O rei D. Sebastião, desaparecido em Alcácer-Quibir em 1578, estava voltando, e que o papa ameaçara de excomunhão todo aquele que lhe impusesse qualquer resistência - 16/04/1639 de ( registros)
O rei D. Sebastião, desaparecido em Alcácer-Quibir em 1578, estava voltando, e que o papa ameaçara de excomunhão todo aquele que lhe impusesse qualquer resistência
16 de abril de 1639, sábado. Há 385 anos
Fontes (1)
A sessão da Câmara de 16 de abril de 1639 trazia um requerimento alarmante do procurador Sebastião Gil a respeito de algumas cartas que circulavam pela vila. Nelas, lia-se que o rei D. Sebastião, desaparecido em Alcácer-Quibir em 1578, estava voltando, e que o papa ameaçara de excomunhão todo aquele que lhe impusesse qualquer resistência. Dizia ainda o procurador que, nas ruas de São Paulo, as tais cartas causaram algum alvoroço e muitos saíram aos “gritos dizendo viva el rei dom Sebastião”. [ATAS da Câmara da Vila de São Paulo, 16 abr. 1639]
Porém o chamariz de rol de bens de Fernandes é que, listado entremachados, foices e cunhas, aparece um “torno de emprensar livros”,avaliado em 320 réis (um pouco menos valioso que três cunhas, avaliadasem 360). A que poderia ter servido tal instrumento a Pedro Fernandes?Teria ele mesmo utilizado ou lhe ficou de herança, encostado em algumachoupana do sítio? O fato é que bem poderia ter animado a produçãode algumas cartilhas para alfabetização, panfletos e cartas impressas,como as que no ano de 1639 andaram causando alvoroço na vila de SãoPaulo por apregoar a volta do rei Sebastião.43 O pequeno negócio feitoem Itanhaém, e a presença do torno, podem sugerir um esboço de gráfico. De todo modo, lembremos que o Colégio dos Jesuítas servira comoprincipal meio de alfabetização e ensino na vila de São Paulo, e o uso decartilhas deveria ser o recurso principal desta educação. [O Brasil na Monarquia Hispânica (1580-1668) Novas Interpretações, 12.2016. Página 130]