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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volumes 20-21
1918. Há 106 anos
Relação dos Capitães-Móres Governadores da Capitania de Itanhaem, desde 1622 até 172112° - Dyionisio da Costa (Releito?) O nosso ilustre consócio Dr. Carmelino de Leão na lista dos Capitães-móres Governadores de Itanhaem diz o seguinte: Um dos sucessores de Moura Fogaça no governo de Itanhaem foi Dyonisio da Costa, nomeado a 20 de novembro de 1648 e que pensamos só exerceu o cargo até 1650.

"Deste governador não há referência na crônica de Vieira Santos: entretanto um dos documentos constantes da memória de Benedito Calixto, (a Villa de Itanhaém) menciona Dyonisio da Costa como Capitão, firmando termo de doação de Santo Antonio do Rio de Janeiro, aos 2 dias do mês de janeiro de 1654, sendo o segundo signatário do auto de posse lavrado na mesma data".

De fato, na nossa monografia "a Villa de Itanhaém" como neste livro, na parte que se refere "á fundação do Convento de Nossa Senhora da Conceição", estão transcritos esses documentos que faziam parte do Arquivo da Câmara de Itanhaém.

Em ambos os documentos, que trazem a data de 2 de janeiro de 1654, contém a assinatura de Dyonisio da Costa. Se bem que nossa assinatura não venha indicado o seu título de "Capitão governador e Ouvidor" vê-se, pela leitura do mesmo termo, que o "Capitão Dyonisio da Costa" era a principal pessoa do lugar, visto ser a primeira nomeada, como era de praxe.

(...) No termo de posse a pessoa que assina, em primeiro lugar, depois do Vigário, é Dyonisio da Costa, o que demonstra bem ser ele a primeira autoridade na sede da Capitania dos condes de Vimeiros, como declara o mesmo documento. [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volumes 20-21, 1918. Páginas 447 e 448 do pdf, 437 e 438]

13° - Diogo Vaz de Escobar - Neste áureo período das explorações das minas de ouro em Iguape e Paranaguá, bem como nas primeiras tentativas das descobertas das grandes importantes jazidas auríferas de "Minas Gerais, cujos primeiros pioneiros, da Capitania de Itanhaém, partiram de Paratý pela "Serra do Facão", e depois em Taubaté, transpondo o vale do Parahyba galgaram a aletoresa serra da Mantiqueira, um dos mais notáveis e esforçados que tanto deu a Capitania dos herdeiros de Martim Afonso de Souza, foi, incontestavelmente, o 13° governador Diogo Vaz de Escobar que, na opinião autorizada de Vieira Santos, Ermelino de Leão e outros cronistas notáveis - "foi quem iniciou com êxito no governo de Itanhaém, a política de expansão territorial".

"Paranaguá florescia então sob o impulso que as lavras de ouro lhe vieram dar. Ereta em vila por autorização do governador do Rio de Janeiro, Duarte Correia Vasqueannes era já um importante núcleo de população, que muito converia a Itanhaem submeter a sua Capitania. Diogo Vaz de Escobar levou a efeito esta árdua empresa."

Carta da Provedoria, livro de Registros das ordens número 1, título 1937 do Sr. D. Diogo de Faro e Souza em parte do dote da condessa sua prima, (ou irmã?) e minha muito estimada mulher, e para mandar cobrar as rendas da cita Capitania, tomar conta e dar quitação, e provedor em todos os poderes um direito necessário, para substabelecer em um ou mais procuradores que lhe parecer, com os mesmos poderes. [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volumes 20-21, 1918. Página 449 do pdf, 439]

"Não sabemos se Escobar já residia no Brasil quando D. Diogo de Faro e Sousa fê-lo seu loco-tenente. A situação da Capitania de Itanhaém era precária, com a descobertas das minas de Paranaguá e Curitiba; numerosos povoadores de suas terras emigraram para as novas conquistas, de sorte que se fazia mister chamar para seu governo novas povoações que se estabeleciam ao sul do Brasil". (As Capitanias de Itanhaem e Paranaguá, por Ermelino de Leão).

Além das povoações que iam estabelecendo ao sul como diz o citado historiador, os governadores de Itanhém, desde 1633, como se verifica desta lista, já vinham dilatando a conquista territorial ao norte da Capitania, fundando povoações e vilas no litoral desde Angra dos Reis até Paraty, e depois no interior, no vale do Parahyba, criando as vilas de Taubaté, Guaratinguetá, e Pindamonhangaba, onde se formaram os primeiros elementos das bandeiras que haviam de penetrar e desvendar as riquezas do sertão.

"Escobar, acumulando os cargos de Capitão-mór, governador, sesmeiro, ouvidor, corregedor e provedor das minas, com amplos poderes de que se achava armado pelo seu constituinte, procurou levar a efeito os seus desígnios de administração com o mais louvável zelo.

Segundo um apontamento que temos, quando D. Diogo de Faro e Sousa, doou a Capitania de Itanhaém a sua irmã ou prima, D. Maria de Faro, Escobar já se achava empossado no cargo de governador de Itanhaém.

