A outra história selecionada para discutir neste ensaio refere-se a preta Benedita, que em 1862 vivia como escrava no bairro do Socavão (vila de Castro), propriedade de Luis Carneiro Araújo. Como já mencionado anteriormente, os fatos narrados aqui ocorreram na Vila de Castro, porém, Benedita era natural de Sorocaba, Província de São Paulo. E não se sabe a exatamente quanto tempo vivia na localidade. Em 1861 Benedita possuía em torno de 30 anos. Era solteira. Não sabia ler nem escrever. Não possuía ofício especializado, possivelmente desempenhava as diversas atividade. Certamente que os trabalhos nas fazendas não eram poucos. Além das atividades com o gado e nas roças, os escravos desenvolviam também outros trabalhos, como por exemplo domésticos e até mesmo serviços especializados. Não se sabe se Benedita dividia o cativeiro com outros companheiro, porém, a exploração excessiva da mão de obra cativa fazia parte do cotidiano da escrava. Tanto é que as relações envolvendo o desempenho de atividades na fazenda acabou levando ao desentendimento entre Benedita e seu senhor. (Caminhos e (des)caminhos em busca de liberdade: Damásia e Benedita nos registros judiciais da vila de Castro, na segunda metade do século XIX, 2019. Página 10)