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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de SP, vol. LVIII, 1958. Comissão de redação: Dácio Pires Correia, Nicolau Duarte Silva e Vinicio Stein de Campos
195808/04/2024 00:56:42

Revista do Instituto Histórico e Geográfico de SP, vol. LVIII
Data: 01/01/1958
Créditos: Comissão de redação: Dácio Pires Correia, Nicolau Duarte Silva e Vinicio Stein de Campos
Página 251

Nossa Senhora do Monte Serrate ou Monserrate - É devoção local espanhola, do célebre santuário junto a Barcelona, e se espalhou entre os povos da Panínsula. No Brasil, o propagandista foi D. Francisco de Sousa, Governador-Geral na Bahia e Governador do Sul, séculos XVI e XVII. No século da imagem original, era comum os artistas representarem Nossa Senhora sentada com o Menino, como as Virgens de ajestade, o morro ou serra sob os pés de acordo com o nome do título, tal como se usa uma escada para Nossa Senhora da Escada.

115. - Cutia - A primeira capela foi fundada pelos paulistas Fernão Dias Pais e Gaspar Godoy Moreira, de 1640 a 1670, com o nome de Acutia. Em 1713, foi mudada a capela para o atual local, sendo fundador desta segunda capela o cel. Estevão Lopes de Camargo, sendo feita capela curada nesta data. Por uma portaria de D. José de Alarcão, parece que já era paróquia em 1684 (A. G. C.).

Do Santuário Mariano, X, 165; "Em outras cinco léguas de distância de São Paulo se vê outra aldeia, que hoje será vila, e dilatada, a quem dão o nome de bairro da Cutia. nesta povoação se fundou uma igreja que hoje é a paróquia e se dedicou à Nossa Senhora do Monte Serrate..."

Em uma ocasião, refere o Padre Miguel de São Francisco, em que se fazia a festa da Senhora; pregava um virtuoso religioso e repreendendo com muita severidade a sua preguiça (que é muito grande a que por lá há e causa a abundância e delícias das terras) e o pouco que cuidam das casas de Deus, e de plantar virtudes para recolher merecimentos que lhe aproveitem para a Salvação, lhe disse: "Homens da Cutia, carapuças de ferro com martimengas de prata, talim de onça, borzeguins de couro, plantai, plantai, que quem planta recolhe".

A imagem é de escultura de madeira. Existe ainda no altar e parece ser a primeira, em seu alto nicho. Sentada. Aliás, a iconografia mais própria é assim, sentada a Virgem Santíssima com o Menino no joelho esquerdo, na mão direita o certo. Não aparece o troco ou cadeira, é como se estivesse, esclareceu o "Santuário Mariano" a respeito de outra imagem, nos penhascos do Monte Serrate.

A primitiva capela de Pinheiros tinha por orago "Nossa Senhora" apenas. Coma passagem da capelania para os Beneditinos, no século XVII, estes adotaram a invocação Monte Serrate. Teve origem numa aldeia de nativos da nação Guaianás, criada pelo Padre José de Anchieta.

118 - Salto, ex-Salto de Itú - Instituída paróquia por provisão de 6 de março de 1886 (A. G. C.). Frei Agostinho (X, 174) depois de comparar o Salto de Itu às catapultas do Nilo - que exagero! - e contar que dai para baixo ainda há povoadores até cinco léguas (Porto Feliz) refere que a Senhora do Monte Serrate é imagem de madeira com o Menino sobre o braço esquerdo, cultuado com amor pelos moradores.

- A capela do mesmo orago adiante referida é localizada numa fazenda entre Itú e Sorocaba. Talvez seja a primitiva capela do povoado Cajuru, ou confusão dos frades escritores. Também não existiu jamais em Sorocaba uma capela do Desterro. Como ela está logo após à do Monte Serrate (no livro) e o caminho de Itú para Jundiaí passava pelo Salto, não é fora de compasso e medida levá-la para outra branda.