O conde da Ilha do Príncipe, ao receber o dote de sua esposa, tratou de valoriza-lo e incumbiu-o de tomar posse das 50 léguas de costa que governava, em seu nome, como novo donatário. Escobar teve a habilidade de desempenhar-se da comissão, chamado a simpatia do povo para a causa de seu constituinte.

Em Paranaguá, tratou logo de captar a boa vontade de Gabriel de Lara, capitão Fundador da Vila, a quem passou patente de Capitão-mór a 12 de outubro de 1653. No ano seguinte, o Capitão-mór Escobar percorrer as vilas do sul, organizando-as e dando-lhes provimento. A 2 de janeiro de 1654 demarcou o rocio de Paranaguá. [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volumes 20-21, 1918. Páginas 449 e 450 do pdf, 439 e 440]

18o. Henrique Roballo Leitão - Do mesmo "Catálogo dos Governadores da Capitania de Itanhaém", de Pereira Cléto extraímos o seguinte:

Por provisão de D. Pedro, príncipe regente, foi da mesma sorte confirmado, como Governador de Itanhaém, Henrique Roballo Leitão, nomeado por D. Diogo de Faro, como tutor de seu sobrinho, filho da Conde da Ilha do Príncipe, por provisão passada aos 18 de julho de 1669.

Tomou posse, na Câmara de Itanhaém, aos 18 de julho de 1670, conforme consta do livro que serviu na dita Câmara, fls. 23 e 24. [Página 456 do pdf]

Durante a administração de Henrique Roballo Leitão, no governo da Capitania de Itanhaém, desde 1670 em diante já os paulistas Manoel Borba Gato e seu sogro Fernão Dias Paes, haviam feito, por ordem desse governador de Itanhaém uma notável expedição no dito sertão de Minas Gerais como provam esses documentos da Câmara de São Paulo já citados na nota antecedente. [Página 576 do pdf]

Vila de Sorocaba e as minas de Biraçoyaba

A vila de Nossa Senhora da Ponte de Sorocaba foi povoação que, pelos anos de 1670, fundou a paulista Balthazar Fernandes, irmãos dos povoadores da vila de Parnahyba e Itú, com seus genros André de Zunega e Bartholomeu de Zunega, cavaleiros da província do Paraguay das Indias de Castella, e á custa da sua própria fazenda fizeram construir a Igreja matriz, casa de Conselho e Cadeia; e se aclamou vila por provisão do Capitão-mór loco-tenente do donatário de Itanhaém, Francisco Luiz Carneiro de Souza, conde da Ilha do Príncipe.

Porém, no sítio chamado "Serra do Biraçoyaba", adiante desta vila, levantou pelourinho D. Francisco de Souza, por conta das minas de ouro, de prata e de ferro, que na dita Serra estavam descobertas pelo paulista Afonso Sardinha; e o mesmo D. Francisco de Souza lhe deu o nome de Minas de Nossa Senhora do Monteserrate: porém com sua ausência para o reino, saindo de São Paulo em junho de 1602, para embarcar no porto de Santos, a direitura cessou e com ela o labor das minas de Biraçoyaba, até que, em melhor sítio se fundou a vila que atualmente existe.

São estas as palavras textuais da notícia que, sobre a fundação desta vila, escreve Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777), na sua "História da Capitania de São Vicente". Nesta serra de Biraçoyaba (Ipanema), diz ainda o referido autor, houve um grande engenho de fundir ferro construído á custa do paulista Afonso Sardinha, cuja manobra teve grande calor pelos anos de 1609, em que voltou a São Paulo o mesmo D. Francisco de Souza, constituído governador e administrador das Minas descobertas e por descobrir, das três Capitanias, com mercê de "Marques das Minas", com trinta mil cruzados de juro e herdade, falecendo, porém, em São Paulo, o mesmo D. Francisco de Souza em junho de 1611.

Com o decurso dos anos se extinguiu o labor da extração do ouro e da fundação de ferro. Nesta mesma serra de Biraçoyaba fundiu pedras e delas extraiu boa prata, Frei Pedro de Souza, religioso da Santíssima Trindade, quando para estes exames veio mandado pelo príncipe regente D. Pedro, em 1680 (...) [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volumes 20-21, 1918. Páginas 613 e 614 do pdf, 585 e 586]

Ainda em 1816 essa questão, ou demanda, não se achava terminada, como se verá pela representação que ao Governador de São Paulo dirigiu Fr. Pedro Nolasco da Sagrada Família. Passamos a dar parte desse documento, não só por interessar ao fato que vimos de narrar, como pela sua importância em relação á história dessa povoação de Sorocaba.

