas e Etnográficas
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