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Revista da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro. Tomo XXXV
193225/04/2024 14:56:29

Revista da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro
Data: 01/01/1932
Página 18

A FUNDAÇÃOMAEriü AFONSO DE SOUSA, a quem fora confiadaa direção da grande armada, demandou (1530) as plagas brasílicas e, atingindo Pernambuco, desceu sempre a costa combatendo os corsários e contrabandistas. Quando conhecida a vastidão litorânea até a barra do Chui, onde perderaa nau capitanea, atingiu de regresso a Bertioga na madrugada de 20 de Janeiro de 1532, lutando com fortes ventosoessudoeste e ondas revoltas em grandes vagalhões, que oforçaram a retroceder e refugiar-se na manhã seguinte numaabra da ilha de Gaiabé (Santo Amaro), onde PEKO LOFES encontrou". ..um rio, em que as náos se podiam correger, porser mui abrigado de todoslosventos e a twrde mtetteram as náos dentro com o vento sul."Gi-.V.V-¦- .

A costa meridional brasileira era toda habitada pelas nações indígenas dos Tupis, Guaianãs, Carijós e Patos. Os Guaianãs, que mais nos interessam agora, imperavam prin- eipalmente na faixa marítima que se distende de Angra dos Reis (antiga Ocarauçú), até Gananéa, mas tinham seu verdadeiro habitat nas terras centrais do interior, limitadas pelos campos que o padre SIMÃO DE VASCONCELOS denominou — paraíso da gentilidade.

A gente era simples e de ingênua boa-fé; GABRIEL SOARES diz que nem umtrabalho deram aos colonizadores, por serem pouco bélicobos e fáceis de contentar; nao eram maliciosos, nem refalsados, antes simples e bem condicionados e muito mqlapes; não usavam entre si lavoura; viviam de caça que matavame de pesca que tomavam nos rios e dos frutos silvestres que o mato dava; eram grandes flecheiros e inimigos de carne humana; não matavam os que capturavam, mas os aceitavam por seus escravos. {Roteiro do BRASIL).

Frei Antônio de Santa Maria de JABOATÃO dizia que eles faziam boa companhia á gente branca e que com eles teve pouco que fazer MARTIM AFONSO na Capitania deS. Vicente. (Orle Beraphico, Vol. I). Antônio KNIVET, escritor inglês, descreveu-os de baixa estatura, mas reforçados; de cabelos compridos, deixando pelado o alto da cabeça; de pés chatos e barriga grande.

As mulheres tinham boas feições, mas eram gordas... Do fato de não serem amigos do trabalho, por não usa- fem de lavoura, tornando-se nômades, os cronistas lhes atribniram fraqueza de caráter e covardia, incidindo num erro que se desfaz deante da perfeita identidade que tinham com os Garijós, com os quais formavam e os Patos uma raça rnais pacífica que a dos Tupis.

Esta raça foi o tronco da família paulista, caldeadaprincipalmente com portugueses e espanhóis, que se não liinitaram a conservar o velho sangue azul das decrépitasaristocracias patrícias, dando-nos esse povo empreendedor evitorioso, pelo caráter, pela altivez, pelo espírito de independência e amor á liberdade.

4jíA grafia do nome do grande povo aborígene levou oshistoriadores e cronistas ás mais dispares formas; cada uma fez no som que lhe chegou aos ouvidos, segundo as vozese ditongos de seu país de origem.Os portugueses (Gabriel Soares, Frei Gaspar, Pedro Taquês, etc.) escreveram: goiana e guayaná; O alemão Hans Staden, (1556) escreveu: Wayganná;O Inglês Knhet escreveu: vaanasses e wayanasses;O Visconde de Porto Seguro escreveu indistinctamente:goyaná, guayaná, goyá, guayá, com o mesmo significado deirmão...O Dr. J. Mendes de Almeida aconselhava a escreverguayaná pelo simples fato de assim haverem escrito os pripaeiros cronistas desde o ano de 1531 e dizia:O nome exato é goiana, isto é, próximo ou pa*rente dos goiá. Os goiá eram tribu procedente doarquipélago das Bahamas ou, melhor, das Antilhas,perseguidos pelos Caribs. As que cruzaram com osTupis denominaram-se goiá-ná, que por isso eramíupí-ná-ki. Por igual Tupí-ná, parente de Tupi.(Algumas Notas Genealógicas, 8. Paulo, 1886).Modi*iumente, CAPISTRANO DE ABREU escrevia:goyaná, grafia que Vou IHERING- adotou; mas COUTODE MAGALHÃES consolidou a do padre AYRES DO OASAL: guayaná. O padre JOSÉ DE ANOHIETA, iucontestaveluieute amaior autoridade no idioma brasílico, escreveu sempre guayma com a significação de muito manso, moleimo, pois apartícula — na — indica aumentativo. (Páginas 18 e 19) [0]

A concorrência dos portugueses e nativos á nascente Piratininga, levando os guayanãs e outros aborígenes que aí moravam a abandonar suas terras, eles foram fundar duas novas aldeias, que edificaram com os títulos de Geribatuba e de São Miguel.

A aldeia de Geribatuba ou Gerivatiba, nome do rio a cuja margem direita se ostenta, numa elevada campina verdejante, e quilometros a S.O. de Piratininga, foi onde Caá-ubi estabeleceu a sua nova vivenda e de sua gente. Por volta de 1560 o padre José de Anchieta foi procurá-lo no seu retiro, combinando lá instalar uma obra de catequeses.

O aldeamento prosperou sob o nome de Ibirapoêra, que foi mudado no século passado pelo de Nossa Senhora dos Pinheiros, até quando uma colônia de alemães aí estabeleceu, dando um novo impulso á localidade, a ponto de ser elevada a Distrito de Paz por provisão de 14 de janeiro de 1681 e a Município por decreto de 10 de julho de 1832 com o nome atual de Santo Amaro. [Revista da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro. Tomo XXXV, 1932. Página 28] [0]

Em flagrante contraste com a tradição esposada pelos nossos genealogistas, deixei claramente demonstrado, com solidíssima prova, que Ana e Paula Camacho eram primas e que o seu avô comum, o tronco dos Camachos, foi duas vezes casado.

Qual foi, porém, esse trono? A mais antiga informação que conheço é a do padre dr. Guilherme Pompeu, que se encontra em nota de Silva Leme (v. 1.°, p. 31). Segundo o Creso parnaibano, a linha feminina de sua ascendência vinha assim do agreste lar da Borda do Campo:

Uma filha de João Ramalho casou-se com Bartholomeu Camacho. A filha de Bartolomeu casou-se com Jerônimo Dias. Ana Camacho, filha deles, casou-se com Domingos Luiz, o Carvoeiro. Inez Camacho, filha destes, casou-se com João da Costa. [Página 47]

Investigando às origens da matrona paulista Ana Camacho, sem conhecer o depoimento do padre Guilherme, Pedro Taques, e depois o general Arouche, ficaram inteiramente atordoados e, em desespero de causa, concluíram por estabelecer, sem nenhum fundamento sólido, a seguinte linha:

Joanna Ramalho casou com Jorge Ferreira. A filhas do casal casou-se com Gonçalo Camacho. A filha destes, Ana Camacho casou-se com Domingos Luiz, o Carvoeiro. [Página 48]
*Revista da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro. Tomo XXXV

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