"Ilustríssimo e Excelentíssimo Senhor - Tive a honra de receber o ofício de V. Ex. com data de 29 de outubro deste ano (1826), no qual me ordena responder ao requerimento que a Câmara desta vila de Sorocaba fez subir à Real presença de S. Majestade, devendo eu acompanhar a minha resposta de todos os documentos que forem necessários. Em obediência da respeitável ordem de V. Ex. com aquela submissão, decoro e fidelidade com que minha Religião sempre prestou aos Vice Gerentes dos Reis Nossos Senhores, respondo:

Que o Capitão Balthazar Fernandes, primeiro povoador desta hoje vila de Sorocaba, na era de 1661, foi á vila de Santa Anna de Parnahyba, donde a povoação de Sorocaba era termo e nos fez doação de uma igreja e suas pertences, dando-nos, para as nossas lavouras, o terreno que principiava de uma roça de mandioca, até sair ao Campo onde morava Braz Esteve, e da largura do Rio Sorocaba até onde estava Diogo do Rego e Mendonça, genro do doador.

Exm. Snr: - mais de uma vez se encontra em papéis antigos confrontações de semelhante natureza, porém, o Padre Fr. Anselmo da Annunciação que imediatamente foi tomar posse, por explicação do mesmo doador, sempre reconheceu por demarcação do terreno doado - da ponte velha, mais abaixo da existente, até o Rio dos Couros, na língua da terra, Ceopirira, hoje corrompido em Supiriri, e dai a sair ao campo, moradia do dito Braz Esteves, e da largura do Rio, indo contestar com Diogo do Rego e Mendonça até sair ao campo hoje conhecido de Itapiva.

Este foi o terreno doado, unicamente o onus de 13 missas anuais, como se vê pelo documento no. 1. Acontece, porém, Exmo. Snr. que quando se mudou a vila, que primeiramente era fundada no lugar denominado Itarireoú, légua e meia distante do novo mosteiro, para o local em que existe, (em 1665) desde logo principiaram os choques entre a Câmara e o Presidente do Mosteiro, sobre quererem os Camaristas senhorarem-se das nossas terras para o Rocio desta vila.

Já vê Exm. Snr. que os predecessores da Câmara atual não podiam dos bens do Conselho, dar-nos terreno algum para patrimônio, visto que a nossa existência e doação das terras em Sorocaba, são anteriores ao predicamento de vila.

Gozou este mosteiro de uma pequena trégua: quando, em 1667 estando de visita o Rev. Padre Provincial o Dr. Fr. Francisco da Visitação, no mesmo nosso Mosteiro, a Câmara fez a doação que apresenta do documento no. 2:

"A bem da Paz, e do sossego das consciências obrigaram ao Prelado maior aceitar como doação aquilo mesmo que era nosso! Pelo conteúdo da Escritura claramente se mostram quais foram as condições do contrato: Que eles oficiais da Câmara davam e doavam o terreno nela exarado com declaração e condição que - se os padres Provinciais tirassem daqui os religiosos, e desfizessem o Convento, voltaria todo o terreno doado, com as benfeitorias existentes para a Câmara.

É de notar que o padre Provincial, vendo talvez a boa ordem estabelecida, feita a paz entre a Câmara e o seu Presidente, cheio de prazer e contentamento, disse que, em gratificação, mandaria um ou dois Padres que ensinassem o canto e a gramática letina etc, etc.

Fr. Pedro Nolasco da Sagrada Família. Mosteiro de São Bento de Sorocaba, 2 de novembro de 1816.

(...) Sobre as Minas de ferro do Ipanema diremos: que além de Martim Garcia Lumbria houve ainda outros Governadores de Itanhaém, que seriamente se ocuparam das descobertas e explorações destas "Minas de Sorocaba", como se vai ver.

Na "Relação dos Governadores da Capitania de Itanhaém", já ficou demonstrado o importante papel representado por Luiz Lopes de Carvalho, como Governador de Itanhaém, na história das minerações desta capitania e mui principalmente nas minas de Biracoyaba, em Sorocaba.

Damos em seguida o documento que se refere a este assunto, transcrito da coleção dos papéis dos Governadores do Rio de Janeiro.

Carta Régia pedindo informação sobre as Minas de Ferro descobertas em Bitaçoyaba por LUiz Lopes de Carvalho. E a fundição que pretendia ali estabelecer. Acompanhando dos respectivos documentos, 23 de outubro de 1692.

Governador da Capitania do Rio de Janeiro. Eu, El-Rey vos envio muito saudar. - Ordenando ao Governador vosso antecessor por Carta de 16 de outubro de ano passado me informasse com seu parecer, a cerca da Carta que Luiz Lopes de Carvalho me havia escrito sobre a conveniência que podia resultar á minha fazenda, com uma fundição de ferro que pretendia fazer, obrigando para segurança do gasto da fábrica, e oficina os bens de raiz que possuía neste Reyno; respondeu por Carta de 18 de junho deste ano, que tomando notícia deste negócio, achara que as ditas minas eram de enumerável quantidade de ferro o qual se tiraria em muita abundância, porém que como estavam trinta léguas distantes das capitania de Santos e São Paulo seria dificultosa a condução, como também conservasse a gente que pudesse suprir o trabalho para o qual não eram muito capazes os nativos, além de que o gasto que se havia de fazer, seria mais considerável que o dito Luiz Lopes dizia, e que ouvindo-lhe dera em resposta os papéis que com esta se vos enviam.

