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HISTÓRIA DO SALTO DO AVANHANDAVA
22 de agosto de 2018, quarta-feira. Há 6 anos
ORIGEM E POVOAMENTO

A Região dos “Campos do Avanhandava” e do “Salto do Avanhandava” no baixo Rio Tietê, quando da chegada dos primeiros pioneiros (brancos colonizadores), era habitada pelos índios Coroados (ou Kaingang ou ainda Caingangue) vindos do sul do Brasil.

O topônimo Ava – Nhandava significa: ” O índio que fala o dialeto Nhandeva“, por isso não se diz: “salto de“, e, sim, se diz: “Salto do Avanhandava” ou “Cachoeira do Avanhandava”, e por isso se acredita que os nhandevas predominavam na região quando da chegada dos índios Coroados.

A primeira presença do Estado brasileiro na região foi, na década de 1860, pouco antes da Guerra do Paraguai, uma Colônia Militar (quartel, fortaleza), próxima ao Salto do Avanhandava, que recebeu o nome de Colônia do Avanhandava e o apelido de Degredo.

Naquela época se criaram várias colônias militares em todo o Brasil para proteção das fronteiras e para “proteger a população do interior contra índios selvagens, facilitar as comunicações e o comércio e ajudar os núcleos civis que se fundaram nas suas vizinhanças”.

A Colônia do Avanhandava, localizada próximo ao porto de desembarque, o Porto do Cruz, no rio Tiête, pouco antes da Cachoeira do Avanhandava, junto à estrada que ligava Piracicaba a Paranaíba, foi criada pelo decreto imperial de 18 de março de 1858, e tinha como objetivo, proteger o povoamento da região, onde cinco fazendeiros compraram terras devolutas do governo e pretendiam formar um “patrimônio”, como se chamava, na época, as pequenas povoações, recém criadas, construídas ao redor de uma capela, à qual se doa um “patrimônio“: uma área para praça, capela e abertura de ruas ao seu redor.A Colônia do Avanhandava deveria servir também de retaguarda à Colônia de Itapura, na foz do rio Tietê. A Colônia do Avanhandava, porém, não prosperou.O Império houve por bem construir dois postos militares, colônias, próximo aos dois maiores saltos do tio Tietê, único rio razoavelmente mapeado naquela época no oeste paulista. Uma era Itapura, quase na foz com o rio Paraná, a outra Avanhandava. Com o início da Guerra do Paraguai, seis anos depois, elas tiveram sua função, mas com o fim desta, foram literalmente esquecidas pelo Governo Provincial. Embora tenha havido tentativas de construção de uma estrada que as uniria até Botucatu, por duas vezes, a última em 1881, o projeto não vingou, tendo sido construído apenas alguns quilômetros, abandonados em seguida. Em 1886, a colônia de Avanhandava foi atacada por índios, e o restante de população que ela tinha deixou o local. Em 1905, a expedição promovida pelo Governo Estadual para mapear os rios do oeste paulista, “terra desabitada e povoada por índios” de acordo com os mapas da época, encontrou apenas ruínas em Itapura e em Avanhandava. Esta última ainda se reergueu em parte com a tímida exploração turística do salto de Avanhandava, um dos mais belos do rio Tietê; entretanto, este salto foi inundado quando foi houve a construção da hidrelétrica de Nova Avanhandava, nos anos 1970. O Salto do Avanhandava, no rio Tietê, não existe mais. Foi inundado por uma das inúmeras barragens para hidrelétricas construídas no rio durante os últimos cinqüenta anos. Ele ficava muito próximo à colônia militar de Avanhandava, posto avançado construído pelo Império em 1858. Chegou a contar com quarenta e poucas pessoas, mas, já esquecida, devido ao fim da Guerra com o Paraguai, foi atacada por índios em 1886 e abandonada pelos seus poucos habitantes. Em 1905, a expedição que levantou parte do deserto Oeste Paulista encontrou-a em ruínas. É essa Avanhandava que aparece no mapa abaixo, de 1908: nada tem a ver com a cidade do mesmo nome que hoje exite ao sul do rio e que se originou da estação ferroviária originalmente chamada de Miguel Calmon.O mapa acima (da E. F. Sorocabana, embora a linha que ali apareça seja o trecho inicial da Noroeste) mostra o salto em 1908. Os nomes das localidades à sua volta foram quase todos alterados durante o século XX, pois era uma região praticamente inexplorada ainda. Penápolis ainda não existia, nem como estação, e Miguel Calmon é a atual cidade de Avanhandava, bem longe do salto, antes de Penápolis na linha da Noroeste.Acima, a mesmo região, em 1989 (Mapa da Editora Abril), quando o salto não existia mais, apenas é citado o nome da vila contígua a ele, que, no mapa mais antigo, se chamava apenas Avanhandava, originada do antigo posto avançado do Império, citado acima. SALTO DO AVANHANDAVA – “AONDE CORREM OS HOMENS”O rio Tietê, confluente do Paraná, nasce junto do mar e corre para o interior, como num desafio, servindo de caminho para a expansão paulista. O Salto do Avanhandava era um acidente geográfico, no leito desse rio, que fazia parte da história econômica e cultural da região. Obstáculo gigantesco para os navegadores, pois, obrigava as expedições a descarregar as canoas e vará-las por terra, às vezes. at é 700 metros, para vencer um desnível de apenas 12. Segundo escritos do primeiro diretor da Colônia Militar, Capitão Manoel Geraldo do Carmo Barros, o Salto, de 32 léguas de extensão, se constituía de sete ribeirões e dez córregos.“O Salto acabou, mas o Tietê continua lá, ainda vivo, atuante, motivando, inspirando, desafiando os artistas e estudiosos da terra, para que se entreguem à proeza de fazê-lo imortal.” – Orentino Martins.Hoje, a Nova Avanhandava, aproveitando o potencial energético do baixo Tietê, se constitui numa Usina Hidrelétrica com capacidade de 302,4 megawates, cujo reservatório ocupa uma bacia hidrográfica de 62.300 Km². A barragem tem 2.038 metros de comprimento, sendo 308 em concreto e 1730 em aterro.Cronologia de ocupação:1553- incursão militar espanhola sob a chefia do Capitão Martinez de Irala;1628- do primeiro documento cartográfico paulista consta o registro do Salto;1769- jornada fluvial sob regime comercial e militar registra o varadouro do Avanhandava;1826- a expedição do Barão de Langsdorf (Cônsul da Rússia) registra a chegada ao Salto em 18 de junho;1858- criada pelo decreto 2126 do Imperador do Brasil e assinado pelo Marquês de Olinda, a colônia militar do Avanhandava;1915- aprovada a lei nº 30 na Câmara Municipal de Penápolis, que propunha o fornecimento de Força e Calor por Eletricidade à Iluminação Pública e Particular da cidade;1917- Iluminação Pública em Penápolis;1919- Iluminação Pública em Avanhandava, Penápolis, Glicério, Coroados, Birigüi e Araçatuba;1921- Inauguração de 1ª Usina Hidroelétrica de 1000 CV;1947- Inauguração da 2ª Usina Hidroelétrica de 42.600 CV;1982- Inicia-se em 15 de agosto a represa do Salto. Cria-se a Usina Nova Avanhandava.

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