Todavia, os autores do manuscrito e do livro, insistem em que se trata de fazenda. Por outro lado, na página referente a Araçariguama não deixam de referir que o caminho à direita do de Itu levava a Jundiaí, onde não havia igreja de Nossa Senhora o que era um erro deles. Se a colocarem à esquerda de Itú o que era um erro deles. Se a colocarem à esquerda de Itu erradamente, tudo se explica. [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de SP, vol. LVIII, 1958. Comissão de redação: Dácio Pires Correia, Nicolau Duarte Silva e Vinicio Stein de Campos. Páginas 251 e 252]

Sorocaba, Nossa Senhora da Ponte de Sorocaba - O primeiro homem branco que construiu sua primeira casa na região de Sorocaba foi o paulista Afonso Sardinha que, em 1589, fundou um engenho de ferro no Vale das Furnas, morro do Araçoiaba e tirou algum ouro de lavagem nas adjacências. Trabalhavam com ele escrevos nativos, ou quase todos nativos. Há quem diga ter estado no Araçoiaba também Afonso Sardinha, o pai.

No mesmo local, o Governador-Geral do Brasil, Dom Francisco de Souza, fundou a vila de Nossa Senhora do Monte Serrate, em dezembro de 1599, com alguns mineradores brancos e nativos trazidos do Espirito Santo.

Em 1611, estando em São Paulo, como Governador das capitanias e das minas do Sul, Dom Francisco de Souza autorizou a mudança do povoado para o campo, à beira do Rio Sorocaba, no Itavuvu, tendo a vila de efêmera duração, o nome de São Felipe em honra do Rei da Espanha.

Pelos anos de 1646, diz o Livro do Tombo, estabeleceram-se os primeiros moradores na atual Sorocaba: Baltasar Fernandes e seus genros, André de Zunega, Gabriel "Dona de Leon", Dom Diogo do Rego e Mendonça, Bartholomeu de Zunega e Leon, mais alguns netos casados e filhos, bem como o filho Manuel Fernandes de Abreu; Baltasar Fernandes, quando transmigrou de Parnaíba para Sorocaba com sua parentela, já era septuagenário e avô.

A sua casa ainda hoje, embora no perímetro urbano, é considerada chácara. Está à beira do rio. Construiu na colina a capela à Nossa Senhora da Ponte, invocação única no Brasil, e que já assim se chamava de algum outro lugar da Ponte, em Portugal ou Espanha. A casa e a capela existiam em 1951, sem alteração substancial.

Em 21 de abril de 1660, em casa de um seu genro, no Apotribú, a meio caminho de Parnaíba, com a presença do seu sobrinho Padre Francisco de Oliveira Fernandes, vigário de Parnaíba, do escrivão Antônio Rodrigues de Matos e os monges Beneditinos daquela vila, Frei Tomé Batista e Frei Anselmo da Anunciação, Baltasar fazia doação à Ordem de São Bento, da Capela de Nossa Senhora da Ponte, na paragem de Sorocaba, e um patrimônio de terras, que começavam no Rio Sorocaba e seguiam para o campo entre Diogo do Rego e Brás Teves, abrangendo a lavoura, criação e escravizados para construção e manutenção de um convento.

Impôs , como condição construírem os padres o convento à sua custa, rezarem-lhe por alma 12 missas anuais e darem aulas de latim e cantochão aos meninos festejarem anualmente Nossa Senhora da Ponte. Tudo foi cumprido, a festa passou a fazer-se na matriz a 21 de novembro e o convento estava pronto em 1695. Nunca se poderá saber ao certo o dia da primeira missa em Sorocaba. Poderia ser comemorada a 15 de agosto atual e liturgicamente festa da padroeira.