E encomendo-vos que, tomando as notícias mais exatas e individuais nesta matéria, me informeis com o vosso parecer. Escrita em Lisboa a 23 de outubro de 1692. - Rey, para o Governador do Rio de Janeiro. 1a. via.

Documento anexo

Sr. - Manda-me V. S. que o informe de que achei nas Minas de Ferro que encontrei nas serras de Birassinava no tempo em que por fazer algum grande serviço a esta Coroa, sem reparar nos incômodos da pessoa, nem ainda nos riscos da vida, e a dispêndio da minha fazenda (reduzindo-me tão miserável estado que compadecido V. S. da minha pobreza com encargo de mulher e filhos, usando de sua clemencia, e piedade, me acomodou na serventia de um ofício de Tabelião desta Cidade, para que totalmente não perecesse), penetrei os Sertões mais ferozes, só habitados de feras, padecendo as inclemências que experimentam os que com zelo, e amor da pátria lhe querem descobrir novos Tesouros.

Todas estas calamidades padeci por me haverem persuadido, e ter achado alguns Roteiros que insinuavam partes, e serras onde em algum tempo se acharam sinais evidentes de minas de Prata e Esmeraldas. E por se me esgotar o cabedal próprio, e não achar quem me animasse com algum socorro, vim a entender que Deus nosso Sr. tem guardada essa fortuna para outro que mais mereça. [Páginas 616, 617 e 618 do pdf, 588 e 589]

E para maior segurança do d.° R., e para que venha em conhecimento da verdade desta informação, me sujeito, a que no caso que se não consigam as ditas fábricas, e nem fique perdendo os 4 ml cruzados em que tenho alvitrado as despesas até haver rendimento, a repor ao dito Sr. tudo o que estiver despendido da sua Real Fazenda, e para segurança desta minha obrigação, hipoteco as propriedades que tenho na vila do Vimieiro donde sou natural, e conta o seu valor de mais de três mil cruzados, como consta do documento por onde se vê que me pertencem, que apresento.

E para esse feito mando procuração a quem em meu nome hipoteque os ditos bens.

E em quanto for entabolar esta fábrica precisamente ei de deixar minha família nesta cidade do Rio de Janeiro, pelo ofício de que V. S. me fez mercê, peço dez mil réis cada mês para sustento de minha casa, enquanto a nom puder para a dita paragem me conduzir. E nesta forma fico pronto para o que S. Majestade for servido e sempre me sujeito a sua Real Grandeza. - Rio de Janeiro. 31 de maio de 1692 - De V. S.a. escravizado - Luiz Lopes de Carvalho. [Página 620 do pdf]

Ainda em 1816 essa questão, ou demanda, não se achava terminada. O Governador de São Paulo ordenou que o Mosteiro de São Bento cumprisse o requerimento que a Câmara Municipal de Sorocaba enviou a Real Magestade, devendo eu acompanhar a minha respostas de todos os documentos que forem necessários.

Que o Capitão Balthazar Fernandes, primeiro povoador desta hoje Villa de Sorocaba, na era de 1661, Villa de Santa Anna de Parnabyba, donde a povoação de Sorocaba éra termo, e nos fez doação de uma Igreja com suas pertences, dando-nos, para as nossas lavouras, o terreno que principiava de uma roça de mandioca, até sahir ao Campo onde morava Braz Esteves, e da largura do Rio Sorocaba até onde estava Diogo do Rego e Mendonça, genro do doador.

Exm. Snr : - mais de uma vez se encontra em papeis antigos confrontações de similhante natureza, porém , o Padre Fr. Anselmo da Annunciação que immediatamente foi tomar posse, por explicação do mesmo doador, sempre reco nheceu por demarcação do terreno doado da ponte velha, mais abaixo da existente, até o Rio dos Cuuros, na lingua da terra , Ceopirira, hoje corrompido em Supiriri, e dahi a sahir ao campo, moradia do dito Braz Esteves, e da largura do Rio, indo contestar com Diogo do kego e Mendonça até sahir ao campo hoje conhecido de Itapiva: Este foi o terreno doado, unicamente com o onus de 13 missas annuaes, como se vê pelo documento n . 1.

Acontece, porém , Exmo. Snr. que quando se mudou a Villa, que primeiramente era fundada no lugar denominado Itarireoú , legua e meia dis tante do novo mosteiro, para o local em que existe, em 1665, desde logo principiaram os choques entre a Camara e o Presidente do mosteiro, sobre quererem os Camaristas se nhorearem -se das nossas terras para o Rocio desta Villa. Já ve Exm . Snr. que os predecessores da Camara actual não podiam dos bens do Conselho, dar-nos terreno algum para patrimônio, visto que a nossa existência e doação das terras em Sorocaba, são anteriores ao predicamento de Villa. [Páginas 615 e 616 do pdf, 587 e 588]

Desses indivíduos, povoadores de Iguape, o mais famoso, como turbulento, foi incontestavelmente Ruy Mosquéra: "Não podemos duvidar, escreve o Sr. Young, que Ruy Moschera era homem turbulento e desassossegado: em 1548, ele com Miguel de Rutia, Pedro de Oriate e Nuno Chaves, foram á cidade de Lima (no Perú), para cumprimentar o Vice Rey Padre Pedro de la Gasca, em nome de Domingos Martins de Irala.

