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Inquisição
12 de setembro de 1618, quarta-feira. Há 406 anos
devia o Santo Ofício apurar nas áreas de jurisdição o estado de conservação dasconsciências. A visitação de 1618 pode ter sido motivada pelo aumento do afluxo decristãos novos para o Brasil.249 Na Bahia, como toda a área de engenho, o número doscristãos novos no começo do século XVII era proporcionalmente grande. A Inquisiçãose apresentava onde os cristãos novos se aglomeravam. A autora ainda informa que apresença do visitador na Bahia parece indicar que, com a produção do açúcar reclamadacada vez mais pelo mercado europeu, e disputada pela operosidade holandesa, a regiãoentrara num ciclo de vitalidade econômica, atraindo muitos cristãos novos espantadosda península ibérica por medidas repressivas.250A segunda visitação não difere da primeira, ambas tinham o intuito de filtrar asimpurezas dos cristãos pecadores, “oferecendo misericórdia aos confitentes, e, aomesmo tempo, sob ameaças incitava aos denunciantes”.251 Contudo, Marcos Teixeiradifere do primeiro visitador na forma como tratava os confitentes. Segundo SoniaSiqueira, não há indícios que o licenciado Marcos Teixeira tenha sido duro no que tangeàs prisões e remessas dos acusados para o tribunal de Lisboa, pois na redação dasconfissões “não transparecem intenções de agravar as culpas com malícia”.252 Como jáfoi mencionado, durante a visitação ocorriam confissões, denunciações, inquirições eratificações. Utilizaremos aqui as confissões de Fernão Roiz de Sousa, Salvador daSilva, Maria de Penhosa, Francisco de Nogueira e Joana Correa moradores da cidade doSalvador no período de Maria Barbosa.A confissão de Fernão Roiz de Sousa, 25 anos, cristão velho, casado e moradorna freguesia de Nossa Senhora do Socorro relata o envolvimento dele com o exgovernador da Bahia D. Diogo Botelho (1602-1607). Ao contrário do que se possapensar, autoridades também cometiam “pecados” considerados pela Igreja Católicacomo algo abominável. No dia 12 de setembro de 1618, na cidade do Salvador,compareceu na igreja da Companhia de Jesus, perante o inquisidor Marcos Teixeira,Fernão Roiz de Sousa confessando que há quatorze anos serviu como pajem do exgovernador D. Diogo Botelho e praticou o pecado nefando da sodomia. Na confissãorelatou que Diogo Botelho o tratava com mimos e favores e o fez deitar na cama edormir carnalmente pela parte traseira. Na primeira noite informou que fez contra sua vontade “e com medo do dito cúmplice o matar, não se atreveu a gritar” e depois porespaço de 10 anos “continuou em cometer o dito pecado nefando”. Nota-se, atravésdessa confissão, que naquele tempo não haviam limites morais entre as camadaspopulares, a nobreza e seus representantes.253Luiz Mott destaca, no livro Bahia: Inquisição & Sociedade, que a primeira e asegunda visitação do Santo Ofício na Bahia tiveram um total de 500 denúncias econfissões de pessoas suspeitas. Dentre os crimes denunciados estavam aqueles contrafé cristã como heresia, judaísmo, protestantismo, feitiçaria, irreligiosidade; assim como,os “crimes contra moral sexual”, como sodomia, bigamia e a imoralidade sacerdotal.254Dentre o quadro geral das denúncias em ambas as visitações, foram totalizadas 67denúncias de sodomia, incluindo o caso do quinto Governador da Bahia e primeiroCapitão Geral do Brasil, Diogo Botelho.255 A penalidade imposta pelas OrdenaçõesFilipinas aos cristãos que praticavam a sodomia era severa. O Livro V, Título XIII,determinava que qualquer pessoa que praticasse o “pecado da sodomia” fosse queimadoe seus bens confiscados para a Coroa mesmo que houvesse descendentes.256Cinco dias após a confissão de Fernão Roiz de Sousa compareceu tambémperante o inquisidor Marcos Teixeira, Salvador da Silva, 35 anos, solteiro, cristão velho,natural de Tutiço, bispado do Porto. Era filho de Beatriz Jorge, já defunta e Domingosda Silva, lavrador, morador na mesma freguesia. Ele se acusou de três anos atrás tersido declarado excomungado por mandado do bispo D. Constantino Barradas. SegundoSalvador, o bispo o excomungou por não querer se livrar de um concubinato da formaque o prelado queria. Por mais que tivesse recorrido da excomunhão perante o juiz dosfeitos do Rei, o bispo sempre respondia que a causa pertencia ao Santo Ofício e oprendeu durante dois anos. Na mesa do inquisidor pediu perdão e ressaltou que nãopediu antes o remédio da absolvição pelo fato do bispo o prender e o mesmo ter fugidodo aljube. Diante da confissão o inquisidor perguntou a Salvador da Silva se elerespeitava a excomunhão da Santa Madre Igreja e “se não obstante isso em desprezo dadita excomunhão se deixou tanto tempo excomungado?”. Salvador respondeu que temiae respeitava a excomunhão da Santa Madre Igreja. Ademais, acrescentou que por essarazão “procurara todas vias possíveis remédio da absolvição, mas que o bispo por ser

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