A pedido de Baltasar Fernandes ao Governador Salvador Correia de Sá e Benevides, fêz-se a terceira mudança da vila, nomeando aquele Governador a primeira Câmara Municipal, para que a seguir viessem anualmente as outras por eleição. Assinou em São Paulo, 23 de março de 1691(?), a provisão permitindo a mudança e nomeou os primeiros juízes e vereadores, tudo a requerimento de Baltasar Fernandes, que é, evidentemente, o fundador ou o principal de Sorocaba. Em 1770, Sorocaba estava reduzida exatamente aos atuais municipais de Araçoiaba da Serra, Piedade e Sorocaba e mais algumas terras que depois ficaram para Ibiúna e São Roque.

A maior extensão do território fôra cortada, mas não o centro, onde era maior a densidade de população e onde havia fazendas mais ricas. Em 1780, o recenseamento acusava o total de 6.614 habitantes, dos quais 1.136 escravizados.

A matriz fundada por Balthazar Fernandes em 1767 estava em ruínas. Reconstruída, sob a direção do capitão José Ferraz de Arruda, em 1778, já recomeçou o sepultamento "na matriz nova", que devia estar emadeirada e coberta. Em 9 de fevereiro de 1783, o Vigário Domingos José Coelho benzeu a nova matriz. A 10, fez-se a transladação do S.S. e das imagens. A 11 rezou-se a primeira missa. Em 20 de janeiro de 1797, a paróquia passou a categoria de colada. [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de SP, vol. LVIII, 1958. Páginas 261 e 262]

A matriz fundada por Balthazar Fernandes em 1767 estava em ruínas. Reconstruída, sob a direção do capitão José Ferraz de Arruda, em 1778, já recomeçou o sepultamento na "na matriz nova", que devia estar emadeirada e coberta. Em 9 de fevereiro de 1783, o vigário Domingos José Coelho benzeu a nova matriz. A 10, fêz-se a transladação do S.S. e das imagens. A 11 rezou-se a primeira missa. Em 20 de janeiro de 1797, a paróquia passou a categoria de colada. [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de SP, vol. LVIII, 1958. Comissão de redação: Dácio Pires Correia, Nicolau Duarte Silva e Vinicio Stein de Campos. Página 262]

Nossa Senhora Del Populo - No Brasil, em São Paulo, há uma Senhora del Populo. No mundo português metropolitano, é mais conhecido o santuário de Nossa Senhora do Populo de Braga; nas ilhas há um só, o da Telhada, em São Miguel, fundado cerca de 1650. Nessa época, já era adulto em São Paulo, lá para as bandas da Cotia e de Santo Amaro, Pascoal Moreira Cabral, paulista notável que, por volta de 1670, avançou pelo planalto até o rio Sorocaba, no ponto em que este se despenha no Itupararanga. O bairro chamava-se Itapeva. Aí fundou aquele sertanista a Capela do Populo, fazendo-lhe patrimônio com nativos, com a condição, porém, de os não levarem do sertão, pelos muitos pecados que isso acarretava. Faleceu ele em 1690 e jaz na Igreja de São Bento, em Sorocaba. [Página 263]

Em último de abril de 1654 fez em Lisboa o Conde da Ilha do Príncipe Luís Carneiro, procuração a seu sobrinho Dom Luís de Almeida para tomar posse em nome dele dito Conde, da Ilha da Capitania de 100 léguas, que Sua Majestade lhe confirmara pela renúncia, que lhe fizera o Donatário D. Diogo de Faro e Sousa em parte do dote da Condessa, mulher dele Conde da Ilha do Príncipe, a prima do dito Donatário Dom Diogo de Faro e Sousa; e pelo dito Conde da Ilha do Príncipe foi provido em Capitão-Mór Governador, e Ouvidor da Capitania de Itanhaém, Simão de Moura em 1654. (7° Donatário) [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de SP, vol. LVIII, 1958. Comissão de redação: Dácio Pires Correia, Nicolau Duarte Silva e Vinicio Stein de Campos. Página 305]
*Revista do Instituto Histórico e Geográfico de SP, vol. LVIII, 1958. Comissão de redação: Dácio Pires Correia, Nicolau Duarte Silva e Vinicio Stein de Campos
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de SP, vol. LVIII
Data: 01/01/1958
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Página 251
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Página 301
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