No ano seguinte Mosquera voltou a Santa Catarina em companhia de Ruy Dias de Melgarejo, indo dai outra vez para o Rio da Prata, onde se demorou até 1577, em cujo ano chegou, de volta a Iguape, e falecendo mais tarde, foi enterrado debaixo do Arco Cruzeiro da Igreja, edificada ao pé do "Outeiro do Bacharel".

Essa povoação edificada, nessa época, "ao pé do Outeiro do Bacharel", durou até o ano de 1660, que foi quando se tratou de transferir (a dita povoação) para o lugar em que está agora situada a cidade de Iguape.

O terreno escolhido para esta segunda povoação, que fôra doado, por termo, á Câmara, no ano de 1679, pertencia a um neto de Francisco de Chaves (o Bacharel) de nome Bernardo de Chaves, conforme documentos existentes em Iguape.

Foi o Capitão-mór Ouvidor Luiz Lopes de Carvalho, que, se achando em Iguape, mandou medir e demarcar essa "sorte de terras" para o termo ou rocio da nova povoação no dia 2 de julho de 1679.

Este Capitão-Mór e Ouvidor, Luiz Lopes de Carvalho era, nessa época, Governador da Capitania de Itanhaem e foi ele quem deu predicamento de Villa, ou fez a transferência da Villa Velha, para o novo local, que acabava de demarcar.

"Está provado, diz o sr. Young, por documentos que acompanham o Esboço Histórico, que, em 1660, a Câmara certificou ao Capitão Bernardo Ruiz Bueno, homem já velho, o ser ele genro de Francisco Alves Marinho, que deu as terras para o estabelecimento da vila, no lugar onde hoje é a atual cidade. Em 1679, os Capitães Manoel da Costa e Francisco de Pontes Vidal, assinaram um documento de doação á Câmara, de duzentas e cinquenta braças de terras em quadra, como se vê pelo documento que acompanha a memória Subsídios para a história de Iguape - Seus fundadores. No termo da doação, consta bem claro serem estes homens herdeiros de Cosme Fernandes."

"Há divergências, acrescente o sr. Young, nas obras históricas relativamente á data em que a 2° povoação de Iguape foi elevada a Villa. É geralmente citado o ano de 1654: confrontando, porém, documentos existentes aqui, somos forçados a reconhecer que, muito antes daquela época, era já conhecida essa povoação pelo nome de Nossa Senhora das Neves de Iguape. [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volumes 20-21, 1918. Páginas 605 e 606]

Se ha, entretanto engano nessa "Relação" e se a data do predicamente de vila, dado a essa segunda povoação, é anterior a 1654, como já ficou referido, então o governador que deu essa provisão em nome do donatário, Conde da Ilha do Príncipe, não é Luiz Lopes de Carvalho, mas sim Diogo Vaz de Escobar que servia nessa época, 1654, e foi, dos governadores de Itanhaém, um dos que mais se distinguiu pelo esforço empregado no desenvolvimento dessas zonas auríferas da Ribeira, Cananéa e Paranaguá, conforme se verá na parte deste livro que trata o assunto. [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volumes 20-21, 1918. Página 638 do pdf, 608]

Quando surgiu a célebre demanda entre os herdeiros de Pero Lopes de Souza, que disputavam a posse das Capitanias de Itamaracá e Santo Amaro, Cananéa teve também a sua parte na luta.

Em 1653 o conde da Ilha do Príncipe, casado com D. Marianna de Faro e Souza - da casa dos Vimieiros tomou imediatamente posse da vila subordinando-a á Capitania de Itanhaém. Conta Milliet que o Marques de Cascaes legítimo donatárioo da terra, "três anos depois, tirou-a do domínio do Conde", e a incorporou á Capitania de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá.

(...)Apesar de submetida ao governo do Capitão-Mór Gabriel de Lara, governador da Capitana de Paranaguá, deve Cananéa a descoberta de novas minas, em 1670 e tantos, e Luiz Lopes de Carvalho, que em 1677 foi nomeado Capitão-Mór e governador perpétuo da Vila de Itanhaém. [Páginas 713 e 714 do pdf]

Com o capitão João Pereira de Souza, que Deus levou, recebemos nesta câmara uma carta de V.mercê o ano passado, na qual nos manda que lhe escrevamos miudamente tudo o que parecer. Alguns treslados de cartas se acham aqui das que escrevemos a Vme; nos parece que não lhe foram dadas.

