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O Caminho do Peabiru - Eduardo Bueno
2 de agosto de 2018



0: 00Tu sabe, ne cara. 0: 01As pessoas têm mania de perguntar. 0: 03Andando na rua. ai vem um cara e: "Ah, eu queria te fazer uma pergunta. "0: 06"Tá, qual é a pergunta? ""0: 07"Qual é o seu episódio favorito da história do Brasil? "0: 11Tá bom, cara. 0: 12Já me perguntaram isso 10 vezes. 0: 13Então vou te responder agora "qual é o meu episódio favorito da história do Brasil", 0: 17e tu vai ficar de queixo caído. 0: 21Peabiru, Peabiru. 0: 23Venha caminhar daqui até o Peru. 0: 28Meu, a história do Brasil é cheia de histórias inacreditáveis. 0: 32Mas a minha favorita, a história que me levou a escrever a maior parte dos livros que já0: 38escrevi sobre a história do Brasil, foram 30, ela começou por causa de um fato extraordinário, 0: 42que todos nós deveríamos saber, e por algum motivo estranho não nos contaram no colégio. 0: 47A história dos náufragos que caminharam da ilha de Santa Catarina até o Peru, em0: 531524. 0: 54Uma história incrível, por um caminho indígena chamado Peabiru. 0: 58Cada vez mais gente sabe dessa história e eu me orgulho muito, muitíssimo, de ter ajudado1: 04a propagar essa história com esse livro: náufragos, traficantes de degredados. 1: 07Que eu sei que você já está louco para comprar, e vai comprar. 1: 10No final desse episódio é certo que vai comprar. 1: 13Porque esse é um livro que resgatou essa história, que já tinha contada, mas não1: 17foi contada de uma forma mais popular, mais pop, digamos assim. 1: 22Essa história se inicia em 1524, mas para chegar nela você tem que retroceder um pouco1: 27no tempo e chegar na descoberta do Rio da Prata. 1: 31A história da descoberta do Rio da Prata já é por si só extraordinária. 1: 34Os europeus descobriram o “novo mundo”, logo descobriram que era uma massa continental. 1: 39Colombo quando chegou. 1: 40Colombo você já sabe, eu já falei aqui, é o cara que quando saiu não sabia para1: 43onde estava indo, e quando voltou não sabia dizer onde tinha estado. 1: 47É uma piada que contam sobre o Colombo lá no Caribe. 1: 50E é verdadeira, ne. 1: 51Porque ele chegou ali nas Antilhas, ante- ilhas, ne, no Caribe, achando que estava chegando1: 58nas proximidades da Índia. 1: 59Nessa época que nós vamos começar a falar agora, 1515, por ai. os europeus já tinham2: 04plena consciência que este era um novo mundo. 2: 06Uma massa continental. 2: 07E tudo que tem início tem fim, ne. 2: 09Então essa massa continental tinha que ter um fim. 2: 11Tinha que ter um lugar que daria passagem pro outro lado. 2: 14Que daria passagem para o oceano que não se conhecia. 2: 17O oceano que viria a ser chamado de Pacífico. 2: 23Então se enviaram várias expedições para o norte. 2: 28O norte onde é a América do Norte, o Canadá. 2: 31Expedições que todas resultaram em naufrágios, em desgraça, em tragédia. 2: 36Porque eram continentes gelados. 2: 39Os portugueses mandaram muitos caras pra lá. 2: 40Essa é outra história, não é a nossa história. 2: 41E os portugueses mandaram também uma expedição em 1514 para tentar descobrir onde é que2: 47terminava o continente. 2: 48Quando eles chegaram onde é hoje Punta del Este, depois de ter navegado em uma costa2: 53inacreditável, que vai de Laguna em Santa Catarina até Punta del Este, que é a maior2: 57costa retilínea do mundo. 2: 58São 660 quilômetros sem nenhuma baía, nenhuma retranca, sem nenhum porto natural. 3: 04Um lugar onde até hoje é muito difícil navegar. 3: 06Eles enfrentaram essa terrível navegação, e quando chegaram aonde hoje é Punta del3: 10Este, viram uma grande abertura, que eles acharam que era um estreito. 3: 14Eles entraram e não era um estreito. 3: 15Era o Rio da Prata. 3: 16Que eles chamaram de Mar Dulce. 3: 18Aliás o mesmo nome que o Vicente Pinzón, tinha dado para o Amazonas lá em cima. 3: 23De tão grande que era a foz do Amazonas e de tão grande, embora menor que o Amazonas, 3: 28a foz desse rio que viria a ser chamada de Rio da Prata. 