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Fernão de Magalhães descobre o caminho marítimo para o Pacífico
27 de novembro de 152010/04/2024 00:24:06

Em 27 de novembro de 1520, a expedição do navegador português Fernão de Magalhães (viajando sob bandeira da Espanha) descobriu o caminho que liga os oceanos Atlântico e Pacífico no extremo sul da América do Sul. O estreito, batizado de Estreito de Magalhães, uma passagem interoceânica de 305 milhas náuticas (cerca de 565 km), levou quase um mês para ser percorrido devido ao clima hostil, os ventos e as marés.

O Estreito de Magalhães é um labirinto e toda a região é sujeita a ventos fortes e tempestades prolongadas. A travessia foi iniciada pela esquadra de Magalhães no dia 1º de novembro. Quando finalmente completou a travessia e atingiu o oceano, em 27 de novembro, este foi chamado de “Pacífico” por contraste às dificuldades encontradas no estreito.

As terras no extremo sul do continente americano foram batizadas por Magalhães de “Terra do Fogo”, por causa das muitas fogueiras acesas pelos nativos que a habitavam. Foi também o primeiro europeu a avistar os pinguins que receberam seu nome como homenagem, o pinguím-de-magalhães. Ainda hoje, o Estreito de Magalhães é considerado um dos trechos de navegação mais difíceis do mundo devido ao clima hostil e à sua pequena largura. Mesmo assim, antes da criação do Canal do Panamá, o estreito foi a principal passagem utilizada para atravessar do Atlântico ao Pacífico, evitando assim o tempestuoso Cabo da Boa Esperança, no sul da África. Pelo tratado de fronteiras de 1881, o estreito pertence ao Chile.

Como tudo começou

Fernão de Magalhães, navegador português a serviço do rei de Castela, Carlos I, iniciou sua viagem em 20 de setembro de 1519 partindo de Sanlúcar de Barrameda, em Cádis. Ele não tinha a intenção de circunavegar a Terra. O acordo firmado com o rei de Castela em 22 de março de 1518 proibia isso, pois violaria os interesses e direitos do D. Manoel I, de Portugal, tio e cunhado do rei espanhol garantidos pelo Tratado de Tordesilhas de 1494.

A orientação dada a Magalhães era navegar em direção oeste (a mesma rota marítima que fizera Colombo), encontrar o caminho mais curto possível para a Índia e “descobrir ilhas e continentes, ricas jazidas de especiarias e outras coisas” no mundo espanhol. Sob nenhuma circunstância a expedição de Magalhães deveria operar na parte portuguesa do mundo.

A expedição era formada por 5 navios e uma tripulação de 234 homens, bem como equipamentos, artilharia e provisões para dois anos. A tripulação era composta por espanhóis, na maioria, mas havia também tripulantes de outras origens:

37 portugueses, 26 italianos, 10 franceses, 4 flamengos, 2 gregos, 2 alemães, 1 inglês, 1 norueguês e 1 escravo malaio, Henrique de Malaca, que atuaria como intérprete para Magalhães. Nas Ilhas Canárias, o número total de tripulantes aumentou para 242. Da Baía da Guanabara à Baía de San Julián.

A expedição ancorou na baía da Guanabara em 13 de dezembro de 1519. Os tupis receberam os estranhos de maneira amigável e negociaram com eles. Depois de duas semanas a armada espanhola prosseguiram para o sul e, em 10 de janeiro de 1520, chegou ao vasto estuário do Rio da Prata. Magalhães ficou cerca de um mês explorando a região. Depois, retomou a navegação ao longo da costa sul-americana, explorando todas as baías e estuários ao longo do caminho.

Em 30 de março, a expedição chegou à baía de San Julián, à entrada do estreito, na extremidade da atual costa da Argentina. A essas alturas, com seis meses de viagem, Magalhães decidiu interromper a viagem por um tempo para recompor as energias da tripulação.