O que de presente se poderá avisar, muito papel e tempo seria necessário, porque são tão várias e de tanta altura as coisas que diariamente sucedem, que não falta matéria de escrever e avisar e se, poderá dizer, de chorar. Só fazemos lembrança a Vme. que se sua pessoa, ou coisa muito sua, desta Capitania, não acudir com brevidade pode entender que não terá cá nada, pois estão as coisas desta terra com a "candeia na mão" e cedo se despovoará, porque assim os Capitães e Ouvidores que Vme. manda, como os que cada quinze dias nos "mettem" os governadores gerais, em outra coisa não entendem, nem estudam, senão como nos hão de esfolar, destruir e afrontar, e nisto gastam o seu tempo.Eles não vêm nos governar e reger, nem aumentar a terra que o sr. Martim Afonso de Souza ganhou, e S. Magestade deu com tão avantajadas mercês e favores. Vai isto com tal maneira e razão, que pelo eclesiastico e pelo secular, não ha outra coisa senão pedir e apanhar; e um que nos pedem e outro que nos tomam, tudo é seu e, ainda lhes fiamos devedor.E, se falamos, prendem e excomunam-nos, e fazem de nós o que querem, que como somos pobres e temos remédio tão longe, não há outro rccurso senão baixar e servir e sofrer o mal que nos põem.Assim, Senhor, acuda, veja, ordene e mande o que lhe parecer, que muito tem a terra que dar: é grande, fértil de mantimentos, muitas águas e lenhos, grandes campos e pastos, tem ouro, muito ferro e açuar e esperamos que haja prata pelos muitos indicios que há, mas faltas mineiros e fundidores destros.E o bom governo é o que nos falta, de pessoa que tenha consciência e temor de Deus, e valia; que nos mandem o que for justo e nos favoreçam no bem e castiguem o mal quando o merecermos, que tudo é necessário.Diogo de Quadros é ainda provedor das minas; até agora tem progredido bem: anda fazendo um engenho de ferro a três léguas desta vila, e como se perdeu no Cabo Frio, tem pouca posse e vai devagar,mas acabado, será de muita grande importância por estar perto daqui com três léguas, e haverá metal de ferro; mas há na serra de Byraçoiaba 25 léguas daqui para o sertão, em terra mais larga, e abasta, e perto dali com três léguas está a Cahatyba de onde se tirou o primeiro ouro, e desde ali ao Norte gaverá 60 léguas de cordilheira de terra alta, que toda leva ouro, principalmente a serra de Jaraguá, de Nossa Senhora do Monte Serrate, a de Voturuna, e outros.

Pode Vmc. fazer aqui um grande reino a S.M,; há grande menero e trato para Angola, Perú e outras partes, podem-se fazer muitos navios que só o bem se pode trazer de lá, pois ha muito algodão, muitas madeiras e outros achegos. Quanto a conservação dos nativos que não convém termos a vexar-nos, assim como nos fazem a nós o faremos a ele, e os cristãos vizinhos são quase acabados, mas no sertão ha infinidade deles e muitas nações, que vivem a lei de brutos animais, comendo-se uns aos outros, que se os descermos, com ordem para serem cristãos será coisa de grande proveito; principalmente os nativos Carijós, que estão a oitenta léguas daqui por mar e por terra e se afirma que são 200.000 homens de arco. Esta é uma grande empresa e Vmc. ou coisa muito sua lhe está bem que S.M. lh concedesse, e lhe importaria de 100.000 cruzados, afora os de seus vaçalos, o que pelo tempo adiante pode abundar nesta Capitania, além do particular do mesmo nativo vindo ao gremio da Santa Madre Igreja.

Tornamos a lembrar, acuda Vmc. porque de Pernambuco e da Bahia, por mar e por terra, lhe levam os nativos do sertão e distrito, e muito cedo ficará tudo ermo com as árvores e as ervas do campo somente; porque os portugueses, bem sabe Vmc. que são homens de pouco trabalho, principalmente fora do seu natural.

Não tem Vmc. cá tão pouca posse, que das cinco vilas que cá tem, com a Cananéa, pode por em campo para os Carijósmais de 300 homens portugueses, foram os seus nativos escraviazados, que são mais de 1.500, gente usada ao trabalho do sertão, que com bom caudilho passam ao Perú por terra, e isto não é fábula.

Já Vmc. será sabedor como Roque Barreto, sendo capitão, mandou ao sertão 300 homens brancos a descer os nativos e gastou dois anos na viagem, com muitos gastos e mortes, e por ser contra uma lei de El-Rey que os padres da Companhia trouxeram, o governador Diogo Botelho mandou provisão para tomarem o terço para ele, e depois veio a ordem para o quinto.

Sobre isso houve aqui muito trabalho e grandes devassas e ficaram muitos homens encravados, que talvez ha nesta vila hoje mais de 65 homisiados, não tendo ela mais de 190 moradores. Se lá for alguma informação de que a gente desta terra é indomita, creia Vmc. o que lhe parecer, com o resguardo que deve aos seus, que há quem sofra tantos desaforos. (Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, 1918. Página 731 e 732)

(...) mas ha na serra de Byraçoiaba, 25 léguas daqui para o sertão, em terra mais larga, e abasta, e perto dali com 3 léguas está a Cahatyba de onde se tirou o primeiro ouro, e desde ali ao norte haverá 60 léguas de cordilheira de terra alta, que toda leva ouro, principalmente a serra de Jaraguá, de Nossa Senhora de Monte Serrate, a de Voturuna, e outros.