3: 32E por que que ele foi chamado de Rio da Prata? 3: 35Porque em 1514 essa expedição portuguesa encontrou indígenas da nação Charruas, 3: 40que viviam, onde hoje é o Uruguai, e que deram pra eles um machado de prata. 3: 44E que disseram que essa prata vinha de um lugar onde esse próprio rio nascia. 3: 49Que era um lugar de montanhas enormes, montanhas permanentemente geladas. 3: 53Onde vivia um povo serrano muito rico, repleto de ouro, repleto de prata e com uma civilização3: 59desenvolvida. 4: 00E que essa prata tinha vindo dali. 4: 02Tu imagine ne, Tah!4: 04Os europeus: oh essa prata. 4: 05E havia aquela prova material, ne. 4: 08E além de tudo a largura e dimensões daquele rio eram provas geográficas o suficiente4: 13para saber que ele deveria ter nascido muito longe e em lugare elevado. 4: 17Porque senão não seria um rio tão gigantesco quanto era o rio que acabou sendo batizado4: 22de Rio da Prata. 4: 23Isso foi em 1514, e tinha uma rede de espionagem cara, incrível, em Lisboa, Sevilha e Madrid, 4: 29então tudo que os portugueses descobriam, os espanhóis ficavam sabendo. 4: 34E vice versa. 4: 35Então tanto é que os espanhóis perceberam que pela demarcação de Tordesilhas, esse4: 41rio ficaria na parte que pertenceria à Espanha. 4: 45O limite do tratado de Tordesilhas era em Cananéia, no sul de São Paulo. 4: 49Embora alguns digam que era em Laguna, em Santa Catarina. 4: 51Não era. 4: 52Era em Cananéia. 4: 53Então eles sabiam que esse rio era pela longitude e pela latitude onde ele ficava, ficaria, 5: 00evidentemente em território português. 5: 02Então enviaram pra lá uma expedição. 5: 04Essa expedição foi comandada por um cara chamado Juan Díaz de Solís5: 08O mais incrível é que se diz que esse Juan Díaz de Solís, na verdade antes se chamada5: 12João Pedro Dias de Solis que era português, e tinha desertado, fugido de Portugal, e se5: 17naturalizou espanhol. 5: 18Não se sabe. 5: 20Os espanhóis, parará, discutem. 5: 22Os argentinos, uruguaios, entre outros, dizem: não, isso é coisa de brasileiro, de português, 5: 27de brasileiro, que ficam dizendo que o nosso descobridor era português. 5: 31Não sei. 5: 32Eu sei que eu acho que ele era português. 5: 35Por tudo que li. 5: 36E o apelido dele ainda era Bofes de Bagaço. 5: 40Bofes, quer dizer intestino. 5: 43E bagaço quer dizer o bagaço da uva. 5: 46Ele bebia tanto vinho que ele tinha um puta bafo de álcool. 5: 51E o apelido dele, então era Bofes de Bagaço. 5: 54Que o intestino, o estômago dele seriam cheio de uva prensada. 5: 58Ele matou a própria mulher em Portugal e fugiu de Lisboa, sorrateiramente, e foi para6: 06Sevilha, se naturalizou espanhol e comandou essa expedição em 1515. 6: 12Dobrou onde hoje é Punta del Este, passou ali pelo Cassino Conde, etc. 6: 15Viu o Bob Dylan andando de bicicleta, vestido de mulher. 6: 22E continuou. 6: 23Deu uma paradinha e desceu. 6: 25E o que aconteceu quando ele desceu? 6: 27Foi capturado, morto e comido. 6: 30Sério, a vingança da mulher que ele teria matado. 6: 34Se é que ele era português. 6: 35Se é que ele era esse cara. 6: 36Ele foi morto, foi morto na frente dos homens dele. 6: 39E devorado pelas tribos indígenas ali do Uruguai. 6: 46Então a caravela dele, eram duas caravelas, voltaram rapidamente para o Brasil. 6: 52Primeiro concluíram que não era um estreito, era só um rio mesmo, e voltaram para o Brasil. 6: 56Então, voltando para o Brasil, uma dessas caravelas entra pela boca sul da ilha de Santa7: 01Catarina, onde é a praia de naufragados. 7: 07Eles entram por ali e naufragam. 7: 10Caravela blublubu. 7: 12Aquele, realmente era um estreito muito difícil de entrar. 7: 17Não se deve jamais entrar por ali. 7: 18A entrada para a ilha de Santa Catarina é lá por cima, lá pelo norte, onde é Canasvieiras. 7: 22Eles tentaram entrar por ali e pum, afundaram, naufragaram. 7: 25E tu sabe que se deram bem, cara? 7: 28Porque naufragaram e sobreviveram 17caras. 7: 32Desses 17, 11 acabariam sendo presos numa expedição seguinte, comandado por um cara7: 37chamado Cristóvão Jacques, em 1516.