Contudo, a falta de suprimentos e o corte das rações de comida provocaram o motim dos tripulantes dos navios San Antonio e Victoria que foi, a muito custo, debelada por Magalhães. Durante a estada em Puerto San Julián, foram feitos os primeiros contatos com povos nativos, os índios Tehuelche, que Magalhães chamou de patagones (“pés grandes”) provavelmente devido a sua grande estatura. A terra foi chamada de Patagônia.

O navio Santiago foi enviado para patrulhar a costa sul da Patagônia, onde naufragou em 22 de maio. Os marinheiros sobreviventes conseguiram voltar dias depois percorrendo uma árdua marcha. Em 24 de agosto de 1520, os quatro navios restantes deixaram Puerto San Julián. Depois de cinco meses explorando foz de rios e baías, nenhuma passagem havia sido encontrada.

Novo motim na entrada do estreito Em 21 de outubro de 1520, Magalhães alcançou um cabo, que chamou de “Cabo das Virgens. Os navios Concepción e o San Antonio foram enviados para uma viagem de reconhecimento ao sul do cabo e descobriram a entrada da tão procurada passagem.

Foi então que o piloto Estevão Gomes, do San Antonio, liderando outros marinheiros, rebelou-se. Aprisionou o seu capitão Álvaro de Mesquita, primo de Magalhães, e iniciou a viagem de volta. O San Antonio era o navio maior e com mais suprimentos. Assim, restaram apenas três navios para fazer a difícil jornada, iniciada em 1º de novembro e concluída no dia 27, no que hoje é chamado de Estreito de Magalhães.
Fernão de Magalhães descobre o caminho marítimo para o Pacífico

Relacionamentos
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Pessoas (1)
Fernão de Magalhães (1480-1521)
44 registros / / 0 parentes
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Temas (1)
Estreito de Magalhães
74 registros
Você sabia?
“Os nossos tupinambás muito se admiram dos franceses e outros estrangeiros se darem ao trabalho de ir buscar o seu arabutan [pau-brasil]. Uma vez um velho perguntou-me: Por que vindes vós outros, maírs e perôs (franceses e portugueses) buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra ? Respondi que tínhamos muita mas não daquela qualidade, e que não a queimávamos, como ele o supunha, mas dela extraíamos tinta para tingir, tal qual o faziam eles com os seus cordões de algodão e suas plumas. Retrucou o velho imediatamente: e porventura precisais de muito? Sim, respondi-lhe, pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos, facas, tesouras, espelhos e outras mercadorias do que podeis imaginar e um só deles compra todo o pau-brasil com que muitos navios voltam carregados. — Ah! retrucou o selvagem, tu me contas maravilhas, acrescentando depois de bem compreender o que eu lhe dissera: mas esse homem tão rico de que me falas não morre? — Sim, disse eu, morre como os outros. Mas os selvagens são grandes discursadores e costumam ir em qualquer assunto até o fim, por isso perguntou-me de novo: e quando morrem para quem fica o que deixam? — Para seus filhos se os têm, respondi; na falta destes para os irmãos ou parentes mais próximos. — Na verdade, continuou o velho, que, como vereis, não era nenhum tolo, agora vejo que vós outros maírs sois grandes loucos, pois atravessais o mar e sofreis grandes incômodos, como dizeis quando aqui chegais, e trabalhais tanto para amontoar riquezas para vossos filhos ou para aqueles que vos sobrevivem! Não será a terra que vos nutriu suficiente para alimentá-los também ? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estamos certos de que depois da nossa morte a terra que nos nutriu também os nutrirá, por isso descansamos sem maiores cuidados.

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É por demais conhecido o fato de que toda a empresa marítima portuguesa foi expressa pelos contemporâneos em linguagem religiosa e, mais ainda, missionária. Os contemporâneos nos dão a impressão de que, para eles, o maior acontecimento depois da criação do mundo, excetuando-se a encarnação e morte de Jesus Cristo, foi a descoberta das índias.
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