Tornamos a lembrar, acuda Vmc. porque de Pernambuco e da Bahia, por mar e por terra, lhe levam o nativo do sertão e distrito, e muito cedo ficará tudo ermo com as árvores e as ervas do campo somente; Não tem Vmc. cá tãoo pouca posse, que das cinco vilas que cá em, com a Cananéa, pode por em campo para os Carijós mais de 300 homens portugueses, fora os seus nativos escravos, que são mais de mil e quinhentos, gente usada ao trabalho do sertão, que com bom caudilho passam ao Perú, por terra, e por isto não é fábula. (página 731 e 732)

Assim, Senhor, acuda, veja, ordene e mande o que lhe parecer, que muito tem a terra que dar: é grande, fértil de mantimentos, muitas águas e lenhos, grandes campos e pastos, tem ouro, muito ferro e açuar e esperamos que haja prata pelos muitos indicios que há, mas faltas mineiros e fundidores destros.

Pode Vmc. fazer aqui um grande reino a S.M.; ha grande menero e trato para Angola, Perú e outras partes, podem-se fazer muitos navios que só o bem se pode trazer de lá, pois ha muito algodão, muitas madeiras e outros achegos. Quanto a conservação do nativo que não convém termos a vexar-nos, assim como nos fazem a nós o faremos a eles, e os cristãos vizinhos são quase acabados, mas no sertão há infinidade deles e muitas nações, que vivema lei de brutos animais, comendo-se uns aos outros, que se os decermos, com ordem para serem cristãos será coisa de grande proveito; principalmente o nativo carijó, que está a oitenta léguas daqui por mar e por terra e se afirma que são 200.000 homens de arco. [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, 1918. Páginas 731 e 732]

Dentro desse período de 1606 a 1640 fundou-se regularmente o núcleo da missão em Cananéa, como já ficou descrito e deu-se começo a um outro núcleo em Paranaguá.

Foi seguramente, em torno dessa "casa da missão" provisória, que mais tarde se aglomerou a povoação, cujo pelourinho foi ereto em 1640.

Dessa época em diante, a missão apostólica do sertão e do litoral foi de novo interrompida: - não pelas hostilidades dos Carijós contra os missionários, pois esses nativos, em grande parte, já estavam aldeados sob a tutela dos missionários; os outros, acossados pelos espanhóis do Uruguay e pelos sertanistas paulistas, vinham pedir a paz e entregar-se voluntariamente ao cativeiro; mas isto o faziam pela falta absoluta de missionários que haviam sido tumultuosamente expulsos de São Paulo e de toda a Capitania, em 1640.

Essa primeira expulsão dos Jesuítas perdurou até o ano de 1654, que foi quando os missionários voltaram para de novo tomarem posse de suas Casas e Colégios. No ano de 1687, porém, os paulistas tentaram ainda expulsar os Jesuítas da Capitania. [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volumes 20-21, 1918. Página 735]

(...) que dava entrada para o 1° salão da Casa da Câmara, logo mandou aos carpinteiros que lhe metessem os machados, executando-se o mesmo com as mais portas, que fechadas impediam o ingresso para a sala do conselho. Estando dentro mandou fazer o mesmo a uma arca de madeira grossa, dentro da qual se conservava a dos Pelouros, que tinha feito o intruso Ouvidor José Ortiz de Camargo no ano de 1652 como temos referido.

Quebrada também a arca dos Pelouros foram estes dados ao fogo na presença do mesmo Desembargador Ouvidor Geral em ata da Câmara. E logo procedendo uma nova canônica Eleição de Pelouros (para os quais havia já muitos dias mandado publicar seu Edital, o qual serviu de aviso para o disposto atendido, que executou Jeronimo de Camargo) saíram eleitos, e no mesmo ato tomaram posse para Juízes Ordinários em 1653 e 1654 Domingos Garcia Velho e Domingos Roiz de Mesquita; para Vereadores o Capm. Francisco Cubas; Calixto da Motta, e Gaspar Corrêa o moço; Procurador do Conselho Sebastião Miz. Pereira.

Depois em 7 de junho do mesmo ano, tornou Desembargador Corregedor á Câmara e proveu em 28 Capítulos de sua Correição, admiráveis preceitos que até hoje servem de um público testemunho da sua grande jurisprudência, zelo, e retidão pelo serviço do Rei e de Deus, com utilidade do público e moradores de São Paulo. Archivo da Câmara de São Paulo, 1° de vereanças 1651 página 56.

Esse procedimento despertou novos estímulos do ardor e ódio, no desprezado e repelido Ouvidor José Ortiz de Camargo, que como cabeça do bando, e séquito da família do seu apelido, unido com seu irmão Fernando de Camargo do cap. 1° retro passou a Bahia a solicitar novas ordens para a restituição da posse do lugar de Ouvidor da Comarca de que se achava espoliado.