7: 39Mas outros seis ou sete se diz, ficaram ali, morando num lugar que viria a se chamar "Porto dos Patos". Ninguém sabe exatamente se era um Porto dos Patos, se sabe que patos eram o nome dos índios que viviam ali, os Carijós. Carijó também é o nome de uma galinho. Tinha tanto pato, tanta ave na lagoa de Marui, que é a lagoa que deu origem à laguna. Tinha tanta ave por ali, e esses Índios andavam com tanta penas de aves que foram batizados de índios patos. Portanto esses caras criaram um lugar chamado Porto dos Patos, onde ficaram vivendo por muitos anos. Com várias mulheres indígenas. [O Caminho do Peabiru, 02. 08. 2018. Eduardo Bueno]

8: 15Comendo tainha, comendo garoupa, comendo camarão, ostra, marisco, pitanga, butiá. 8: 22Tá bom, ne? 8: 24Num lugar que talvez seja essa enseada de Brito, um lugar que eu vou te mostrar. 8: 29E ai esses mesmos índios chamados Carijós, contavam pra eles exatamente a mesma história8: 36que contavam os outros índios de outra nação totalmente diferente, que eram os Charruas. 8: 41Dizendo que sim, havia um povo que morava em imensas montanhas sempre cobertas de gelo8: 48e que esse povo era riquíssimo e que esse povo era civilizado. 8: 52E que esse povo tinha estradas e tinha pontes e tinha cidades e acima de tudo, que é o8: 56que interessa, tinha um monte de ouro e um monte de prata. 9: 01Po, os cara, ne. 9: 02Bom, daí esses caras construíram um bergantin sabe, canoas e ficaram percorrendo toda essa9: 05região da costa que ia de Santa Catarina até São Vicente, em São Paulo. 9: 09E todas as demais tribos repetiam a mesma história. 9: 12E não apenas repetiam essa história, como diziam que tem um caminho que leva pra lá. 9: 17Os caras: sério, te um caminho? 9: 19Sim, cara. 9: 20O que se sabe é que o corpo do que seria esse lugar chamado América era todo ocupado9: 25por trilhas pré- históricas, não é? 9: 28Então havia uma trilha que saia de três lugares. 9: 31Que saia de Santa Catarina, de Cananéia e de São Paulo, do centro de São Paulo. 9: 37Você já ouviu falar isso aqui no episódio da fundação de São Paulo. 9: 40E essas trilhas se uniam em algum lugar do oeste do Paraná. 9: 46Na verdade nem é oeste. 9: 47Perto de Ponta Grossa, no Paraná. 9: 48E ai vinham os campos gerais, que eram campos limpos, campos de araucária. 9: 53Então era muito fácil ter uma trilha por ali. 9: 55E essa trilha ia direto para Asunción no Paraguai. 9: 59E de Asunción você pegava o Rio Pilcomayo e subia o Rio Pilcomayo, contra a corrente, 10: 05mas dava, ia remando. e chegava até a Bolívia. 10: 08E da Bolívia chegava a Chuquisaca. 10: 11Chuquisaca. 10: 12Então em 1524, um desses caras chamado Aleixo Garcia, liderou um grupo de dois mil índios10: 20Guaranis, né, os Carijós eram da grande nação Guarani. 10: 24Sai nessa caminhada com um monte de farinha de pinhão, com um monte de farinha de marisco, 10: 29já armazenadas previamente, com mel em favos, e iniciou essa caminhada cara, do sul da ilha10: 36de Santa Catarina até o Peru. 10: 40E chegou muito próximo de onde é Potosí. 10: 44A cidade em que foi descoberta uma montanha de prata, uma montanha de 600 metros de altura10: 50praticamente de prata pura. 10: 52E ele chegou lá e atacou, atacou os poços fronteiriços do Império Inca. 10: 58E saqueou vários cestos de outo e prata. 11: 01E veio voltando com eles para o Brasil. 11: 04Só que quando ele foi atravessar o Rio Paraguai, ele foi atacado por uma tribo chamada Paiaguás, 11: 10os que viriam a ser chamados de Piratas do Rio Paraguai. 11: 14Que eram uma índios canoeiros, que depois dariam origem aos Avaca que é uma tribo já11: 19em extinção. 11: 20Uma tribo que era muito feroz. 11: 22Então dizem que eles fizeram furos nas canoas dos caras e cobriram com barro. 11: 26Quando eles vinham vindo carregados de ouro e prata, o furo que era de barro, na água. 11: 33e afundaram e morreram. 11: 35Ninguém sabe realmente se foi assim que aconteceu. 11: 38O que se sabe com certeza é que o Aleixo Garcia morreu. 11: 41Mas algumas dessas peças de ouro e prata que ele tinha saqueado lá nas franjas, nas11: 49fraldas do império Inca, chegaram até Santa Catarina. 11: 52E dois sobreviventes dessa aventura que se sabe o nome, Henrique Montes e Melchior Ramirez, 11: 58viviam na ilha. 11: 59E quando passavam novos navegantes espanhóis e portugueses eles mostravam. 12: 05Segundo relato da expedição do Sebastião Caboto, em 1526, o Henrique Montes mostrava12: 10aquele ouro e ele quase chorava. 12: 12"Nós temos que chegar lá. 12: 14Nós temos que chegar lá!"12: 15Entendeu? 12: 16E ai todo mundo tentava chegar lá. 12: 17Todo mundo não, mas várias expedições: Sebastião Caboto, Diogo Garcia, Martin Afonso12: 23de Souza, todos eles tentaram chegar pela via fluvial do Rio da Prata até lá. 12: 30Só que era muito difícil. 12: 31E outros, inclusive o Pero Lobo, enviado pelo próprio Martim Afonso de Souza em 1531, tentou12: 37chegar a pé por essa trilha. 12: 39Também foi morto por indígenas. 12: 40Só que saí, meu chapa, em 1539 o Francisco Pizarro conquista o Peru e de que forma? 12: 49Vai te informar, cara. 12: 50Deixa de ser ignorante. 12: 52Ele conquista de uma forma inacreditável. 12: 54Ele chega no panamá, mais ou menos onde é o canal do Panamá, desmonta os seus navios, 13: 00bota os seus navios desmontados nas costas de escravos indígenas, faz eles cruzarem13: 06o chamado Istmo de Darién. 13: 07Que era uma terra pantanosa terrível de vez. 13: 10Chega do outro lado, remonta os navios e navega pelo Oceano Pacífico e chega pela costa do13: 17Pacífico ao Peru. 13: 18E conquista o Peru. 13: 19Ele e o irmão dele, o Francisco Pizarro e o Gonçalves Pizarro aprisionam o Inca Ataupa, 13: 27matam o Ataupa e imundam a Europa com uma quantidade de ouro e prata tal que o conceito13: 33marxista de acumulação primitiva do capital explica que foi que fez esse ouro fez uma13: 42economia, até então mercantilista dar o salto para uma economia capitalista. 13: 46De tanto ouro e tanta prata que foi saqueada aos Incas a partir da descoberta do Pizarro. 13: 53Ai, cara, quando os portugueses e os espanhóis de outra vertente, que tentaram conquistar13: 59também, com a fundação de Buenos Aires em 1534, com a fundação de Asunción no14: 05Paraguai, que foram criadas justamente para essa conquista no Peru. 14: 08Quando esse grupo de pessoas que tentavam conquistar o Peru pela vertente do Atlântico14: 13descobrem que o Peru já tinha sido conquistado pelo Pizarro, todo esse sul do Brasil, todo14: 19esse conessul é abandonado. 14: 22Por quase 100 anos, cara. 14: 24A retomada dessa região só vai se dar em 1600 e tanto, 1650, sabe? 14: 31Ou seja quase 150 anos de abandono porque o Peru tinha sido conquistado pela outra via. 14: 37Eu acho essa uma história extraordinária, eu, durante muitos anos veraneei em uma praia14: 42muito próxima a Naufragados. 14: 44Ficava lá, em cima do morro, naqueles devaneios. 14: 46Sabe aqueles devaneios? 14: 47Devaneios, assim fim de tarde. 14: 49Olhando ali o lugar onde os caras moraram imaginando aquela jornada a pé até lá. 14: 55E a gente fica achando que é uma jornada dificílima, cara, dificílima é o Iuri Gagarin14: 59ter ido para o espaço, entendeu? 15: 01Ter dito lá de cima "a terra é azul", que todos nós já sabíamos, ne cara. 15: 06Quem é que não sabe que a Terra é azul? 15: 07Claro, cara. 15: 08A Terra sempre foi azul. 15: 09Queria que a terra seja vermelha? 15: 11Vermelho é Marte. 15: 12Aquele planeta inútil. 15: 14Então, cara, não era tão difícil assim. 15: 16Entendeu? 15: 17Era uma caminhada de quatro ou cinco meses, isso era uma barbada para indígenas e para15: 21europeu acostumado com isso. 15: 22Mas mesmo sendo uma caminhada fácil é uma história extraordinária. 15: 27Uma história fantástica e o único jeito de se apaixonar da história é acompanhar15: 31o canal Buenas Ideias, ou então comprar os livros do Euardo Bueno. 15: 34Que você pode ler "Náufragos, traficantes e degradados" ou você pode ler "Capitães15: 37do Brasil", onde eu reconto essa história também. 15: 39Então eu sei que agora você já está quase chorando: "que história incrível. 15: 42Por que nunca me contaram isso antes? "15: 44Mas agora demorei pra te contar, mas te contei. 15: 56Então tá. 16: 02Tchau.
O Caminho do Peabiru - Eduardo Bueno
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