E era grande o seu respeito, e não desigual o seu Cabedal, concorreram-lhe a fazerem-lhe bolça os seus mesmos parentes, ou já como interessados no despique, ou como ofendidos no desprezo. Tendo conseguido na Bahia os efeitos desejados, e recolhendo-se a São Paulo sua pátria, protestou por cartas de aviso, que adiantou, que o seu ânimo era conservar a sua jurisdição, a paz e o sossego público, sem alteração de novidade, porém os ânimos dos magoados se por uma consideração se capacitavam da devida obediência e cumprimento das ordens do Superior Governo do Estado, que trazia José Ortiz de Camargo, por outras razões que lhe ditava o temor, receavam dar-lhe posse. Serenou esta aflição de perturbações a advertência, que houve de se tomar um Acordão de transação e amigável composição celebrado em 9 de fevereiro de 1654 no Colégio dos Padres Jesuítas sendo presente a este ato o Padre Antonio Roiz, como reitor do dito Colégio e o Reverendo Visitador Simão de Vasconcelos com os Prelados das mais Religiões: [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volumes 20-21, 1918. Páginas 747 e 748]

Escritura de dote aos Condes da Ilha do Príncipe, D. Luiz Carneiro e D. Marianna de Faro e Souza, da Capitania de Itanhaém. (Esta doação foi feita em 5 de janeiro de 1654 pelo então donatário da mesma Capitania D. Diogo de Faro e Souza, aos Condes da Ilha do Príncipe.) [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volumes 20-21, 1918. Página 1042 do pdf]

O segundo traslado desta "Escritura de doação da Capitania de Itanhaém", feita em Lisboa no ano de 1654, foi enviada para a Vila da Conceição de Itanhaém, em ai transcrito no livro de Registros da mesma Câmara. Deste traslado se tirou outra cópia que foi registrada no livro competente da Câmara da vila de Angra dos Reis, que fazia parte então da Capitania de Itanhaém. [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volumes 20-21, 1918. Página 1047 do pdf]

Este "caminho velho" fraldeava as serras do Bananal e Cahêpupú até o entroncamento com a cordilheira marítima (tapera do Índio Roque), dirigindo-se dali para os sertões de Sorocaba, Araçariguama, Araritaguaba (Porto Feliz) etc. Era nessa região, cortada pelos dois caminhos - do gado e da aldeia velha (Paraná-mirim) - que estavam situadas as minas de Araçoiaba e as legendárias terras auríficas de Botucavarú, Lagoa Dourada e outras, das quais os aranzéis (roteiros antigos) nos dão notícias. O morro e cachoeira do Mineiro, nas proximidades de Mongaguá, entre Aguapeí e Rio Branco, indicam ainda, na nomenclatura geográfica de Itanhaém, a preocupação constante dos seus primitivos povoadores. [Página 1148 do pdf, 270]

Além desta Alvará, consta do mesmo arquivo, este "Instrumento de Procuração", que ainda se refere á posse da referida Capitania de Itanhaém, dada em dote á Dona Marianna de Faro e Souza, Condessa da Ilha do Príncipe:

"Luis Carneiro, Senhor das ilhas de Santa Helena e de Santo Antonio e do Príncipe: Conde dela, do Conselho de Sua Majestade que Deus guarde etc. - Dou poder ao Senhor D. Luiz de Almeida, meu sobrinho, para que por mim e em meu nome me faça mercê de mandar tomar posse da Capitania de Itanhaém, de cem léguas da Costa, no distrito do Rio de Janeiro, com tudo a ela pertencente, na forma das doações dela, e Mercê que Sua Majestade me tem feito, por renunciação do Senhor D. Diogo de Faro e Souza, em parte do dote da Condessa sua Irmão e minha presada mulher; e para mandar cobrar as rendas da dita Capitania de Itanhaém, tomar contas e dar quitações, e prover em todas as demais causas que a bem dele convier; para o que lhe dou todos os poderes e direitos necessários para substabelecer em um e mais procuradores que lhe parecer, com os mesmos poderes. Passada em Lisboa no derradeiro dia do mês de abril de 1654. - O Conde da Ilha do Príncipe, D. Luiz Carneiro." [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volumes 20-21, 1918. Página 1050 do pdf]

Este sétimo donatário - da Capitania de Itanhaém - D. Luiz Carneiro -esteve na posse da dita donatária, desde 5 de janeiro de 1654 até 28 de abril de 1679, em que foi substituído por seu filho D. Francisco Luiz Carneiro, o qual obteve do Príncipe Regente D. Pedro II a confirmação da "doação das cem léguas feitas por D. João III ao primeiro donatário Martim Afonso de Souza." conforme se verá no Capítulo seguinte. [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volumes 20-21, 1918. Página 1051 do pdf]

Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1918 1918
Página 535

Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1918 1918
Página 731

Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1918 1918
Página 732

Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1918 1918
Página 270

Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1915 1915
Página 588

Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Data: 01/01/1915 1915
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